quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Comandante da Policia Militar do Rio pede demissão do cargo

O coronel Mário Sérgio Duarte pediu, no inicio da noite desta quarta-feira (28), para deixar o cargo de comandante da Policia Militar do Rio. O pedido enviado ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, foi aceito.
Duarte estava no cargo havia pouco mais de dois anos. A decisão do comandante da PM em deixar o cargo aconteceu após a prisão do tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, suspeito de ser o mandante da morte da juíza Patricia Acioli, em agosto.
O tenente-coronel era homem de confiança de Mário Sérgio Duarte, que foi o responsável direto por sua nomeação para o comando do 22º Batalhão, na Maré. Ambos foram do Bope (Batalhão de Operações Especiais), a tropa de elite da PM do Rio.
Suspeito de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em 11 de agosto deste ano, o tenente-coronel Oliveira está preso preventivamente, mas diz ser inocente. Na época, a magistrada investigava crimes cometidos por policiais do 7º Batalhão, em São Gonçalo, quando Oliveira comandava a unidade.
Na carta enviada ao secretário, o coronel alegou problemas de saúde como motivo para deixar o cargo. Na segunda-feira (26), ele foi submetido a uma cirurgia na próstata, de acordo com a sua assessoria.
Em nota, o secretário Beltrame "lamentou a saída e esclareceu que tem por política conceder autonomia às chefias das polícias para que, em nome da eficiência, possam buscar as melhores medidas administrativas e técnicas para ajudar na implementação da política de segurança".
O nome do novo comandante será anunciado nas próximas horas. Beltrame está reunido com a cúpula da Segurança Publica do Rio para definir o substituto de Mário Sérgio Duarte. Assim que tiver o novo nome, deverá comunicar a escolha ao governador Sérgio Cabral (PMDB).
Estão cotados para assumir o cargo os coronéis Aristeu Leonardo, atualmente na coordenação da região da zona oeste do Rio; Carlos Malheiros, atual subcomandante da PM; e Pinheiro Neto, ex-comandante do Bope e atual assessor do comandante-geral. Pinheiro Neto se formou na mesma turma na PM do tenente-coronel Cláudio Oliveira.

VEJA A ÍNTEGRA DA CARTA DE DEMISSÃO:

Exmo. Sr. Secretário de Estado de Segurança José Mariano Benincá Beltrame

Dirijo-me à V. Exa. para solicitar exoneração do cargo de Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

O motivo de fazê-lo se fundamenta na necessidade de não deixar nenhum espaço para dúvidas quanto a minha responsabilidade no processo de escolha dos Comandantes, Chefes e Diretores da Corporação,preservando, de quaisquer acusações injustas, as pessoas que me confiaram a nobre missão que assumi comprometido com a honra, e agora deixo, norteando tal decisão neste mesmo imperativo de valor.
Sobre o caso particular que me impõe esta decisão, o indiciamento do Tenente Coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira no homicídio da Juíza Patrícia Acioli, e sua conseqüente prisão temporária, devo esclarecerà população do Estado do Rio de Janeiro que a escolha do seu nome, como o de cada um que comanda Unidades da PM, não pode ser atribuída a nenhuma pessoa a não ser a mim.
O Rio de Janeiro, senhor Secretário, está em franco processo de recuperação de sua imagem como lugar de tranquilidade pública e paz social não por acaso, mas, seguramente pela aplicação de um conjunto de ações norteadas pela clareza das idéias.
O Estado, sua população, cada pessoa que por aqui transita em busca de paz e bem, devem continuar confiando nesta Política Pública que privilegia a vida, descontrói o ódio e reacende esperanças.
Ao tempo que vos agradeço pela confiança depositada e o apoio nos momentos mais difíceis, solicito-vos que encaminhe este pedido ao Exmo. Sr. Governador, a quem também explicito meus eternos agradecimentos pela oportunidade e a honra que me concedeu ao nomear-me Comandante de minha amada Instituição. Deixo de fazê-lo pessoalmente por me encontrar hospitalizado, convalescendo de uma cirurgia.

Coronel Mário Sérgio Duarte

MARCO ANTONIO MARTINS

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