segunda-feira, 28 de maio de 2012

Duras conquistas


As duras conquistas que obtemos, uma a uma, são o coroamento de uma lida diária ao longo de uma existência.
É o justo prêmio de uma batalha.
É a farta colheita de um plantio.
É o soldo honesto de um esforço.
É a bendita recompensa de um suor.
Jamais se entristeça por derramar lágrimas hoje, se amanhã pode compensá-las com o sorriso. Jamais desanime com o cansaço do corpo hoje, se amanhã pode proporcionar-lhe descanso e confortável repouso.
Tenha vontade férrea”. Quem passa o tempo pensando e nada conquista, vai ser um ótimo pensador e um péssimo conquistador.
Obtenha sua conquista. Batalhe duro. As duras vitórias são as mais saborosas.
E para lutar por dias melhores, vista o uniforme da coragem e empunhe a arma do trabalho!

Portal  Angels

Egonomia

Enquanto se discute o futuro da Grécia e da zona do Euro, uma moeda muito importante circula em um número cada vez maior de transações pelo mundo. Seu câmbio, artificialmente baixo, ainda parece favorável. Mas a situação logo mudará.
Esta moeda é você.
Comercializado na forma de preferências de consumo, hábitos de navegação, recomendações de amigos, argumentos de busca, links clicados, posições de mouse, páginas visualizadas, mídia compartilhada, locais frequentados e centenas de transações aparentemente inócuas, você é negociado a cada acesso, pagando com a própria identidade boa parte do que parece gratuito.
Essa informação - extremamente valiosa para empresas de pesquisa de mercado, agências de publicidade, departamentos de marketing, serviços de comércio eletrônico e sites diversos - é coletada regularmente, sem dar satisfações. Boa parte dos cem bilhões de dólares de valorização do Facebook vem de uma base de dados qualificada, extraída a custo irrisório de seus usuários.
Como o petróleo e o megawatt, o internauta foi transformado em unidade econômica, mesmo que seu uso da rede seja tão banal quanto trocar e-mails, procurar informações e compartilhar o que encontra com seus amigos. É raro o serviço digital que não possua um dispositivo de rastreamento (chamado amigavelmente de cookie) que acumula uma quantidade cada vez maior de informações a respeito de seus usuários, compondo-as em uma espécie de mosaico de intenções e atitudes, facilmente catalogável. Até serviços aparentemente neutros, como o GMail, analisam o texto das mensagens que circulam por ele e comercializam o resultado na forma de anúncios personalizados.
O volume de dados coletados é impressionante. A cada dia se gera mais informação do que foi compilado desde o início da história até o começo deste século, crescendo exponencialmente. A maior parte dessa informação está ligada a dados pessoais.
A coleta só tende a aumentar. Novas tecnologias, como a Internet das Coisas e a Realidade Aumentada, seriam inviáveis sem que os aparelhos que as portem coletem informações a respeito do histórico, preferências, contexto e localização de seus usuários. No mundo online, o conceito de privacidade está mudando rapidamente, e pode se tornar ultrapassado.
O tema é controverso. Independente dos que se beneficiam diretamente da coleta de dados há muitos que defendem a transparência individual como forma de se chegar a uma sociedade mais honesta, segura, tolerante e transparente. Quando o há segredos, boa parte dos conflitos pode ser facilmente resolvida.
Mas no caminho desta Utopia há um estado intermediário muito perigoso, em que a distribuição e transparência ainda não é universal. Concentrada nas os de alguns, ela pode facilmente ser usada contra muitos.
A constante vigilância traz com ela o medo de um estado policial como o descrito por George Orwell em "1984", embora ele seja pouco provável. Muito mais fácil é que aconteçam histórias como "O Processo", de Franz Kafka, em que o protagonista é preso e sujeito a um longo processo por um crime de que não tem consciência. Outras distopias como os filmes "Brazil" e "Minority Report" mostram como os dados pessoais - sejam eles biológicos, biográficos, genealógicos, geográficos, transacionais, relacionais, vocacionais ou computacionais - compõem a identidade e são fundamentais para a segurança pessoal.
Mas qual seria a alternativa? Agir como o Unabomber e se refugiar em uma choupana isolada tem um custo social cada vez mais alto. O espaço online é tão presente e conveniente que força a discussão a mudar de foco: já que o compartilhamento é inevitável, como fazê-lo de forma a garantir que a informação seja usada propriamente?
É um debate inédito, que demonstra uma preocupação bastante saudável com o futuro. Por mais confiáveis que sejam os bancos de dados hoje, nada impede que sejam um dia roubados ou comercializados abertamente. Google ou Facebook, por exemplo, podem ser um dia geridos por algum conglomerado Chinês, Indiano ou Russo que tenha menos pudores com as identidades armazenadas.
Hoje somos todos celebridades. Se Madonna e Paris Hilton podem escapar ilesas de fotos ou vídeos comprometedores, não se pode dizer o mesmo de gente segregada por conteúdo muito mais inocente, lido fora de contexto. Se, como dizia Shakespeare, o mundo inteiro é um palco e somos todos atores, é preciso tomar consciência dos papéis a representar agora que a plateia é imensa. E perene. 

 Luli Radfahrer

Começam hoje as inscrições para o Enem 2012

A partir das 10h desta segunda-feira, o Ministério da Educação irá abrir as inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Os estudantes poderão se inscrever até as 23h59 do 15 de junho, no horário oficial de Brasília.
Estudantes deveriam ter direito de recorrer, diz Ubes
MEC aumenta rigor na correção da redação do Enem
Enem libera acesso à redação corrigida, mas veta recorrer de nota
As inscrições para o exame custam R$ 35 e devem ser pagas até o dia 20 de junho, por meio de guia de recolhimento da União (GRU) simples, gerado no ato de inscrição.
Caso contrário, a inscrição não será confirmada. O edital com as novas regras do exame foi divulgado na sexta-feira no "Diário Oficial da União".
A prova ocorrerá nos dias 3 e 4 de novembro e será aplicada em 140 mil salas de aula, a partir das 13 horas, no horário de Brasília.
No primeiro dia, serão realizadas as provas de ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias, com duração de quatro horas e meia. No segundo, os estudantes terão cinco horas e meia para fazer as provas de matemática e suas tecnologias, linguagens, códigos e suas tecnologias e redação.
O gabarito da prova será divulgado no dia 7 de novembro e o resultado em 28 de dezembro.
MUDANÇAS
A redação dos estudantes inscritos no Enem deste ano será submetida a um novo sistema de correção. A intenção é aumentar o rigor na avaliação dos textos e, assim, evitar pedidos de revisão da nota.
Outra mudança refere-se à nota mínima para certificação de conclusão de ensino médio, que passa de 400 para 450 pontos em cada área do conhecimento. Na redação está mantido o mínimo de 500 pontos.
O Enem é usado por universidades públicas para o ingresso de estudantes na graduação. O exame é utilizado ainda como pré-requisito para o aluno ter acesso ao Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e ao ProUni (Programa Universidade para Todos).
ENEM 2011
Em 2011, o Enem teve 5,4 milhões de candidatos, número recorde de inscritos. "Ele é um instrumento que se consolidou exatamente porque permite igualdade de oportunidade e de acessos", afirmou o ministro Aloizio Mercadante (Educação).
O governo chegou a anunciar que neste ano haveria duas edições do exame --uma em abril e outra em novembro, mas acabou recuando da decisão.
De acordo com o Ministério da Educação, a realização de duas edições iria sobrecarregar a estrutura logística do exame. A presidente Dilma Rousseff já prometeu que, em 2013, haverá duas edições do exame.

Folha de São Paulo

Cardeal é suspeito de vazar documentos do Vaticano

Um cardeal figura entre as pessoas que vazaram documentos secretos da Santa Sé e teria sido o responsável por manipular Paolo Gabriele, o mordomo do Papa Bento 16 detido na quarta-feira, que seria apenas um executor, indicou nesta segunda-feira a imprensa italiana.
"Um cardeal guiou o 'corvo' (a pessoa que vazou os documentos)", era a manchete do jornal romano "Il Messaggero", enquanto o grande jornal milanês "Corriere della Sera" afirmou que havia "um cardeal entre os informantes anônimos".
A guarda do Vaticano prendeu Gabriele e encontrou documentos confidenciais em sua casa, aproximadamente um mês depois da criação de uma comissão de investigação para esclarecer as indiscrições que desde janeiro afetam o pequeno Estado.
LIVRO
Um livro publicado há oito dias na Itália contém um número sem precedentes de documentos confidenciais sobre numerosos debates internos do Vaticano, como a situação fiscal da Igreja ou os escândalos de pedofilia dentro do movimento dos Legionários de Cristo.
Estes documentos revelam as disputas e rancores que existem entre diversos cardeais e autoridades, que acusam uns aos outros e depois recorrem ao Papa para dirimir os conflitos.
Um dos informantes anônimos, interrogado pelo periódico "La Repubblica", considera que a pessoa que organizou os vazamentos "atua em favor do Papa".
"O objetivo dos autores anônimos é revelar a corrupção que exise na Igreja nos últimos anos", segundo esta fonte.
"Os verdadeiros cérebros são os cardeais. E depois há monsenhores, secretários e peixes menores", acrescentou.
FRACO PARA GOVERNAR
Entre os infiltrados, "estão os que se opõem ao cardeal secretário de Estado Tarcisio Bertone, os que pensam que Bento 16 é muito fraco para dirigir a Igreja, e os que acham que é o momento oportuno para se destacar", disse a mesma fonte anônima.
Segundo esta pessoa, citada pelo "La Repubblica", o Papa sentiu muito a destituição na quinta-feira do presidente do banco do Vaticano IOR, Ettore Gotti Tedeschi, a quem apreciava muito, até o ponto de começar a chorar, passando a reagir com raiva, dizendo que "a verdade virá à tona".
Gotti Tedeschi foi destituído por sua gestão, mas também, segundo fontes vaticanas, porque havia divulgado fora do Santa Sé alguns documentos relativos ao banco.
Segundo os especialistas italianos em assuntos vaticanos citados pela imprensa, o mordomo Paolo Gabriele, um homem que sempre se mostrou muito apegado ao Papa, não parece ser capaz de organizar sozinho o vazamento coordenado de documentos, batizado de "Vatileaks".

 FRANCE PRESSE

'Está errado', diz ministro sobre reunião de Mendes com Lula

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello afirmou ontem que nunca deveria ter ocorrido o encontro em que o colega Gilmar Mendes disse ter recebido do ex-presidente Lula pedido para adiar o julgamento do mensalão. "Está tudo errado", afirmou.


Sérgio Lima - 19.dez.2011/Folhapress
Ministro do STF Marco Aurélio Mello
 Ministro do STF Marco Aurélio Mello
    
Segundo reportagem da "Veja" desta semana, Lula ofereceu em troca blindagem na CPI criada para investigar supostas relações criminosas de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários. O ex-presidente nega o teor da conversa.
FOLHA - Como o sr. avalia esse encontro do ministro Gilmar Mendes com o ex-presidente Lula e o pedido de adiar o julgamento?
MARCO AURÉLIO MELLO - Está tudo errado. É o tipo de acontecimento que não se coaduna com a liturgia do Supremo Tribunal Federal, nem de um ex-presidente da República ou de um ex-presidente do tribunal, caso o Nelson Jobim tenha de fato participado disso.
Interfere no funcionamento da Corte?
Precisamos compreender uma coisa: ministro do Supremo não é cooptável. No dia em que for, teremos que fechar o Brasil para balanço
O sr. acha que o mensalão pode ser, de fato, adiado por pressões políticas?
Se eu fosse advogado de algum acusado estaria muito chateado com a situação. Pois parece um gol contra. Mas como julgador, continuo no mesmo patamar de isenção. Nada repercute. É o que eu tenho dito. Esse é um processo como tantos outros. Quando for liberado, será julgado. O que me preocupa é outra questão. Se tem gente que pensa que, diante de um ministro do Supremo, que é o órgão máximo do Judiciário, é capaz de interferir, interceder, influenciar, imagina o que deve acontecer com um juiz de primeira instância.
Na sua avaliação, esse episódio de fato aconteceu?
Não posso presumir que o ministro Gilmar Mendes tenha criado esse episódio. O presidente Lula tem uma forma de tocar as coisas concernente ao mundo privado, que funciona em sindicatos, onde ele cresceu. Agora, no campo público é diferente

 FELIPE SELIGMAN

Ai, se eu te pego!


Blog do Josias

Mercado vê pela 1ª vez variação do PIB abaixo de 3% para este ano

O mercado reduziu pela terceira semana a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com divulgação do boletim Focus desta segunda-feira (28).
Esta é a primeira vez que o mercado indica um crescimento menor do que 3% neste ano e acompanha o movimento do governo que já fala em crescimento menor do que os 4,5% estimados no início do ano. O otimismo com relação a economia tem perdido força com indicadores industriais em queda e o IBC-Br (prévia do PIB divulgado mensalmente pelo BC) que aponta para uma alta de apenas 0,15% na atividade econômica no primeiro trimestre em comparação com o quatro trimestre de 2011.
Consumo sustenta economia no início do ano, dizem analistas

A projeção para o PIB (a soma de todas as riquezas produzidas por um país) de 2012 foi reduzida de 3,09%, na semana passada, para 2,99% hoje. Para 2013, a estimativa foi mantida em 4,50%.
A projeção deste ano para inflação oficial (medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA) caiu de 5,21%, na semana passada, para 5,17%. Para 2013, a previsão ficou em 5,60%. O centro da meta do governo para este ano é de 4,5% e o teto, 6,5%.
Já a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, neste ano, foi mantida em 8% (a mínima histórica foi de 8,75% em 2009), pela segunda semana seguida. Para 2013, foi mantida em 9,5%.
A projeção para o valor do dólar em 2012 voltou a subir, passando de R$ 1,85, na semana passada, para R$ 1,90 hoje. Para 2013, ficou inalteradas em R$ 1,85.
O boletim Focus é elaborado pelo BC a partir de consultas feitas a instituições financeiras e expressa, semanalmente, como o mercado percebe o comportamento da economia.
ANTICRISE
No começo do mês, o governo anunciou mais uma série de medidas para estimular o consumo, principalmente de veículos, e a aquisição de bens de capital (máquinas e equipamentos), que incluem a redução de impostos, aumento de prazos de financiamentos e corte de juros.
Entre as medidas, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) cobrado em todos os financiamentos para consumo caiu de 2,5% para 1,5%.
Outra medida foi a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até 31 de agosto em até sete pontos percentuais, de acordo com o modelo e a cilindrada do veículo. A renúncia fiscal é estimada em R$ 2,1 bilhões.

Folha de São Paulo

Vale vende reserva de carvão na Colômbia por US$ 407 milhões

A Vale informou na manhã desta segunda-feira (28) que vendeu por US$ 407 milhões seus ativos de carvão térmico na Colômbia, para a CPC S.A.S., uma afiliada da Colombian Natural Resources S.A.S. (CNR).
Segundo a mineradora brasileira, a compra ainda está sujeita a aprovações regulatórias.
A venda faz parte da política que está sendo implantada desde a posse do presidente da Vale, Murilo Ferreira, há um ano, de otimizar o portfólio de ativos da companhia, concentrando os investimentos em segmentos que tem maior foco na empresa.
As operações de carvão térmico na Colômbia da Vale consistem na totalidade do capital da mina de carvão de El Hatillo e o depósito de carvão de Cerro Largo, ambos localizados no departamento de Cesar, além de uma operação portuária de carvão na costa atlântica da Colômbia, a Sociedad Portuária Rio Córdoba (SPRC).
A Vale possui ainda participação de 8,43% na ferrovia Ferrocarriles Del Norte de Colombia S.A. (Fenoco) que detém a concessão e operação da ferrovia que liga as minas de carvão ao SPRC.
"A venda das operações de carvão térmico na Colômbia é parte de nossos esforços contínuos de otimização do portfólio de ativos", disse a Vale em nota.

 DENISE LUNA

sábado, 26 de maio de 2012

Bem defendido, o crime compensa!


Blog de Josias

Europa diz que China e EUA também precisam de ajustes econômicos

Os Estados Unidos e o Japão precisam lidar com seus problemas fiscais e a China deve aliviar suas restrições ao iuan, uma vez que estes países compartilham com a Europa a responsabilidade de recuperar a saúde econômica global, disseram os líderes da UE antes da cúpula das economias do G20 que acontece em junho.
Em carta endereçada a todos os 27 países da União Europeia, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disseram que a Europa está fazendo tudo o que é possível.
"A Europa tem intensificado e assumiu a sua responsabilidade especial para garantir a estabilidade financeira da área do euro e continuaremos a fazê-lo", disse a carta no período que antecede a cúpula do G20 em Los Cabos, no México.
"Cabe agora a todos os membros do G20 aumentar esforços e aprofundar nossa cooperação a fim de assegurar uma recuperação global sustentada da economia."
Em particular, o documento endereça aos Estados Unidos para evitar a queda em um "precipício fiscal" - evitando os problemas que poderiam resultar em aumentos de impostos e cortes de gastos destinados a produzir efeitos no final do ano. A carta também apelou à China para operar reformas.
"Enquanto estamos firmemente focados em fazer a nossa parte, em Los Cabos, todos os parceiros do G20 também deverão reconhecer suas responsabilidades na construção de uma recuperação sustentável", apontou a carta, divulgada na noite de sexta-feira, disse.
Os Estados Unidos e o Japão também precisam implementar "a médio prazo confiáveis de planos de consolidação fiscal", escreveu.
"Nós também devemos pedir à China que continue a fortalecer as suas redes de segurança social, realizar novas reformas estruturais e avançar para um câmbio determinado pelo mercado". 

REUTERS

Lula propôs ajuda em CPI para adiar mensalão, diz Gilmar Mendes

O ex-presidente Lula procurou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes para tentar adiar o julgamento do mensalão.
Em troca da ajuda, Lula ofereceu ao ministro, segundo reportagem da revista "Veja" publicada neste fim de semana, blindagem na CPI que investiga as relações do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários.
Sérgio Lima - 09.dez.2009/Folha Imagem
Então presidente, Lula conversa com o ministro do STF Gilmar Mendes em evento que aconteceu em 2009 em Brasília
Então presidente, Lula conversa com o ministro do STF Gilmar Mendes em evento que aconteceu em 2009 em Brasília
Mendes confirmou hoje (26) à Folha o encontro com Lula e o teor da conversa revelada pela revista, mas não quis dar detalhes. "Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula", afirmou o ministro.
O encontro aconteceu em 26 de abril no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro do governo Lula e ex-integrante do Supremo.
Lula disse ao ministro, segundo a revista, que é "inconveniente" julgar o processo agora e chegou a fazer referências a uma viagem a Berlim em que Mendes se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), hoje investigado por suas ligações com Cachoeira.
Membro do Ministério Público, Demóstenes era na época um dos principais interlocutores do Poder Judiciário e de seus integrantes no Congresso Nacional.
A assessoria de Lula disse que não iria comentar.
Na conversa, Gilmar ficou irritado com as insinuações de Lula e disse que ele poderia "ir fundo na CPI".
De acordo com a reportagem da "Veja", o próximo passo de Lula seria procurar o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, também com o intuito de adiar o julgamento do mensalão.
Em recente almoço no Palácio do Alvorada, na ocasião da instalação da Comissão da Verdade, Lula convidou Ayres Britto para tomar um vinho com ele e o amigo comum Celso Antonio Bandeira de Mello, um dos responsáveis pela indicação do atual presidente do Supremo.
À Folha Britto também confirmou o convite, mas disse que não percebeu qualquer malícia em Lula e que o encontro não ocorreu.
"Estive com Lula umas quatro vezes nos últimos nove anos e ele sempre fala de Bandeirinha. Ele nunca me pediu nada e não tenho motivos para acreditar que havia malícia no convite", disse. Ele diz que a "luz amarela" só acendeu quando Gilmar Mendes contou sobre o encontro, "mas eu imediatamente apaguei, pois Lula sabe que eu não faria algo do tipo".
Na última sexta-feira (25), em Salvador, Ayres Britto disse que os ministros do STF "estão vacinados contra todo tipo de pressão". "Ainda está para aparecer alguém que ponha uma faca no pescoço dos ministros do STF."

Folha de Sâo Paulo

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dilma Rousseff apresenta hoje seus vetos ao Código Florestal

A presidente Dilma Rousseff apresentará hoje sua lista de vetos ao Código Florestal e as propostas do governo para preencher os buracos legais deixados no texto.
O veto será provavelmente parcial, segundo adiantou ontem o vice-presidente, Michel Temer. A ideia é tentar restaurar a essência do projeto de código aprovado pelo Senado, segundo informou à Folha uma pessoa envolvida nas negociações.
Uma mudança importante deve ser feita no polêmico artigo 62 do código, que trata da recomposição de florestas desmatadas em beira de rio --e cuja versão da Câmara caracterizava anistia a desmatadores, na opinião do governo.
Evaristo Sa - 24.mai.2012/France Presse
Manifestante com máscara da presidente Dilma pede veto ao Código Florestal
Manifestante com máscara de Dilma pede veto ao projeto do Código Florestal; presidente apresenta hoje sua decisão
A formulação anterior, definida pelo Senado para o artigo, deve voltar ao texto. Assim, os proprietários serão obrigados a recompor faixas de mata ciliar de tamanhos variados, a depender da largura do rio.
O Ministério do Meio Ambiente aceitou flexibilizar a recomposição para os minifúndios, propriedades rurais de até 1 módulo fiscal de área (que correspondem a 6% da área agrícola do país, mas a 65% dos imóveis).
Em troca, o mínimo de recomposição de mata ciliar seria elevado para 30 metros à beira de rios pequenos, em vez dos 15 metros definidos pelos textos do Senado e da Câmara.
REUNIÃO
Às 9h desta sexta-feira, Dilma recebe a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e os líderes do governo Arlindo Chinaglia (Câmara), Eduardo Braga (Senado) e José Pimentel (Congresso).
O objetivo é fazer uma exposição prévia dos vetos e acertar a estratégia na tramitação de uma nova proposta no Congresso para cobrir as lacunas que o veto deixará na legislação.
"A reação da opinião pública confirmou a tese que defendíamos de que seria melhor ter apostado no acordo do Senado", afirmou a ministra.
No encontro de hoje, Ideli vai sugerir à presidente a fazer uma reunião ampliada com todos os líderes da base e os ministros envolvidos nas negociações.
Ontem à noite, ambientalistas iniciaram uma vigília em frente ao Planalto na expectativa do veto.
Dilma esteve reunida com ministros no Planalto fechando os vetos e a maneira como será enviada a nova proposta legislativa sobre o tema.
O encontro faz parte de uma exaustiva série de encontros que a presidente tem feito desde sábado com Gleisi Hoffman (Casa Civil), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Mendes Ribeiro (Agricultura), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) e Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União).
Nos encontros, cada artigo do código foi discutido, com direito a aulas particulares de especialistas, como o agrônomo Gerd Sparovek, da Esalq-USP, e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.
Prevaleceu no governo a posição de Izabella, que defendia o texto do Senado como o melhor acordo possível para conciliar produção agrícola e conservação.
Na manhã de ontem, o governo recebeu uma petição com 1,9 milhão de assinaturas pedindo que a presidente vete o texto aprovado pela Câmara. O documento foi entregue pela ONG Avaaz.
"O texto aprovado é um texto horrível", afirmou o diretor da Avaaz, Pedro Abramovay, ex-secretário nacional de Justiça. "É muito difícil pensar uma solução que respeite algum pedaço desse texto, é o texto do desmatamento. A gente quer o veto total ao desmatamento", completou. 
KELLY MATOS
CLAUDIO ANGELO

Estudo mostra que 4,7% das ruas do país têm rampa para cadeirante

Apenas 4,7% das ruas do país têm rampa de acesso para cadeirantes, segundo a pesquisa inédita divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base nos dados do Censo 2010. Segundo o levantamento, nenhuma cidade do país tem todas as ruas com a benfeitoria para deficientes.
Censo aponta que 11% das moradias têm esgoto a céu aberto
A cidade que mais se aproxima dessa condição é Jaguaribara (255 km de Fortaleza), no Ceará. De acordo com o IBGE, 75,5% dos logradouros da cidade têm os acessos para cadeirantes.
Entre os municípios com mais de 1 milhão de habitantes, Porto Alegre lidera com 23,3% das ruas acessíveis.
Em São Paulo, só 9,2% das ruas têm o equipamento, enquanto que no Rio de Janeiro esse percentual é de 8,9%.

VENCESLAU BORLINA FILHO
PEDRO SOARES

Cachoeirinha!


Blog do Josias

O tamanho dos sonhos

Ray Kurzweil e Peter Diamandis fundaram a Universidade da Singularidade. Ela recebeu destaque na matéria de Carole Caldwalladr, na Ilustríssima, com o título de "Think Tank".
Um amigo, Carlos Figueiredo, que acompanha entusiasmado o assunto, já havia falado sobre a proposta.
A Universidade da Singularidade é uma instituição futurista que deseja formar líderes para que a humanidade atinja sonhos e, mais que sonhos comuns, utopias. Ela mira no mundo pós-escassez e busca resolver problemas como o da falta de água potável no planeta e chegar a limites bem mais ousados, como "a máquina ter consciência de si". A possibilidade de robôs terem noção da própria existência.
A ousadia não tem limites. Inspira-se na Lei de Moore (Gordon Moore da Intel) que afirma que a potência de computação dobra a cada 18 ou 24 meses. Isso foi em 1965. A previsão se manteve por 50 anos. A ideia é: o potencial da computação cresce exponencialmente. Empresas do porte da Google e a NASA apoiam a Universidade.
Há um curso-padrão de dez semanas tão disputado, que obrigou a criação de minicursos executivos. Um sucesso. No maior estilo Vale do Silício.
Não sei se ela vai atingir seus objetivos mais arrojados, mas se resolver a questão da água potável, já está muito bom.
O que me chama mais a atenção é a ousadia, a determinação, a vontade de achar soluções.
Lá eles acreditam em encontrar uma nova singularidade do porte do Big Bang, da Vida Consciente, no Homem Transcendente, que faz sentido para eles.
Aqui, não temos nenhum centro de pesquisas e inovações tecnológicas pensando na solução dos problemas para as nossas cidades, especialmente para São Paulo. Faz sentido para o homem cotidiano, que poderia ter uma vida melhor.
Pesquisadores, estudantes, técnicos de empresas, cidadãos interessados não se sentam junto a uma bancada, num prédio ao lado de uma universidade, somando competências para resolverem as questões do trânsito, das enchentes, da falta de emprego na periferia, da despoluição dos rios Tietê e Pinheiros.
Chegar à mobilidade ideal possível. A apropriação da cidade de forma plena, propiciando às gerações contemporâneas a satisfação que a tecnologia já conquistou.
Também não se discutem caminhos para questões que afetam a alma e causam tanta inquietação às pessoas, apontadas pela Escola da Vida, de Alain de Botton. Problemas de hoje, do lugar onde vivemos. Que nos afligem.
O tamanho dos nossos sonhos depende da coragem que temos de persegui-los. De usar nosso cérebro para alcançá-los.
A Universidade da Singularidade para São Paulo seria a Universidade da Cidade. Um centro de estudos à margem do rio Pinheiros, ao lado da USP, somando todas as nossas inteligências, nosso empreendedorismo, para fazer os paulistanos aproveitarem mais a vida que levam.
Simples assim. Tão difícil de fazer.
A ficha ainda não caiu.

 José Luiz Portella Pereira

Thomaz Bastos diz que deixa julgamento moral à 'vingança de Deus'

O advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos tem sido criticado por ter sido ministro e hoje advogar para clientes como Carlinhos Cachoeira, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição desta sexta-feira da Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Zanone Fraissat - 23.mar.12/Folhapress
Márcio Thomaz Bastos, advogado e ex-ministro da Justiça
Márcio Thomaz Bastos, advogado e ex-ministro da Justiça
"Sou advogado há 46 anos e fui ministro por quatro. A defesa é tão importante quanto a acusação." Ele cita o advogado americano Edward Williams: "Defendo os clientes da culpa legal. Julgamentos morais eu deixo para a majestosa vingança de Deus".
Bastos, que cobrou R$ 15 milhões de Cachoeira, diz que também advoga de graça ele defendeu, por exemplo, o julgamento de cotas no STF (Supremo Tribunal Federal) sem nada receber.

Folha de São Paulo

União Europeia denuncia Argentina por restrições comerciais

A União Europeia denunciou nesta sexta-feira a Argentina na Organização Mundial do Comércio pelas "restrições" às importações impostas pelo governo da presidente Cristina Kirchner, que provocam um "dano real" à economia europeia.
"As restrições argentinas à importação violam as normas comerciais internacionais e devem ser eliminadas. Estas medidas provocam um dano real às empresas da UE e prejudicam o emprego e toda nossa economia", declarou o comissário europeu de Comércio, Karel de Gucht.
A denúncia da UE não envolve a recente decisão da Argentina de expropriar 51% das ações da petroleira YPF, todas elas procedentes dos 57,4% sob controle da espanhola Repsol.
Fontes europeias afirmaram que a UE está considerando todas as opções e está muito preocupada com a decisão argentina.

 FRANCE PRESSE

Confiança do consumidor recua 1,2% em maio, aponta FGV

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) recuou 1,2% em maio na comparação com abril, ao passar de 128,7 pontos para 127,1 pontos, segundo dados divulgados pela fundação nesta sexta-feira.
Em abril o índice havia atingido o recorde da série iniciada em setembro de 2005.
De acordo com a FGV, houve piora das avaliações sobre o momento atual e redução do otimismo em relação aos próximos meses.
O ISA (Índice da Situação Atual) caiu 1,8%, passando de 148,1 pontos em abril para 145,5 pontos em maio, o terceiro maior nível da série. Já o Índice de Expectativas recuou 1,1%, de 118,3 para 117,0 pontos no período.
O indicador que mede a satisfação com a situação econômica local no momento caiu 2,6%, após três altas consecutivas, informou a FGV. Esse resultado foi o que mais contribuiu para a queda do ICC no mês, de acordo com a FGV.
Na comparação entre abril e maio, a proporção de consumidores que avaliam a situação como boa caiu de 34% para 31,5%, e a dos que a consideram ruim passou de 14,2% para 14,8%.
Dentre os quesitos que compõem o ICC, o indicador que mede as expectativas dos consumidores em relação à situação econômica local nos seis meses seguintes caiu 1,5%, ao passar de 126,3 para 124,4 pontos.
A parcela de consumidores que projetam um ambiente melhor nos meses seguintes recuou de 37,5% em abril para 36,5%, e a dos que preveem uma piora subiu de 11,2% para 12,1% em maio.

 REUTERS

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mãezona!


Blog do Josias

Dólar avança para R$ 1,986 e Bolsa cai por pessimismo com Grécia

O mau humor e a forte aversão ao risco tomam conta dos mercados nesta segunda-feira. O principal motor das baixas nas Bolsas de Valores no mundo - e da alta do dólar - é o risco político na Europa, depois do fracasso nas negociações políticas na Grécia para formação de um governo de coalizão.
No Brasil, a moeda americana começou a segunda-feira em alta em relação ao real. Por volta do meio-dia, o dólar valia R$ 1,986, ganho de 1,53%.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, caia 2,15%, aos 58.168 pontos. O volume financeiro na Bolsa girava em torno de R$ 1,505 bilhão.
Na sexta-feira, o indicador recuou 0,43%, para 59.445 pontos, fechando pelo terceiro pregão seguido abaixo dos 60 mil pontos e reduzindo os ganhos no ano para 4,74%.
As ações de construção civil lideram as baixas do Ibovespa neste pregão. A ação Brookfield ON (ordinária, que não dá direito a voto) despenca 8,15%, para R$ 4,51; PDG Realty recua 7,51%, para R$ 4,19; e Rossi Residencial perde 5,87%, para R$ 6,73.
Entre as "blue chips" (ações com mais liquidez), o papel preferencial (que dá preferência no pagamento dos dividendos) da Petrobras, caía 1,24%, para R$ 19,09; e OGX ON tinha queda de 3,46%, para R$ 13,12.
Na Europa, os integrantes do Banco Central Europeu já falam explicitamente na possibilidade de o país deixar a zona do euro.
Além disso, novidades ruins aparecem na Espanha e na Alemanha. A agência de classificação de risco Moody's apontou que os esforços da Espanha para aumentar a confiança dos investidores, como aumento da provisão para perdas dos bancos, vão elevar o endividamento do país e prejudicar sua posição de crédito. E o partido da chanceler alemã, Angela Merkel, perdeu as eleições no importante estado da Renânia do Norte-Vestfália, o mais populoso do país.
Para completar, a agenda de indicadores não ajuda. Foi divulgada queda de 0,3% da produção industrial da zona do euro em março na comparação com fevereiro, contrariando a previsão de aumento de 0,5%.

Folha de São Paulo

Procon alerta sobre 'pegadinhas' na redução de juros; veja taxas

Análise do Procon-SP sobre a redução de juros dos bancos concluiu que os dados fornecidos ao cliente dificultam a escolha da melhor opção de empréstimo e que as reduções beneficiam apenas correntistas que optem por pacotes de serviços ou recebam o salário pela instituição.
Os dados referem-se às taxas cobradas no dia 2 de maio.
O diretor executivo da Fundação Procon-SP, Paulo Arthur Góes, afirma que os bancos serão notificadas pelo Procon-SP para provar a veracidade das informações nos sites e do material divulgado.
"É obrigação das instituições financeiras informarem de forma clara e didática tudo sobre o produto que está sendo adquirido, incluindo dados sobre possíveis riscos e perdas", disse.
Dirigidos, principalmente, aos correntistas que pretendem renegociar dívidas ou contrair empréstimos, os anúncios, segundo o Procon-SP, geralmente não informam a taxa máxima do produto. Não são todos os clientes, porém, que terão fácil acesso à mínima.
BASE DE COMPARAÇÃO
Inconsistências também foram identificadas nos percentuais de redução das taxas. A Caixa Econômica Federal anunciou redução de 87% na taxa de juros do "Cartão Azul", informa a entidade, apresentado ao consumidor com a taxa de 2,85% ao mês. O produto, porém, é novo, e para se chegar a essa diferença a Caixa comparou o valor com o de outro produto já existente.
O levantamento indica que há confusão também na nomenclatura dos produtos, o que pode dificultar a comparação. Um exemplo é a divulgação do Bradesco sobre a taxa de crédito pessoal. Neste caso, o consumidor precisa de mais detalhes, pois o banco possui diversas linhas de crédito pessoal, com uma taxa de juros para cada.
A portabilidade de crédito quando o consumidor transfere sua dívida com o banco para outra instituição também está sendo confundida com o refinanciamento, que amplia o número e reduz o valor da parcela, porém tem um custo total a pagar maior do que a dívida original.
A reportagem está entrando em contato com os bancos citados e aguarda um posicionamento sobre a pesquisa.
DICAS
Para Góes, as informações divulgadas pelos bancos ainda estão muito confusas --o consumidor, portanto, deve ter o máximo de cuidado para trocar a instituição e renegociar sua dívida.
"É preciso muita pesquisa e cautela, até que se tenha a total compreensão e certeza para o próximo passo."
Ele orienta o consumidor que tiver dúvidas ou quiser fazer uma reclamação a procurar uma unidade do Procon.

Folha de São Paulo

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Governo deu aval a negócio com Delta, diz empresário

O empresário José Batista Júnior, um dos controladores do frigorífico JBS, disse ontem que o governo foi consultado e deu aval à decisão de sua família de comprar a construtora Delta para impedir a paralisia de suas obras.
A informação é da reportagem de Catia Seabra, publicada na Folha desta sexta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Compra da Delta foi fechada após 10 dias de negociação
A construtora Delta enfrenta dificuldades por causa de seu envolvimento com o empresário Carlinhos Cachoeira, que foi preso em fevereiro e é acusado de comandar um esquema de corrupção. E foi comprada ontem pela JBS.
Investigações conduzidas pela Polícia Federal sugerem que o grupo de Cachoeira defendeu interesses da empresa e ajudou-a a obter contratos em vários Estados.

 Catia Seabra

Açougue Brasil!


Blog do Josias

O cérebro racista

Conforme prometido, discuto hoje os últimos achados da psicologia evolutiva e da neurociência sobre o racismo. Apoio-me principalmente em "Incógnito: as Vidas Secretas do Cérebro", de David Eagleman, que acaba de ganhar uma edição brasileira, e no recém-lançado "Subliminal: How Your Unconscious Mind Rules Your Behavior" (subliminar: como a mente inconsciente controla o seu comportamento), de Leonard Mlodinov.
Imitando descaradamente Eagleman, começo sondando a mente de uma celebridade, Mel Gibson. No dia 28 de julho de 2006, o ator, que, por ter dirigido o filme "A Paixão de Cristo", com inegáveis tons antissemitas, já não gozava de muito boa reputação na comunidade judaica, foi preso por dirigir embriagado. Ele trafegava a 160 km/h (o limite ali era 80 km/h) e com uma alcoolemia de 0,12% (o limite na Califórnia é de 0,08%).
O que distingue esse episódio dos muitos outros casos de condução sob influência que pululam em Hollywood é que, ao ser abordado, Gibson começou a imprecar contra os judeus: "Os judeus são f.... Começaram todas as guerras mundiais". "Você é judeu?", perguntou para o policial James Mee, que era de fato um representante do autoproclamado povo eleito. A história vazou para um site de fofocas e foi um deus nos acuda.
No dia seguinte, ainda de ressaca, Gibson soltou uma nota em que falava de seu alcoolismo e pedia desculpas por seu comportamento. A comunidade judaica, mais especificamente a Liga Antidifamação, protestou porque o texto não fazia referência às observações antissemitas e, em resposta, o ator divulgou uma segunda nota em que fazia um "mea culpa" dirigido especialmente aos judeus.
O produtor Dean Devlin, que é judeu e muito amigo de Gibson (antes da bebedeira, ele passara a tarde na casa de Devlin), logo saiu em socorro do ator, afirmando que a forte amizade entre os dois era a prova de que não havia antissemitismo e atribuiu as desastradas declarações ao álcool.
A pergunta que não quer calar é: qual é o Gibson verdadeiro, o rematadamente racista, que se faz revelar quando o ator dá uns goles a mais, ou aquele que redigiu o pedido de desculpas e tem amigos judeus? E a resposta, um dos grandes achados da neurociência dos últimos anos, é que muito provavelmente não existe um "eu verdadeiro". Nossas mentes são um enorme concerto de diferentes facções cerebrais, que competem umas com as outras para obter o controle sobre o comportamento. Na imagem de Eagleman, o cérebro é uma democracia representativa, na qual diversos módulos, sistemas e circuitos podem ter opiniões divergentes sobre o mesmo tema. Vence quem, naquele momento, se mostra mais eloquente.
Embora o psicólogo polaco-britânico Henri Tajfel (1919-82) tenha sugerido já nos anos 70 que o racismo e os preconceitos em geral se manifestavam dessa forma multitudinária, na qual processos de categorização acabavam, por vezes inconscientemente, assumindo o controle do comportamento, pelo menos até o final dos anos 80 a visão dominante entre psicólogos era a de que a discriminação era um ato consciente e intencional.
Como mostra Mlodinov, o panorama começou a mudar a partir de 1988, quando pesquisadores da Universidade de Washington desenvolveram o hoje famoso IAT, sigla inglesa para Teste de Associação Implícita. Basicamente, ele nos revela e de forma mensurável quão preconceituosos somos.
A ideia do IAT é bastante simples. Considere a seguinte lista de palavras: João, Joana, irmão, neta, Beth, filha, Miguel, sobrinha, Ricardo, Leonardo, filho, tia, avô, Roberto, Cristina, pai, mãe, neto, Filipe, Sofia.
Agora a releia dizendo para si mesmo "olá" cada vez que encontrar um nome próprio ou de parentesco masculino e "adeus" quando as palavras forem femininas. É fácil, não é mesmo? Passemos à fase dois.
Agora, sua missão é voltar à lista e dizer "olá" para os nomes próprios masculinos e relações de parentesco femininas e "adeus" para nomes femininos e ligações familiares masculinas. Se você é uma pessoa normal, ficou bem mais difícil. O tempo para desempenhar a tarefa deve ter subido de algo como ½ segundo por palavra para ¾ de segundo.
O motivo é que, quando rotulamos cada palavra com o "olá" ou o "adeus", nós nos guiamos por nossas associações mentais. Quando elas não trazem desvios, tudo vai muito bem. Mas, quando estão embaralhadas, precisamos de mais tempo para ordená-las. Assim, medindo a diferença na velocidade da resposta entre as fases 1 e 2, cientistas são capazes de mensurar quão fortemente uma pessoa associa determinadas características com uma categoria social.
Troque as relações de parentesco masculinas e femininas pelas palavras relacionadas a ciência e artes respectivamente e teremos uma medida de quanto cada indivíduo se deixa levar por categorias de gênero, associando homens a atividades científicas e mulheres às artísticas.
Segundo Mlodinov, mais ou menos a metade do público testado dessa maneira em diferentes circunstâncias exibe um grau de moderado a forte de preconceito de gênero.
IATs não precisam se limitar a palavras. As séries podem ser compostas de imagens e mesmo imagens e palavras. Se utilizarmos fotos de pessoas brancas e negras e palavras negativas (mal, fracasso, terrível etc.) e positivas (paz, amor, felicidade, alegria etc.) teremos uma medida dos preconceitos raciais.
Trabalhos realizados primordialmente nos EUA revelam algo não muito bonito sobre o homem. Cerca de 70% das pessoas que fizeram testes desse tipo, incluindo negros, mostraram um viés pró-branco. Uma parte não desprezível dessas cobaias (estamos falando de ambientes universitários liberais) ficou sincera e genuinamente chocada ao descobrir que fazia associações racistas implícitas, ainda que, explicitamente, militasse conta o racismo.
Se você já fez o teste e caiu nessa categoria ou acha que pode cair, não fique chateado, pois está em boa companhia.
"Não sou nem nunca fui favorável a promover a igualdade social e política das raças branca e negra... há uma diferença física entre as raças branca e negra que, acredito, sempre impedirá as duas raças de viver juntas como iguais em termos sociais e políticos. E eu, como qualquer outro homem, sou a favor de que os brancos mantenham a posição de superioridade".
Horrível, não é mesmo? Bem, o autor da declaração não é ninguém menos que Abraham Lincoln, o presidente dos EUA que promoveu a Guerra de Secessão (1861-1865) para pôr um fim à escravidão no país. O Honesto Abe, como era conhecido, disse isso num debate em Charlestown, Illinois, em 1858.
E mesmo Lincoln não está só. Mlodinov também traz pérolas racistas do mahatma Gandhi e de Che Guevara. Por mais progressistas que eles fossem para o seu tempo, ainda eram prisioneiros de suas épocas e dos recônditos de suas mentes. De resto, é uma inovação cultural muito recente, e muito bem-vinda, a noção de que devemos pelo menos nos esforçar para julgar as pessoas segundo seus méritos ou deméritos pessoais, e não pelas categorias às quais pertencem.
Em termos neurológicos, ainda que o córtex pré-frontal, responsável pelas decisões racionais, esteja geralmente no comando, ele opera segundo informações inconscientes que recebe de outras partes do cérebro e muitas vezes se deixa levar por elas. Quem normalmente medeia essa troca de informações é uma estrutura chamada de córtex pré-frontal ventromedial (VMPC, na sigla inglesa). Ele parece gerir o tráfego entre as zonas reflexivas e o sistema límbico, que é o cérebro emocional. E, de fato, pessoas com lesões no VMPC perdem miraculosamente seus preconceitos. Elas perdem a capacidade de estereotipar.
Infelizmente, a operação traz alguns efeitos colaterais. A categorização está na base do racismo e de outros comportamentos moralmente questionáveis, como a xenofobia e as guerras nacionalistas ou de religião, mas é absolutamente essencial para a sobrevivência tanto do indivíduo como a espécie. Se não fôssemos capazes de agrupar os objetos e pessoas com os quais nos relacionamos de acordo com categorias, não teríamos conseguido transformar pedras em ferramentas e não reconheceríamos membros do clã rival como inimigos.
Até onde vai a ciência, a cor da pele é um detalhe sem muita significância, mas perceber pelas características físicas ou indumentárias se o sujeito que encontro no meio da savana pertence ou não ao meu bando e daí estimar as chances de ele agir com hostilidade foi vital no passado darwiniano. Nossos cérebros ainda conservam essa programação da Idade da Pedra num mundo em que só temos a perder discriminando.
A boa notícia é que, na sinfonia democrática que são nossas mente, nossos piores impulsos podem ser e com frequência são sobrepujados pela reflexão consciente, que emerge como regente. Por vezes, o maestro sucumbe às más influências de um trompetista bêbado. Pior, ele nunca deixa de ouvir às notas desafinadas dos demais membros da orquestra, que definem seu modo de conduzir. Ainda que não exista um Mel Gibson verdadeiro, a variante razoavelmente comportada e não escancaradamente antissemita pode estar no controle na maior parte do tempo.
Nossa estrutura cerebral parece apontar para um quadro no qual dificilmente conseguiremos eliminar todas as marcas do racismo e demais chauvinismos de nossa sociedade. Nesse contexto, as leis antidiscriminação, tendem a ser muito pouco efetivas. Elas partem do princípio errado de que manifestações e atitudes racistas são sempre um ato volitivo e, portanto, passível de punição. O caminho mais indicado, creio, é apostar menos no espalhafato judicial e mais no autocontrole, na razão e numa cultura virtuosamente antirracista. Isso já está acontecendo, do que dão prova a virtual abolição da escravidão uma das maiores realizações da civilização e a discussão em torno de cotas e outros meios de produzir sociedades mais justas.

 Hélio Schwartsman

STF decide que suspeito de tráfico pode responder em liberdade

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira que suspeitos de tráfico de drogas têm direito à liberdade provisória, assim como qualquer outro cidadão que responde a processo criminal.
Com a decisão, os ministros anularam parte da Lei de Drogas de 2006, que impedia a liberdade provisória nesses casos.
A maioria dos ministros entendeu que a obrigatoriedade da prisão preventiva para suspeito de tráfico é ilegal porque viola o princípio da presunção de inocência, que considera todo cidadão inocente até decisão definitiva da Justiça. Os ministros também entenderam que a vedação prévia da lei impede que o juiz verifique as peculiaridades de cada acusado.
O plenário do STF analisou o caso a partir do pedido de liberdade de um suspeito de tráfico preso provisoriamente em 2009. Além de atacar a Lei de Drogas, o advogado do acusado também afirmava que seu cliente estava preso há quase 300 dias aguardando julgamento e que não havia motivo para mantê-lo mais tempo na cadeia.
Para o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, a regra da Lei de Drogas "é incompatível com o princípio constitucional da presunção de inocência e do devido processo legal". Segundo ele, a lei altera o sistema penal ao tornar a prisão uma regra e a liberdade uma exceção.
O entendimento Mendes foi seguido pelos ministros José Antonio Dias Toffoli, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto. Os ministros Joaquim Barbosa, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux votaram contra.
Essa é a segunda vez que o STF esvazia a Lei de Drogas. Em setembro de 2010, os ministros anularam trecho da lei que impedia a conversão da prisão em pena alternativa para condenados por tráfico de entorpecentes.

 AGÊNCIA BRASIL

Três são condenados pela morte do prefeito Celso Daniel

Três réus foram condenados na noite desta quinta-feira (10) pela morte do prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel (PT), ocorrida em janeiro de 2002.
Ivan Rodrigues da Silva (Monstro) foi condenado a 24 anos de prisão em regime fechado, enquanto José Edison da Silva recebeu a 20 anos e Rodolfo Rodrigo dos Santos (Bozinho), 18 anos de pena. Eles negam participação no assassinato.
A decisão foi tomada em um júri no Fórum de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), que durou mais de nove horas.
Todos os jurados votaram contra os réus nos seis itens do questionário.
Celso Daniel foi encontrado morto, com oito tiros, numa estrada de terra em Juquitiba (SP) após dois dias de sequestro. Na época, ele havia sido escolhido para coordenar a campanha que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder.
É a segunda decisão referente ao caso. Em 2010, Marcos Bispo dos Santos foi condenado a 18 anos de prisão.
Outros dois acusados --Itamar Messias Silva dos Santos e Elcyd Oliveira Brito (John)-- seriam julgados hoje. Os advogados deles, no entanto, abandonaram o júri alegando que teriam menos tempo para apresentar a defesa do que o Ministério Público para sustentar a acusação.
Principal acusado do crime, Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, ainda não foi julgado porque sua defesa conseguiu uma série de recursos judiciais. Ele responde em liberdade e questiona no STF (Supremo Tribunal Federal) o poder de investigação do Ministério Público em casos criminais.
BATE-BOCA
Durante o debate, houve um bate boca entre a defesa e acusação. Na sua sustentação oral, o advogado José do Ribamar Baima do Lago Júnior, que defende Bozinho, contestou uso de uma testemunha protegida que relatou à Promotoria ter ouvido diálogo dos réus narrando que mataram o prefeito. "Nem o delegado acreditou [na versão]", disse.
Ele reclamou que a testemunha não foi chamada para depor no júri. "Não sou advogado cadeieiro, não sou advogado vagabundo que passa nome de testemunha para bandido ir lá matar", afirmou Lago Júnior.
"Se o senhor levantar a voz, eu também vou levantar", reagiu o promotor Márcio Augusto Friggi de Carvalho. "O senhor vai seguir na linha de enganar os jurados?"
O advogado reagiu. "Não vou lhe dar aparte, se quiser a réplica, estou aqui", disse, batendo contra no peito.
TORTURA
Em interrogatório, Monstro, José Edison e Bozinho negaram participação no assassinato e disseram ter sido torturados pela polícia.
Os três também acusaram o ex-deputado petista e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que acompanhou as investigações, de ter colaborado com os policiais durante suposta tortura.
"Os policiais aceitavam tudo o que ele dizia. Ele queria porque queria porque que eu confessasse o crime", disse o réu Rodolfo Rodrigo dos Santos. Ele ainda afirmou que foi agredido fisicamente pelo petista.
Greenhalgh chamou de "inverídicas" as alegações. "Eles [os promotores] são testemunhas de que não houve maus tratos durante os depoimentos que resultaram na confissão dos acusados", disse.
FINANCIAMENTO
A Promotoria voltou a defender hoje que o assassinato está vinculado a um esquema de desvios de verbas da prefeitura para financiar campanhas do PT.
Para o Ministério Público, o grupo foi contratado por Sombra para matar o prefeito, que teria descoberto que parte do dinheiro que deveria abastecer o PT foi desviado pelos envolvidos no esquema de corrupção.
De acordo com o promotor Friggi, provas levantadas pelo Ministério Público mostraram a ligação de Gomes da Silva com Dionísio de Aquino Severo, também acusado pelo crime e morto no presídio em 2002.
"O Sombra precisava de alguém de fora para fazer o serviço sujo", argumentou o promotor.
A Promotoria sustenta que o sigilo telefônico dos réus mostra que o sequestro foi tramado e que testemunhas vincularam Gomes da Silva ao esquema de desvios.
Essa tese, entretanto, vai na contramão das investigações da Polícia Civil de que foi um crime comum. Ontem, os três réus negaram conhecer Gomes da Silva e Severo.
Bruno Daniel, irmão do prefeito e defensor da tese de crime político, e outros parentes acompanharam o júri.

 DANIEL RONCAGLIA
SILVIO NAVARRO

UE projeta crescimento nulo para Grécia e fraco para Portugal

A Grécia, que deu início à crise da dívida soberana da zona do euro em 2010 e que agora depende do financiamento da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional), deve ter crescimento econômico zero em 2013 após contração de 4,7% neste ano, seu quinto ano de recessão.
As projeções fazem parte do panorama econômico para os 27 países da União Europeia, divulgado duas vezes por ano pelo braço executivo do bloco (a Comissão Europeia).
O déficit orçamentário grego deve recuar para 7,3% neste ano ante 9,1% no ano passado, mas a menos que a Grécia aprove uma legislação para reduzir ainda mais seu déficit, a diferença vai se ampliar de novo para 8,4% no ano que vem, informou a Comissão.
PORTUGAL E IRLANDA
Portugal, que como a Grécia depende financeiramente da UE e do FMI após perder a confiança do mercado, estará perto de cumprir suas metas de déficit neste ano e no próximo, com um déficit de 4,7% em 2012 e de 3,1% em 2013, de acordo com as estimativas.
A economia de Portugal deve contrair 3,3% neste ano, após uma recessão de 1,6% em 2011, mas crescerá de novo 0,3% em 2013.
O terceiro país da zona do euro que usa a ajuda da UE e do FMI, a Irlanda, terá um crescimento de 0,5% neste ano após crescimento de 0,7% em 2011, e acelerará para 1,9% em 2013. O país deve reduzir seu déficit orçamentário de 13,1% no ano passado para 8,3% em 2012 e para 7,5% em 2013.

 REUTERS

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Críticas vêm de pessoas com medo do julgamento do mensalão, diz Gurgel


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, rebateu nesta quarta-feira críticas por não ter pedido abertura de inquérito para investigar as relações do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
Segundo o procurador, as críticas foram feitas por "pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão". 
Sem citar nomes, Gurgel disse que é compreensível que pessoas "ligadas a mensaleiros" queiram atacá-lo e também atacar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que serão responsáveis por julgar o caso do mensalão.
Roberto Gurgel rebateu críticas sobre investigações  
"É compreensível que algumas pessoas ligadas a mensaleiros tenham essa postura de querer atacar o procurador-geral e até atacar ministros do Supremo com aquela afirmação falsa de que eu estaria investigando quatro ministros do Supremo Tribunal Federal", disse o procurador.
Segundo ele, os ataques sofridos seriam uma "tentativa de imobilizar o procurador-geral da República para que ele não possa atuar como se deve, seja no caso que envolve o senador Demóstenes e todos os seus desdobramentos, seja preparando-se para o julgamento do mensalão, caso que, repito, classifiquei nas alegações finais, como talvez o mais grave atentado à democracia brasileira".
Gurgel também disse que os mentores das críticas são, "se não réus, protetores de réus", além de pessoas que já foram alvos do Ministério Público e que agora querem retaliar.
Questionado se haveria alguém específico por trás das críticas, ele se limitou a dizer que são "fatos notórios, que independem de prova".
"São pessoas que já foram alvo do Ministério Público e ficam querendo, compreensivelmente é humano, retaliar. E há outras pessoas com notórias ligações com réus do mensalão", disse. "Agora, minha preocupação é de continuar trabalhando, continuar investigando e de continuar levantar o véu e revelar cada vez mais fatos extremamente graves que estão submetidas também à Comissão Parlamentar, mas que parece mais preocupada com o julgamento do mensalão", finalizou.
O procurador-geral também disse que as críticas tem o objetivo de desviar o foco das discussões. Segundo ele, se ele tivesse tomado qualquer atitude em 2009, não teria existido a Operação Monte Carlo e todos os fatos relacionados a autoridades envolvidas não teriam vindo à tona agora.
"São pessoas que na verdade aparentemente estão muito pouco preocupadas com as denúncias em si mesmo, desvio de recurso, corrupção, etc, e ficam preocupados com a opção que procurador-geral, como o titular da persecução penal, tomou em 2009, opção essa altamente bem sucedida. Não fosse essa opção nós não teríamos Monte Carlo, não teríamos todos esses fatos que acabaram vindo a tona. Desvio de foco que eu classificaria como no mínimo curioso", afirmou Gurgel.
Gurgel aproveitou para criticar o vazamento de informações sigilosas colhidas pela Polícia Federal. "Não há dúvida que esse é um dos casos de vazamento mais escandalosos da história. É preciso que se pare, no país, de achar que o sigilo é pra inglês ver, uma coisa formal". 

 FELIPE SELIGMAN

Debate, memória e desafio

DE PARIS - Como a Folha me mobilizou muito durante as retas finais das campanhas na Grécia e na França, só hoje consigo voltar a abrir esta "Janela", para falar ainda da França.
Não propriamente da eleição, que, nos grandes traços, é igual à qualquer outra. Diferenças, pelo menos em relação ao Brasil, há de todo modo, duas a ressaltar:
Primeiro, na reta final, o horário gratuito é repartido igualmente entre todos os candidatos, ao contrário do que ocorre no Brasil. Assim, o presidente-candidato Nicolas Sarkozy e o candidato-que-viria-a-ser-eleito François Hollande tiveram o mesmo tempo que um certo Jacques Cheminade, uma espécie de Levy Fidelix francês, que defendeu, durante a campanha criar um corredor termonuclear da Terra a Marte e colônias humanas em Marte e nas luas de Júpiter e Saturno.
Teve 89 mil votos ou 0,25% do total.
Haverá quem diga que essa repartição é mais democrática que a brasileira. Acho que não. Apenas estimula a candidatura de aventureiros.
Segunda diferença: não se vê a quantidade de banners, cartazes, posters etc que caracterizam as campanhas brasileiras. É tudo muito discreto: espaços públicos reservados para os cartazes oficiais, colados em geral um ao lado do outro, todos do mesmo tamanho.
Deixa a cidade mais limpa mas menos festeira.
No mais, os marqueteiros, cá como aí, têm peso. Dizem até que a nova mulher de Hollande, Valérie Trierweiler, jornalista --e de TV, ou seja, que cuida mais da imagem do que nós, do papel foi quem sugeriu que ele emagrecesse. Perdeu 11 quilos. Duvido que tenha ganho um só voto com isso, mas eu definitivamente não entendo nada de ganhar votos.
A grande diferença entre a eleição no Brasil e na França, na verdade, dá-se no debate cara-a-cara entre os dois candidatos finalistas. Aqui, é livre, leve e solto.
Os dois jornalistas moderadores apenas levantam a bola (ou os temas) para que os dois falem o que bem entenderem, sem limite de tempo e sem esperar que o outro termine de falar. Interrompem-se, xingam-se (Sarkozy cansou de dizer que Hollande era um mentiroso), discutem, falam ao mesmo tempo (o que por vezes impede entender o que cada um está dizendo, mas nem assim os moderadores interferem).
A rigor, a única regra é uma certa igualdade de tempo para cada qual, mas medida no conjunto da obra, não em cada bloco. Até porque não há blocos separados por publicidade. Vai de cabo a rabo com os dois falando. A previsão era de duas horas de debate. Durou três.
Se eu fosse eleitor na França, terminaria o debate suficientemente informado para decidir meu voto, o que raramente ocorre no Brasil.
Outra diferença importante, esta no campo do jornalismo: o matutino conservador "Le Figaro" fez um trabalho em tempo real excepcional durante o debate, contrariando a sabedoria convencional que diz que o tempo real, pela velocidade a que é obrigado, é muito superficial. O "Figaro", ao contrário, punha no ar a cada tanto os números reais relativos aos temas que os candidatos estavam debatendo, demonstrando qual deles (ou ambos) estava mentindo.
No Brasil, nós, jornalistas, ainda não conseguimos tanta informação nem no dia seguinte ao debate, quanto mais no momento em que está ocorrendo.
Ficam, pois, um desafio e uma sugestão: para os candidatos, que tenham a coragem de topar um cara-a-cara (no segundo turno, claro) sem a camisa-de-força que são as regras atuais. Para a mídia: amontoemos desde já estatísticas sobre o que tendem a ser os pontos quentes de debate para jogá-las no ar em tempo real, assim que um ou outro candidato tocar no assunto. Quer dizer, desde que haja estatísticas confiáveis, do que não estou certo.

Clóvis Rossi

Congresso instala comissão para analisar mudança da poupança

O Congresso instalou nesta quarta-feira (9) comissão mista (com deputados e senadores) que vai analisar a medida provisória com mudanças nas regras das cadernetas de poupança, editada na semana passada pelo governo federal.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) foi escolhido para relator da MP.
A medida obedece o novo modelo de tramitação das medidas provisórias no Congresso, que obriga que passe por comissão mista no início de sua tramitação.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) foi designado presidente da comissão e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) vai atuar como revisor do texto da matéria.
A Constituição Federal estabelece que todas as MPs devem tramitar por comissões especiais mistas antes de serem analisadas pelo plenário das Casas. Mas, na prática, isso não ocorria até o STF (Supremo Tribunal Federal) determinar, em março, que a medida pode ser considerada inconstitucional se não obedecer ao trâmite.
Com a necessidade de instalação das comissões, líderes partidários no Senado temem não conseguir cumprir o prazo de 120 dias previsto pela legislação para que as MPs percam a validade

 GABRIELA GUERREIRO

Dólar sobe mais de 1% e chega a R$ 1,96

Sem melhora na percepção de risco global, os compradores não aliviam a mão no mercado de câmbio. O dólar sobe com força e segue em cotações não vistas desde julho de 2009.
No fim do pregão, o dólar comercial mostrava alta de 1,24%, a R$ 1,963 na venda. Esse é o maior preço desde 14 de julho de 2009, quando a moeda fechou a R$ 1,969. No ano, o dólar passa a acumular alta de 5%.
Na avaliação do economista-chefe da CM Capital Markets, Darwin Dib, enquanto o humor externo não melhorar, o dólar não vai mudar de patamar. Segundo o especialista, o comportamento do dólar ante outras moedas, dado pelo Dollar Index (DXY), que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, e o preço das commodities são os vetores de maior relevância na formação da taxa de câmbio. E os dois não estão favoráveis à moeda brasileira.
O terceiro vetor em importância é a taxa de juros doméstica. E, segundo o economista, a queda de fato e a expectativa de novos cortes da Selic não são responsáveis por essa valorização recente do dólar.
Conforme o dólar caminha para os R$ 2,00, cresce a expectativa sobre atuações do Banco Central na ponta de venda da moeda, o que representaria uma reviravolta do modelo de atuação. Segundo Dib, o câmbio precisa ficar em um mesmo patamar por ao menos dois a três meses para que chegue aos índices de inflação.
Para o economista, o teto desejável para o dólar estaria ao redor de R$ 1,80, tomando como base as atuações da autoridade monetária. Então, se o dólar ficar acima disso por muito tempo é grande a chance de atuação do BC.
"Mas é mais uma questão de tempo do que de patamar", ressalta. No câmbio externo, o euro fechou abaixo de US$ 1,30 pela primeira vez desde janeiro. A perda do piso técnico e psicológico decorre da crescente incerteza com o futuro político da Grécia, dúvidas que já viram custos de financiamento maior para Espanha e Portugal.
A moeda comum caiu 0,48%, a US$ 1,294. Na mão oposta, o DXY subiu 0,26%, a 80,07 pontos. No mercado local, o BC mostrou que o fluxo cambial nos primeiros dias de maio foi negativo em US$ 1,787 bilhão. No mês até o dia 4, a conta financeira registou saída de US$ 2,439 bilhões, enquanto a conta comercial mostrou entrada líquida de US$ 652 milhões.
Em abril, o fluxo foi positivo em US$ 6,588 bilhões. Também em abril, o BC tirou US$ 7,223 bilhões de circulação com seus leilões à vista, maior volume de compras desde março do ano passado, quando US$ 8,443 bilhões foram retirados de circulação. No acumulado do ano, o fluxo está positivo em US$ 23,529 bilhões e as compras do BC totalizam US$ 18,157 bilhões.

Folha de São Paulo