sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Corpo de menino que atirou em professora é enterrado



O corpo do garoto de 10 anos que atirou na professora e depois se matou dentro da sala de aula, na quinta-feira (22), foi enterrado por volta das 16h desta sexta no cemitério das Lágrimas, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo).
O velório da criança aconteceu desde a noite de ontem no mesmo local. A reportagem conversou com diversas pessoas presentes no velório amigos da família, estudantes do colégio e colegas do menino e de seu irmão mais velho, de 14 anos.
Todos se mostravam incrédulos com o que ocorreu e tentavam buscar uma explicação. Invariavelmente, o garoto que se matou foi descrito como uma criança amável, estudiosa, quieta e tranquila.
Apesar de não ter muitos amigos na sua classe, fez amizades com outros alunos do quarto ano e com colegas do irmão mais velho. Brincava de pega-pega, esconde-esconde e queimada.
O velório foi acompanhado por muitos amigos da Igreja Presbiteriana que a família frequentava e na qual o menino tocava bateria.
"Ele era muito amoroso. Nunca vi alguém tirar ele do sério", disse Carmelita Cordeiro, 65, amiga da família.

TRAGÉDIA

O crime aconteceu às 15h50 de ontem na escola municipal Professora Alcina Dantas Feijão, considerada a melhor pública de São Caetano do Sul. O garoto é filho de um guarda civil municipal e usou a arma do pai um revólver calibre 38 para fazer os disparos. A escola permanece fechada nesta sexta-feira.
Segundo a polícia, o aluno pediu para ir ao banheiro e, quando voltou, já estava armado. Depois de atirar contra Rosileide, o garoto se retirou da sala, sentou em uma escada e disparou nele próprio, na cabeça.
Ambos foram socorridos com vida. O aluno foi atendido no Hospital de Emergência Albert Sabin, em São Caetano. Ele teve duas paradas cardíacas e morreu às 16h50, ainda de acordo com a prefeitura da cidade.
A professora permanece internada no Hospital das Clínicas, na capital paulista. Ela passou por uma cirurgia de cerca de três horas para a retirada do projétil. Segundo o HC, ela passa bem e está consciente.
O pai do aluno chegou a sentir falta da arma durante a manhã de quinta e procurou seu filho mais velho, que não estava com ela. A família soube que o garoto havia pego o revólver do pai somente após o ocorrido.
Segundo o secretário municipal de Segurança Pública, Moacyr Rodrigues, a arma é particular e não pertence à guarda civil.
A polícia investiga se o menino era vítima de bullying.

CAROLINA LEAL

Nenhum comentário:

Postar um comentário