terça-feira, 21 de junho de 2011

Eu não sou jogador

O chamado "mundo do futebol" traz um grande fascínio. E só você falar que seu trabalho tem como assunto principal o futebol para as pessoas já pensarem que você faz parte desse universo - que as pessoas julgam milionário e que não faltam pretendentes para fazer parte dele.
Por mais que eu diga que sou um mero jornalista esportivo - apesar de não faltar aqueles que se acham tão importante como um craque - e não um jogador ou dirigente, as pessoas sempre confundem as funções, e vez por outra insistem em me fazer pedidos aos quais eu não posso satisfazê-las.
Um pedido que me incomoda bastante é para encaixar garotos nas categorias de base dos clubes. Em uma reunião, é só alguém saber que você é jornalista para aparecer um querendo vaga para um futuro craque.
Tento explicar que não sou empresário, não tenho contato com os clubes, não sei quando vai acontecer alguma peneira. Mas, mesmo assim, de cinco em cinco minutos, o parente do boleiro vai perguntar se não há mesmo um jeito de encaminhar o garoto.
As pessoas também têm a mania de pensar que todo jornalista é amigo íntimo do jogador que entrevista. É só alguém saber que uma pauta com algum craque para aparecerem os pedidos de autógrafos, fotos e camisas. Sem contar os tradicionais pedidos de ingressos para jogos importantes.
Não adianta explicar que eu não faço essas coisas, pois sempre vou ouvir a seguinte frase: "não custa nada você pedir, se tiver uma chance."
O pior são aqueles que mandam dar conselho para os jogadores e treinadores para que eles melhorem o rendimento individual e do time. Aqui também surgem as pessoas adoram querer saber as histórias de bastidores que não são publicadas.
Também me irrita bastante a quantidade de assessores e empresários que tentam me usar para turbinar a carreira de seus contratados. Além de ressaltar os fatos grandiosos de seus craques, alguns adoram plantar notícia de negociações de seus clientes. Fora aqueles que "deixam escapar" um furo da vida pessoal de algum jogador.
Não faltam as candidatas a "maria-chuteira", que pedem o telefone de um determinado jogador ou qual a casa noturna - algumas pedem até a igreja - que ele costuma ir.
Há também aqueles conselheiros e diretores de clubes que entram em contato com você para passar notícias exclusivas, mas, com um simples telefonema para checar a história, você confirma que a informação não procede ou não tem a mínima relevância. Na verdade, eles querem te usar para se promoverem politicamente dentro do clube.
Adoro falar de futebol - até ganho para isso -, passo horas conversando sobre ele, mas, não sou jogador nem levo a vida de um.
Até a próxima.

DESTAQUE

Para o excelente começo do São Paulo no Campeonato Brasileiro. Está certo que o torneio está no começo, mas o time conseguir cinco vitórias consecutivas, sendo três fora de casa, é um grande feito. O bom começo também serve para o renovado elenco ganhar confiança, principalmente os jogadores vindos das categorias de base.

ERA PARA SER DESTAQUE

O Palmeiras, que precisa administrar melhor seus problemas e evitar que qualquer bobagem ganhe proporção exagerada. Mesmo com o time invicto e fazendo uma boa campanha no Campeonato Brasileiro, não param de aparecer encrencas. São pendências com empresários, com a torcida, jogadores cobrando dirigentes. Já é hora de o comando do clube evitar que esses atritos não ocorram com tanta frequência.

HUMBERTO PERON

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