segunda-feira, 30 de maio de 2011

Otimismo na velhice

Não surpreende o otimismo com a velhice no Brasil.
Só 17% dos brasileiros, segundo pesquisa mundial feita pelo HSBC, associam a vida de aposentado à ideia de aperto econômico. A média mundial é quase o dobro disso (32%).
Apesar de estar emergindo, o Brasil ainda é um país pobre e sem escolarização.
Segundo o Datafolha, 47% dos brasileiros acima de 16 anos cursaram só o ensino fundamental. Uma parcela quase igual tem renda familiar mensal de até dois salários mínimos, ou menos de R$ 1.100.
Ou seja, quase a metade do país (considerando famílias de quatro pessoas) vive com menos (as vezes bem menos) de R$ 270 ao mês individualmente.
Além disso, o Brasil é um país generoso com seus aposentados. Mesmo os que nunca contribuíram com a Previdência acabam, de alguma forma, se aposentando com um salário mínimo (R$ 545).
O "boom" econômico e de crédito dos últimos anos pode piorar um pouco esse quadro.
O país e as pessoas são tão carentes que não consideram o custo de tomar empréstimos por aqui. Em vez de poupar e pagar por apenas uma geladeira, acabam entrando no crediário caro e pagam por quase duas.
Mesmo na classe média, é comum ver pessoas com carros enormes (financiados ou não) entrando em garagens de prédios modestos.
O Brasil é um dos países com a menor taxa de poupança do mundo. Seja privada ou pública.
No caso do setor privado, poupa pouco porque ainda é muito pobre e há carências enormes por bens e serviços.
No caso do setor público, que fica com quase 40% do PIB em impostos, porque gasta mal, é corrupto e ineficiente.
E, justiça seja feita, porque acaba bancando, no final, os pobres quando se aposentam.
Para quem não viu, segue entrevista com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, sobre os problemas da cidade e a criação de seu novo partido, o PSD.

Fernando Canzian

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