
Cinco meses depois de assumir, Dilma Rousseff teve de promover o que não queria, uma minirreforma ministerial.
A completa impossibilidade de manter Antonio Palocci no cargo após a perda de sustentação política do superministro obrigou também à troca na pasta das Relações Institucionais, que funcionava nesse governo como um apêndice da Casa Civil.
Dilma preferia ir segurando Luiz Sérgio por algumas semanas, para justamente não configurar uma reforma no primeiro escalão em tão pouco tempo.
Mas aí o mesmo PT que derrubou Palocci se pôs em marcha batida para apear também o responsável pela articulação política.
Sem cerimônia, deputados e senadores se reuniram durante dois dias para decidir quem seria o "melhor nome" para a pasta, como se esta fosse uma capitania hereditária.
Um dos líderes do movimento, inclusive, era ao mesmo tempo o candidato número 1 ao posto: Candido Vaccarezza.
Sinal de que o partido ainda precisa fazer um workshop para conhecer sua presidente.
Mais: para se credenciar junto ao PMDB, negociava seu atual cargo, a liderança do partido na Câmara cuja prerrogativa é da presidente, com o partido.
Dilma se enfezou com o apetite e, mais uma vez, deu à situação uma solução própria, nomeando Ideli Salvatti.
E o que fazer com a Pesca? Numa solução para lá de heterodoxa, Dilma ofereceu a pasta ao demissionário Luiz Sérgio. E ele, de forma mais surpreendente ainda, aceitou.
Vera Magalhaes
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