sábado, 30 de julho de 2011

Obama precisa de um PMDB

"O Barack Obama deve estar morrendo de inveja de a Dilma ter o PMDB e o PR. A vida dele seria bem mais fácil", ironiza um ministro do PT.
O presidencialismo americano, com seu sistema de freios e contrapesos, depende do Legislativo num grau muito maior do que acontece aqui no Brasil.
Quando funciona, o sistema é uma beleza. Quando não, há risco de paralisia do governo. É o que o democrata Obama está enfrentando agora ao tentar construir um acordo com os republicanos para elevar o teto de endividamento público.
Se esse limite não for ampliado até terça (02/08), há risco de calote da maior potência global. Dá medo imaginar as consequências disso para a economia mundial. Os EUA estão brincando à beira do abismo, como qualificou a presidente Dilma Rousseff.
O bipartidarismo americano agrava a dependência que o Executivo tem do Legislativo. Hoje, a Câmara de lá é controlada pelo Partido Republicano. O Senado está com o Partido Democrata.
Foi nesse contexto que o ministro petista fez a brincadeira sobre o bem que o PMDB e o PR fariam a Obama numa hora como esta.
Vivemos reclamando, com razão, do excesso de partidos no Brasil e de como o presidente, cuja sigla não elege sozinha maioria no Congresso, depende de acordos com esse centrão disposto a apoiar todos os governos. Mas o pluripartidarismo brasileiro permite o isolamento de tendências políticas mais radicais.
Quando o PT era oposição radical aos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, fez bem ao Brasil contar com um centro político que deu estabilidade a essas administrações para implantar o Plano Real e mudar o Brasil moderno.
No governo, o moderado PT soube tirar proveito das mesmas forças políticas para desidratar o DEM e alguns radicais do PSDB. Luiz Inácio Lula da Silva, então, pode fazer a maior inclusão social de nossa história.
Não é o caso de vender a democracia brasileira como melhor do que a americana, com mais de dois séculos de estrada. Mas de notar como a radicalização política pode ser danosa, seja na Venezuela, no Brasil ou nos Estados Unidos.
A moderação brasileira, que tantas vezes atrasa avanços, tem um lado positivo para quem preside a república. Permite saídas para momentos agudos.
O "Tea Party", esse movimento de tintas fascistas e xenófobas, está empurrando o Partido Republicano para uma posição política que inviabiliza os tradicionais acordos que o setor mais moderado da sigla costuma fazer com a ala mais conservadora do Partido Democrata.
O "Tea Party" odeia Obama e tudo de bom que ele representa para os Estados Unidos e o planeta. Obama nunca foi aceito por uma parcela da sociedade americana. Há muito de preconceito racial nas raízes dessa rejeição.
Por isso, Obama fez muito bem em ir à TV pedir à população que pressione os políticos pelas redes sociais, por telefone, pessoalmente. Acuado, partiu para o confronto. Até agora, não houve acusação de 'chavismo' contra o americano.
Com todos os seus erros, Hugo Chávez e Barack Obama têm algo em comum: enfrentam uma parcela da elite de seus países que demoniza os mais pobres e as políticas que cobram dos mais ricos uma cota maior para distribuir renda. Em menor grau, Lula enfrentou e enfrenta isso até hoje.

Calendário petista

José Dirceu, ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Lula, acredita que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgará o processo do mensalão ainda neste ano. Aposta dele: outubro.
No Palácio do Planalto, trabalhava-se com afinco para tal calendário ser confirmado. Mas agora, com crise dos EUA, real valorizado ainda mais, inflação alta, Europa titubeando, o assunto está em segundo plano.

kennedy Alencar

Teto da dívida: o buraco é mais embaixo

Republicanos e democratas podem até chegar a um acordo para elevar o teto da dívida americana antes do dia 2 de agosto e, assim, evitar o que o presidente Barack Obama chamou de "Armageddon".
Mas o buraco é mais embaixo.
Mesmo com acordo, é quase certo que a nota de crédito dos Estados Unidos que hoje é AAA, a máxima vai ser rebaixada. Agências de classificação de risco como a Standard & Poor's já avisaram que, a menos que se chegue a um acordo que preveja uma redução de US$ 4 trilhões no déficit ao longo de 10 anos, haverá um "downgrade".
Além disso, seja qual for o acordo, ele vai resultar em mais areia no anêmico crescimento americano. Isso porque o problema fiscal americano é de médio prazo. No curto prazo, cortar gastos do governo e benefícios a desempregados vai só piorar a situação, porque vai reduzir a arrecadação.
Ou seja, diante de um crescimento anualizado de apenas 1,3% no segundo trimestre, o certo seria manter aos amortecedores fiscais para resgatar a economia da crise. E não cortar já.
A médio prazo, isso sim, é necessário reestruturar a Previdência Social e o programa de saúde Medicare. É isso que torna a situação fiscal dos EUA insustentável.
Agora, os planos atuais em discussão não lidam com esses problemas estruturais cortam apenas perfumaria e rede de apoio social.
E quando vier o inevitável downgrade da nota de crédito, o que acontece?
É pouquíssimo provável que algum acordo chegue aos US$ 4 trilhões e planos para sustentabilidade fiscal almejados pelas agências de risco.
Por isso, provavelmente elas vão reduzir a nota dos EUA de AAA para AA ou AA+.
Na prática, isso significa que ficará mais caro para os Estados Unidos tomarem empréstimos (por meio de emissão de títulos, por exemplo, os investidores vão exigir maior remuneração, já que os EUA não mais são considerados tomadores 100% seguros).
Nas contas do JP Morgan, um downgrade levaria os juros dos Treasuries a subir entre 0,6 e 0,7 ponto porcentual no longo prazo e isso custaria US$ 100 bilhões por ano.
Ou seja, os EUA vão pagar US$ 100 bilhões a mais em juros por ano dinheiro esse que deixa de ir para escolas, requalificação de americanos desempregados que não conseguem se recolocar, infraestrutura, etc, etc.
O cenário é ruim, mas não é apocalíptico. Como explicou David Wessel em coluna recente no "The Wall Street Journal", apenas um punhado de instituições financeiras com regras mais estritas teriam de se livrar dos títulos americanos se eles perderem a nota de crédito máxima.
Fundos mútuos de investimentos, que detêm US$ 684 bilhões em títulos da dívida americana, não iria vendê-los nem deixar de comprá-los. Tampouco as seguradoras.
O chamado "repo market", no entanto, que usa os títulos doTtesouro como colateral, pode sofrer turbulências.
Mas, de forma geral, não é que todo mundo vá sair vendendo os títulos americanos e refugiar em papeis da dívida de países que mantêm a nota AAA, como Áustria, Noruega e Cingapura.
Os títulos do Tesouro americano são os mais líquidos do mundo, com US$ 580 bilhões negociados por dia quase dez vezes mais liquidez que os gilts britânicos (US$ 34 bilhões) e os Bunds alemães (US$ 28 bilhões). Ou seja, é extremamente fácil para o investidor comprar e vender Treasuries, nenhum outro papel chega perto disso.
E para o anêmico crescimento dos EUA, quanto vai custar o inevitável corte de gastos do governo de curto prazo?
Para Willem Buiter, do Citibank, cortes de gastos no curto prazo de até US$ 200 bilhões vão reduzir o PIB em 0,2% a 0,7%.
Portanto, não se trata do melhor timing para cortar estímulos do governo e rede de proteção social a desempregados, certo? Não para a facção mais à direita dos republicanos. Como diz esta semana a revista The Economist: "A direita americana já foi líder mundial quando se tratava de repensar o governo; agora, é um pigmeu intelectual."

Patrícia Campos de Mello

Patriotada não diminui "Capitão América"; veja comentário


Chegou hoje (29) aos cinemas mais uma adaptação de histórias em quadrinhos da Marvel, "Capitão América: O Primeiro Vingador". O filme é dirigido por Joe Johnston (de "O Lobisomen") e tem o carismático Chris Evans como protagonista.
A história revela a origem do patriótico personagem Steve Rogers que, doente e franzino, sonhava em entrar para o Exército e se juntar às tropas que lutavam contra Hitler, em 1941. Depois de tentativas fracassadas de se tornar militar, Rogers é recrutado por um cientista maluco para uma experiência secreta do governo norte-americano. O moço, então, entra numa câmara e sai de lá outro homem, mais alto, forte, veloz e destemido. Enfim, nasce o Capitão América.

Milena Emilião

Cordel Encantado desta segunda-feira

Em Cordel Encantado, novela da Rede Globo, resumo do próximo capítulo 97, segunda-feira, 01 de agosto – Jesuíno explica a todos no cinema seu plano para libertar Augusto e Petrus. Nidinho encontra a antiga casa de sua mãe. Filó consegue avisar a Penélope que Timóteo pretende invadir o cinema. Jesuíno avisa que precisam de dinheiro para executar o plano. Antônia tenta convencer Batoré a soltar Quiquiqui e Setembrino, mas é impedida por Timóteo. Miguézim entrega uma caixa com dinheiro para a compra dos disfarces e todos ficam surpresos. Nidinho ouve os relatos de um vizinho sobre sua mãe. Farid pede perdão a Bartira. Antônia decide sair de casa e vai para Vila da Cruz. O profeta vê Jesuíno com uma coroa de papel e afirma que ele é o rei que salvará o sertão.

Globo

Na contramão

Quem tem 223 metas não tem meta alguma. A Prefeitura de São Paulo tem 223 metas. Logo, a cidade não sabe para onde ir.
Em São Paulo, muitas vezes você caminha contra o vento. Não com o prazer de uma brisa ao sol de quase dezembro; mas um vento cortante e incômodo, invernal, que causa esforço até em momentos de prazer.
Tudo, em São Paulo, tem uma exaustão além do necessário. A cidade é hostil.
Ter uma utopia mistura de sonho quase impossível com ambições reais; lutar para viver num lugar legal é fundamental. A falta de utopia faz da vida algo burocrático, repetitivo e com poucas emoções.
A vida também é sonho. Sem sonho comum, reclamar da cidade vira pauta diária das pessoas. A mudança é ter um projeto palpável e desafiador para erradicar a insatisfação. Não ter opção, não enxergar um horizonte, desespera e sufoca.
O poder público existe para construir a saída. Um plano de metas é uma grande saída.
Em 2008, São Paulo tornou-se a primeira cidade brasileira a aprovar emenda à Lei Orgânica do Município ao exigir a apresentação de um programa de metas qualitativas e quantitativas para cada setor da administração municipal. No entanto, o pioneirismo notável arrisca ser obra para 'inglês ver'.
Meta não é simples manifestação de um desejo. Conceitualmente, meta é um objetivo com valor e prazo. Não basta querer aumentar o número de habitações, desejo vago. Tem que haver um valor: aumentar em 15%, por exemplo. E precisa, obrigatoriamente, de um prazo: em quatro anos, por hipótese. O conjunto forma um plano de metas.
O plano não pode ser um elenco indiscriminado de desejos. Uma lista de casamento que junta cinzeiro, geladeira e tapete de banheiro. O plano de metas é o produto concreto que transmite os pilares básicos em que a cidade vai se erguer. Como ela quer ser vista e sentida por seus habitantes. Nele estará a utopia real a ser atingida; os valores mais importantes que irão retratar a cidade e os costumes mais relevantes que irão distingui-la.
Meta é compromisso; não, uma aposta a ser tentada. A Prefeitura não encara meta como compromisso. Logo, tudo é incerto e não sabido. Várias metas estão fora do prazo. Outras tantas sequer sairão do papel.
Contudo, isso não é o pior. A luta para realizar metas faz parte da boa batalha do poder público. É uma corrida de obstáculos a ser enfrentada. Grave é quando não há um projeto de cidade: o que queremos ser; onde desejamos viver.
São Paulo não precisa mais do que 30 metas. Que sejam estruturais, ousadas e profundas. Que levem à transformação do que rejeitamos na cidade. Das coisas físicas à qualidade no trato humano diário.
Trocar um quarteirão verde com escola dentro de um parque, no Itaim Bibi, por montes de prédios, é a negação da cidade sonhada. Preferir um túnel que irá custar cerca de 4 bilhões, na Roberto Marinho, a corredores de ônibus, é optar pelo transporte individual.
São Paulo não sabe para onde vai porque possui 223 caminhos sem direção definida. Falta-lhe diretriz.
Parou na contramão.

José Luiz Portella

O despertar de Julia Roberts

Você todos viram aqui mesmo na BBC Brasil: Julia Roberts foi proibida para todo território nacional britânico. Ou pelo menos seu rosto, mais seus 64 dentes, sorrindo para as câmeras em anúncio de um produto de beleza da L´Oréal.
Eram anúncios em cartazes e comerciais de TV vendendo as marcas Lancôme e Maybelline da poderosa indústria da beleza feminina.
Nada havia que pudesse ofender a moral dos cidadãos britânicos. Apenas o seu rosto e de uma modelo, que eu nunca vira mais gorda ou mais magra, chamada Christy Turlington. Esta também se encontrava enquadrada dentro dos rigorosos padrões de moralidade vigentes neste Reino Unido ainda sacudido pelas artes negras do magnata australiano-americano Rupert Murdoch. Estes padrões foram reforçados diante dos últimos acontecimentos midiáticos ligados ao magnata em questão mesmo para não-parlamentares, não-policiais e não-jornalistas.
Na rua, e mesmo em casa, as pessoas falam baixo e usam expressões que evitam vulgaridades. Uma espécie de Primavera Britânica, ou melhor, Verão Britânico, ocorre após tantos escândalos, grampos e comissões parlamentares de inquérito.
Por falar em grampos: volto à notícia que nosso aprazível site deu. Julia Roberts não é bem essa Julia Roberts que a publicidade divulgou procurando vender produtos de beleza. Aquela era outra pessoa.
Segundo a denúncia feita pela parlamentar Jo Swinson, do Partido Liberal-Democrata, que afirmou que as propagandas em questão "não são representativas dos resultados que os produtos podem alcançar."
Nunca vi uma foto da parlamentar em questão. Não sei se usa batom, base, delineador, algum creme de beleza ou mesmo grampos nos cabelos, se é que ainda são moda. E como é que ela sabe da suposta mistificação estética?
São mistérios que, com prazer, terei que desconhecer para sempre.
Ocorre-me, no entanto, que, com tanto fuzuê acontecendo nos setores políticos, midiáticos e policiais, a ilustre Jo Swinson tenha encontrado tempo e recursos tecnológicos para expor a verdade e nada mais que a verdade sobre as feições de Julia Roberts e da modelo cujo nome já me esqueci.
Pergunto-me: será que foi de orelhada? Ou, melhor dizendo, de mera olhadela? Bom olho deve ter a parlamentar Jo Swinson, além de tempo para se dedicar a assunto tão complexo e que envolve a cada vez mais avançada tecnologia informática.
A mesma notícia informa que a Advertising Standards Authority (ASA) concordou plenamente com a parlamentar liberal-democrata e decidiu que as imagens das duas estrelas em questão violavam o código de conduta da entidade em questão.
A L´Oréal admitiu ter retocado as imagens embora - e eis o paradoxo - negando que os anúncios foram enganosos.
Como observador curioso, e farto de tragédias norueguesas e estripulias murdochianas, além de ex-publicitário e razoável conhecedor, no sentido ao menos platônico, de senhoras e senhoritas daquele que já foi, e para mim continua a ser, o "sexo frágil", estou em grande parte com a companhia francesa de produtos de beleza.
Sempre me invoquei com tanta preocupação e ocupação (e aí é que eu chamo de sexo frágil mesmo, ao menos em certos setores que envolvem as faculdades cerebrais) das mulheres, com tanto creme, tanto... ora, tantos produtos ditos embelezadores, para não falar de saltos altos, dietas, regimes, depilações, perfumes, desodorantes, xampus, condicionadores, operações plásticas estéticas, geleias reais e plebeias, e tudo mais, mas, muito, muito mais, que faz a fortuna de algumas centenas de organizações (a indústria da beleza feminina gasta 3 vezes mais que a bélica) com suas artes talvez mais negras que as de Rupert Murdoch.
Alguém neste mundo acha mesmo que a Julia Roberts, mal dormida, às oito da manhã, antes de lavar a cara, escovar os dentes e tomar seu suquinho de laranja, tem mesmo aquele rosto?
Na verdade, e isso tem de ser dito, 99% das mulheres, feias, bonitas, parlamentares ou editoras de tabloides sensacionalistas, usam do realce maquiador, ainda que analógico e não cibernético.
E eu nem devassei as portas de um cabeleireiro.
Quantas horas passa (ou passava, ela não está mais com a bola branca) Julia Roberts no camarim do estúdio sendo preparada por uma equipe de bem pagos profissionais para, diante de refletores e lentes soft especiais, exibir sorrindo com seus 64 dentes, muitos deles, uns 45%, naturalmente embranquecidos de cegar o espectador, graças a uma generosa natureza?
Sejamos sérios, sem realces, retoques ou computadores.

Ivan Lessa

Corpos de brasileiros mortos no Peru chegam ao país no domingo

A Leme Engenharia, empresa que empregava os dois brasileiros encontrados mortos no Peru, informou em nota na noite desta sexta-feira que os corpos do engenheiro Mário Bittencourt, 61, e do geólogo Mário Guedes, 57, deverão chegar ao Brasil na madrugada de domingo.
Bittencourt será enterrado em Belo Horizonte. Guedes, em São Paulo. As datas ainda será definidas pelas famílias.
Os corpos dos brasileiros foram encontrados na última quarta feira em Jaén, a 800 km de Lima, onde faziam estudos em uma área onde se planeja a construção de uma usina hidrelétrica. Eles haviam desaparecido na segunda-feira, por volta das 12h.
As autoridades peruanas e brasileiras afirmaram que os corpos não apresentavam marcas de violência, chegando a cogitar que a causa das mortes possa ter sido hipotermia. As famílias das vítimas, porém, contestam as informações.
Os parentes levantaram a possibilidade de eles terem sido assassinados devido a reações no norte do Peru contra a construção da usina. Em 2009, ocorreram ao menos 32 mortes por causa de conflitos entre policiais e civis.
Bittencourt e Guedes caminhavam por uma trilha aberta com mais dois engenheiros e geólogos peruanos, para fazer medições no local, quando o engenheiro brasileiro teria ficado para trás para descansar.
O geólogo seguiu com os peruanos até que eles desceram para fotografar uma área. Guedes ficou na trilha esperando, mas sem perder Bittencourt de vista. Quando os peruanos voltaram, aproximadamente uma hora depois, não viram os brasileiros. Os corpos foram achados dois dias depois a 300 metros um do outro.
Os parentes e a Leme engenharia afirmam que os dois eram bastante experientes. Sobre a possibilidade de morte por hipotermia, os parentes dos mortos disseram que a Leme informou que a região montanhosa, com altitude variando entre 600 metros e 1.400 metros, tem clima ameno e seco nesta época do ano, com temperaturas entre 8ºC e 18ºC.
"A vegetação é de bosque seco, com espécies típicas de média altitude e densidade. A equipe utilizava estradas e trilhas preexistentes e profissionais condutores", disse a empresa, que voltou a afirmar nesta sexta que "aguarda mais informações das autoridades locais e do Ministério das Relações Exteriores brasileiro sobre as circunstâncias das mortes".
Os exames nos corpos realizados até agora não foram conclusivos e por isso mais exames serão feitos no material recolhido pelos peritos. Segundo o Itamaraty, em até um mês devem ser conhecidas as causas das mortes.
Sobre as suspeitas levantadas pelas famílias, o Itamaraty não comenta. Informa que "não é possível especular" e que só os exames poderão indicar o motivo das mortes. "Não vamos conversar sobre hipóteses. Não há nenhum indício que leve a isso [assassinato]."

PAULO PEIXOTO

Breivik planejou atentados contra o Palácio Real e a sede social-democrata

O autor confesso do duplo atentado na Noruega, Anders Behring Breivik, planejava outros ataques com bomba contra o Palácio Real de Oslo e a sede do partido social-democrata do primeiro-ministro Jens Stoltenberg, afirma neste sábado o popular jornal "VG", que cita fontes policiais.
Breivik, fundamentalista cristão com contatos na extrema-direita, não pôde levar a cabo seus planos devido a "problemas logísticos", acrescenta o diário.
O advogado do autor dos atentados, Geir Lippestad, assinalou ao rotativo que na sexta-feira a polícia informou Breivik, durante o seu segundo interrogatório, de quantas vítimas seus ataques deixaram.
"Não percebi nenhum tipo de reação. Não vi nem um sorriso nem sinais de decepção", acrescentou Lippestad sobre seu cliente, que está em regime de isolamento, sem nenhuma comunicação com o exterior além de seu advogado.
O advogado já indicara ontem, em declarações a outro jornal norueguês, que seu cliente pretendia perpetrar outros ataques na mesma sexta-feira, mas que as coisas "não saíram como pensou".
Segundo afirmam neste sábado vários meios da imprensa norueguesa, Breivik resiste a ser submetido aos exames psiquiátricos previstos para a próxima semana.
A polícia elevou ontem o número de vítimas para 77, oito das quais no atentado com carro-bomba na capital e as outras 69 no ataque posterior à vizinha ilha de Utoeya.
A maioria das vítimas do duplo atentado eram adolescentes de entre 14 e 16 anos, embora também haja adultos, o mais velho deles de 61 anos.

EFE

ObamAmy!



Blog Josias Souza

EUA no Serasa!



Blog Josias de Souza

Diferenças com Pelé e atritos com Fifa expõem Ricardo Teixeira


Dois meses de trabalho e R$ 30 milhões para mostrar que o Brasil pode organizar uma Copa. Mas, na véspera do Sorteio Preliminar do Mundial de 2014, Comitê Organizador, Fifa e governo federal entraram em atrito.
O evento começa às 15h, no Rio, e definirá grupos das eliminatórias continentais.
Mas duas fagulhas de uma velada disputa de poder em torno da Copa incendiaram o clima até então festivo: um jornalista inglês e Pelé. Nos dois casos, sobrou para Ricardo Teixeira, presidente do COL (comitê local) e da CBF.
Em evento na Marina da Glória, um repórter do "Daily Mail" foi em sua direção e pediu uma entrevista, com colegas ingleses logo atrás.
Ao saber que o jornalista era inglês, Teixeira recusou o pedido. Segundo seus assessores, o cartola citou os escândalos na imprensa britânica e perguntou ao repórter se ele era um dos corruptos, referência ao caso dos grampos telefônicos no país.
Na versão dos ingleses, o insulto foi para todo o grupo.
Joseph Blatter, presidente da Fifa, não gostou do episódio e disse que falaria com Teixeira sobre o tema. "É responsabilidade dele o que ele faz. Não tenho certeza de que isso está no meu espírito de fair play", disse o suíço à agência de notícias Reuters. A declaração irritou o COL.
A Fifa tenta evitar atritos com a imprensa após os escândalos de corrupção na entidade. Antes disso, o próprio Blatter criticava os ingleses.
Ontem, reclamou da reação de Teixeira, ocorrida em pleno palco do sorteio e que levou a crise dos bastidores, literalmente, para o centro do primeiro evento da Copa.
Não bastasse isso, Teixeira ouviu recados de Pelé, o embaixador do Brasil na Copa, recém-nomeado pelo governo. O Rei tinha cargo parecido no COL, também sem salário, o que nos bastidores do comitê é visto como fator que influenciou suas ausências em eventos do Mundial.
"A gente só vai para a festa se tem um convite. Se não tem, não vai. A CBF é quem decide quem será convidado ou não. Se ela convida, estou aqui", afirmou Pelé, que também criticou Teixeira pelo atrito com os ingleses.
O Rei está na lista de convidados desde abril, segundo o COL. Mas havia dito que tinha outro compromisso que o impediria de comparecer.
Mudou de ideia depois de virar representante do governo, que deseja torná-lo uma espécie de marca do Mundial. "A presidente Dilma quer que a cara da Copa seja a do Pelé", disse o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr.
Mas, neste momento, a face da Copa parece estar mais representada por Teixeira.

MARTÍN FERNANDEZ
RODRIGO MATTOS
SÉRGIO RANGEL

Lula tenta convencer Dilma a acalmar PR

Diante das ameaças do PR, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a atuar para tentar convencer a presidente Dilma Rousseff a procurar os "magoados" do partido e evitar que a crise no Ministério dos Transportes atinja outras legendas, informa reportagem de Catia Seabra e Ana Flor, publicada na edição deste sábado da Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Há duas semanas, Lula disse a aliados que, mesmo preocupado, não pretendia se intrometer no caso para evitar a imagem de tutor. Mas os recados enviados pela sigla, especialmente por emissários do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), o fizeram mudar de ideia.
Na sexta-feira (29), os dois se encontraram na inauguração da Embaixada da Argentina, em Brasília. Chegaram a agendar uma conversa, mas Lula teve que voltar a São Paulo.
Em conversa com petistas, o ex-presidente tem defendido que Dilma procure o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM) e o senador Blairo Maggi (PR-MT) além de acenar para o PR paulista, controlado por Valdemar.

Catia Seabra e Ana Flor

Cielo conquista ouro nos 50 m livre; Fratus termina em quinto


O brasileiro Cesar Cielo conquistou a medalha de ouro na prova dos 50 m livre no Mundial de Esportes Aquáticos, em Xangai, na manhã deste sábado. Ele completou a prova com o tempo de 21s52.
Campeão olímpico e mundial da prova, essa foi a segunda medalha de Cielo em Xangai. Ele já foi campeão também dos 50 m borboleta. Para o Brasil foi a quarta medalha de ouro, Ana Marcela Cunha venceu na maratona 25 km e Felipe França nos 50 m peito.
A medalha de prata nos 50 m livre ficou com o italiano Luca Dotto, com 21s90. Já o bronze foi para o francês Alain Bernard, com 21s92.
Bruno Fratus, o outro brasileiro na prova, não teve um rendimento bom e terminou na quinta posição entre oito participantes, com 21s96.

Folha de São Paulo

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Por que Harvard quer brasileiros

Desembarca no Brasil no próximo mês o professor Nitin Nohria, diretor da escola de negócios de Harvard, considerada, em vários rankings, a melhor do mundo. Ele me diz que seu objetivo é simples: quer levar mais talentos brasileiros para estudar em sua escola. E não é por causa da mensalidade, afinal candidatos não faltam. É uma questão de sobrevivência de sua instituição, responsável por formar parte da elite empresarial americana (o detalhamento da conversa esta no www.catracalivre.com.br).
É uma aula sobre a excelência na educação.
Para ele, o Brasil é um dos cinco países mais importantes para quem está preocupado em estudar os negócios e o recordes de investimentos estrangeiros anunciado nesta semana reforça essa visão. Ficar centrado nos Estados Unidos é, segundo ele, o caminho do obsoletismo.
A força de sua escola está no fato de que tem atraído talentos que, depois, viram empreendedores. Quanto melhor o aluno, diz ele, melhor a escola. "Precisamos caçar os melhores para continuarmos na vanguarda. O que fazemos depois é apenas burilar esses talentos."
A conversa dá uma lição de humildade: sentar no sucesso é o primeiro passo do fracasso. Por melhor que esteja, dá para ser muito melhor.
É uma boa lição para muitos de acadêmicos de universidades públicas que, por não terem muita competição e a verba garantida pelo governo, sentem-se o máximo mesmo na mediocridade.
Lembro que fui muito criticado aqui por que considerei uma vergonha (e não motivo de júbilo) que, apesar da São Francisco, da USP, aparecer em primeiro lugar na lista dos exames da OAB, quase 40% dos seus alunos não foram aprovados.

Gilberto Dimenstein

Dieta do brasileiro é pobre em frutas e legumes, diz IBGE

Mais de 90% dos brasileiros consomem menos frutas, legumes e verduras do que o recomendado pelo Ministério da Saúde. Esta é uma da conclusões da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, divulgada nesta quinta-feira pelo instituto.
Mais velhos e mais ricos comem mais salada no Brasil
Brasileiro consome mais cerveja fora do que em casa
O levantamento mostra que os alimentos mais comuns na mesa dos brasileiros de todas as classes, regiões e idades são café, feijão, arroz, sucos, refrigerantes e carnes bovinas.
O problema, no entanto, com exceção dos refrigerantes, não está neste grupo, mas em outros alimentos que têm sido mais consumidos, como biscoitos recheados, salgadinhos, pizzas, doces e outros de altos teores calóricos e baixos nutritivos.
Por causa desta dieta de baixa qualidade, o percentual de brasileiros com níveis altos de inadequação de consumo de diversos nutrientes é alto para quase todos eles.
O consumo de fibras ficou abaixo do recomendado para 68% dos brasileiros. Já no caso de açúcares e gorduras saturadas, o consumo é em excesso, respectivamente, entre 61% e 82% da população.
A má alimentação do brasileiro se reflete também na baixa ingestão de algumas vitaminas, abaixo dos níveis recomendados. Praticamente todos os brasileiros consomem menos vitaminas D e E do que o recomendado, pois a proporção de inadequação neste caso é superior a 98% independente da idade ou sexo.
A falta de vitamina A também é um problema, pois a proporção de inadequação deste nutriente varia entre 63% entre meninas de 10 a 13 anos a 82% entre homens de 14 a 18.

PEIXE É MAIS CONSUMIDO NO NORTE; CARNE DE BOI NO CENTRO-OESTE

A comparação por região permite também identificar diferentes hábitos alimentares. Ninguém supera os nortistas, por exemplo, no consumo de peixe, farinha e açaí.
No Sul, o destaque é o chá. No Centro-Oeste, brasileiros reportaram o maior consumo de carne bovina.
No Sudeste, a batata-inglesa é mais presente no cardápio do que em qualquer outra região.
Por fim, nordestinos apresentaram o maior consumo de milho entre todos os pesquisados.

Folha de São Paulo

Brasil, um cenário em busca de roteiro

Como sempre puxado pela economia, e com pouco planejamento, o Brasil começa a ocupar espaço crescente no imaginário mundial.
Nossas commodities e títulos muito bem remunerados da dividia pública são ativos quentes do mercado global há muito tempo. Mas agora chegou a vez de produtos mais sofisticados da brasilidade, o nosso "soft power", a resultante específica da civilização brasileira.
Anders Behring Breivik, o demônio norueguês que matou mais de 90 pessoas neste mês, faz 12 menções ao Brasil no manifesto que publicou refletindo o ideário da extrema direita europeia. Para defender o racismo e a xenofobia, Breivik, o viking, ataca o Brasil pela miscigenação e atribui à mistura brasileira nossa incapacidade de alcançar grau mais elevado de desenvolvimento.
Nossa miscigenação revela um pragmatismo histórico, já que os portugueses não se deram ao trabalho de trazer mulheres com os primeiros colonos, e, mesmo que estejamos distantes da fantasiosa "democracia racial", ela é um atributo muito positivo hoje, exceto entre grupelhos extremistas.
Mas quais outros atributos queremos comunicar ao mundo agora que nossa voz está mais forte e é mais ouvida? Como vamos apresentar o Brasil a esse novo público? Qual é a nossa estratégia de comunicação como nação que reforce nossas posições comerciais, políticas e culturais? Temos uma? Quem deve formulá-la? Quem deve executá-la?
Os EUA, benchmark do capitalismo continental, viram desde cedo que vender o "american way of life" era mais eficiente e poderoso do que vender carros e refrigeradores. Multinacionais e estúdios de Hollywood alinhavam valores e comunicação com Washington. Enquanto as indústrias despachavam manufaturados Made in USA para o mundo, o Departamento de Estado despachava big bands comandadas por Dizzy Gilespie.
Não temos a pretensão, ao menos por enquanto, de sair por aí vendendo o "brazilian way of life", que pode desandar no famigerado "jeitinho brasileiro". Mas o que o Brasil está fazendo para promover seus valores e posições na era da comunicação global?
A China tinha um projeto claro de relações públicas internacionais para as Olimpíadas de Pequim: mostrar ao mundo (e encantá-lo com) sua capacidade de planejamento e realização, sua tecnologia, sua precisão, sua nova riqueza, sua liderança no quadro de medalhas. Mas a China é uma ditadura comunista, e a repressão a protestos políticos durante os jogos em Pequim acabaram revelando o lado escuro do vermelho.
O Brasil quer mostrar o que do verde e amarelo? No "upside", somos uma democracia vibrante, com economia capitalista ascendente, sociedade tolerante e índole cordial. É um grande conjunto, mas intangível. Como materializá-lo?
Não creio que o Itamaraty seja o melhor endereço para buscar a resposta. Nossos diplomatas são cidadãos globais, mais parecidos com diplomatas alemães ou chineses do que com outros cidadãos brasileiros. E a diplomacia sempre foi importante demais para ser deixada aos diplomatas, um erro histórico do Brasil (que sob Lula foi suplantado por um erro maior ainda chamado Marco Aurélio Garcia).
Lula, do alto de sua aprovação popular, foi, do seu jeito sempre ambíguo, voluntarioso, às vezes insolente, carismático e macunaímico, um porta-voz importante e eficiente do novo Brasil, um formulador original de nosso "soft power".
Lula comunicou um Brasil democrático, emancipado da pobreza e por isso confiante como nunca. Mas Dilma fala pouco para fora. E o espaço que Lula ocupou no debate global é um espaço que o Brasil precisa não só manter, como ampliar.
O colapso financeiro do fim dos anos 00 pariu um mundo diferente, onde o dinamismo migrou das economias centrais para as periféricas, que agora vão se tornando também centrais.
O Brasil ainda é um país bastante fechado para tal protagonismo. Nossas trocas (de mercadorias, pessoas e informações) com o mundo ainda são relativamente baixas. Mas crescem com velocidade maior do que a do PIB. É uma trajetória segura de crescimento, para a qual faltam uma ideia de nação e uma estratégia de comunicação.
O lulo-petismo fez uma equivocada opção pelos pobres na nossa política externa. O governo passado recusou convite de ingresso no clube dos ricos, a OCDE, para (tentar) nos posicionar como líder dos pobres. Parece que há um espaço melhor fora dessa falsa dicotomia, onde o Brasil possa ser justamente uma ponte entre ricos e pobres, entre Norte e Sul.
Temos dois encontros marcados com a opinião pública mundial, na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016. É uma sessão dupla com as duas maiores plateias mundiais.
Mais do que tocar obras, precisamos começar a escrever um roteiro.
Os aeroportos e os estádios serão apenas o cenário para a história que queremos contar.

Sérgio Malbergier

PMDBichos!



Blog Josias de Souza

Reencarnação!



Bog Josias de Souza

Brasil, o bom moço (em algumas coisas...)

Com o mundo de pernas para o ar, a potência insegura e a Europa em crise, o Brasil vai se dando bem e firmando a imagem de país confiável e seguro. Inclusive, ou principalmente, para investimentos.
Segundo dados da Unctad, agência da ONU para comércio e desenvolvimento, o Brasil pulou de 15º para 5º lugar no ranking de países que mais receberam investimentos diretos. Foram quase US$ 50 bilhões no ano passado, 85% a mais que o ano anterior.
É por isso que, mal assumiu o cargo, em junho passado, e o ministro de Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, já bate em Brasília. Portugal, um dos países europeus em crise, acaba de receber uma bolada de 78 bilhões de euros da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI. Mas isso tem preço.
Um dos preços, além de enxugar gastos públicos, até com corte de salários do funcionalismo, é apresentar um pacotaço de privatizações. Serão vendidas a TAP, de aviação, a Galp, de petróleo e todo o resto, incluindo energia e seguros.
A pretensão portuguesa é obter 6,5 bilhões de euros e reduzir o deficit das contas públicas de 9,1% em 2010 para 3% em 2013.
Quem vai comprar? O novo gabinete português acha que o Brasil tem boas condições e ótimos potenciais compradores. A ver.

Eliane Cantanhêde

Mais da metade dos brasileiros são contra união gay, diz Ibope

Uma pesquisa do Ibope Inteligência divulgada nesta quinta-feira mostra que 55% dos brasileiros são contrários à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que reconheceu a união de casais do mesmo sexo.
O estudo, realizado entre os dias 14 e 18 de julho, identifica que as pessoas menos incomodadas com o tema são as mulheres, os mais jovens, os mais escolarizados e as classes mais altas.
Sobre a decisão do STF, 63% dos homens e 48% das mulheres são contra. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 60% são favoráveis, enquanto 73% dos maiores de 50 anos são contrários.
Considerando a escolaridade, 68% das pessoas com a quarta série do fundamental são contra a decisão, enquanto apenas 40% da população com nível superior compartilha a opinião.
Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, 60% são contra. Já no Sul a proporção cai para 54% e, no Sudeste, 51%.
"Os dados mostram que, de uma maneira geral, o brasileiro não tem restrições em lidar com homossexuais no seu dia a dia, tais como profissionais ou amigos que se assumam homossexuais. Mas ainda se mostra resistente a medidas que possam denotar algum tipo de apoio da sociedade a essa questão, como o caso da institucionalização da união estável ou o direto à adoção de crianças", afirma Laure Castelnau, diretora do Ibope Inteligência.
Questionados se aprovam a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, a proporção de pessoas contrárias é a mesma dos que não querem a união gay: 55%.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em 142 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95% de intervalo de confiança.

Folha de São Paulo

Petistas reagem a Jobim, e Planalto tenta conter crise


A revelação feita na quarta-feira (26) pelo ministro Nelson Jobim (Defesa) de que votou em José Serra (PSDB) na última eleição presidencial gerou críticas de petistas e mal-estar no governo. O tucano foi o principal adversário de Dilma Rousseff (PT) em 2010.
Por orientação de Dilma, integrantes do Planalto se esforçaram em minimizar as declarações para não alimentar a crise. Para petistas, porém, as manifestações do ministro indicam que ele não terá vida longa no governo.
O ministro da defesa, Nelson Jobim, afirmou em entrevista a Fernando Rodrigues que votou em Serra na eleição passada
Jobim deu entrevista na terça-feira (25) ao programa "Poder e Política", realizado em Brasília pela Folha e pelo portal UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha. Segundo ele, que é filiado ao PMDB, Dilma já sabia de sua preferência.
O deputado federal André Vargas (PT-PR), secretário de Comunicação do partido, disse no Twitter que Jobim deve se achar a "última bolacha do pacotinho" e que "deve achar que não há outro ministro de Defesa possível".
O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), disse "estranhar" a declaração de Jobim logo depois de o ministro ter dito, em uma homenagem a Fernando Henrique Cardoso, que hoje "os idiotas perderam a modéstia". Isso incomodou o Planalto, que procurou esfriar o caso.
"Com tanta coisa para cuidar, estranho a declaração dele querendo pautar em quem votou". E finalizou: "Ele não faz de graça".
Ministro de FHC e Lula, Jobim perdeu espaço na gestão Dilma e já confidenciou que não pretende ficar até 2014.
A mais recente declaração do ministro coloca não só Dilma numa saia justa. Constrange também o vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Na quarta-feira, Temer disse em São Paulo que "todo mundo sabe que no PMDB houve divergências durante a campanha. A grade maioria votou na chapa Dilma/Temer, mas alguns tiveram dificuldades e foram compreendidos".
A afirmação do ministro foi ironizada por integrantes de sua própria legenda, como Eduardo Cunha (RJ). No Twitter, ele disse: "Descobriram o grande segredo da politica brasileira: Jobim votou no Serra e não na Dilma. Daqui a pouco vão descobrir que o Aécio [Neves] votou na Dilma e não no Serra".
O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que Jobim está no seu direito de eleitor e que uma parte do partido apoiou Serra. "Apenas lamentamos", afirmou.
Segundo líderes da oposição, outros ministros de Dilma também votaram no tucano. Questionado, José Serra disse ontem: "Se eu tivesse sido eleito o teria convidado a participar do governo".

MARIA CLARA CABRAL
NATUZA NERY
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

terça-feira, 26 de julho de 2011

Sermão ao cadáver

LONDRES - Morreu Amy Winehouse e os moralistas de serviço já começaram a aparecer. Como abutres que são.
Não há artigo, reportagem ou mero obituário que não fale de Winehouse com condescendência e piedade. Alguns, com tom professoral, falam dos riscos do álcool e da droga e dão o salto lógico, ou ilógico, para certas políticas públicas.
Amy Winehouse é, consoante o gosto, um argumento a favor da criminalização das drogas; ou, então, um argumento a favor de uma legalização controlada, com o drogado a ser visto como doente e encaminhado para a clínica respetiva.
O sermão é hipócrita e, além disso, abusivo.
Começa por ser hipócrita porque este tom de lamentação e responsabilidade não existia quando Amy Winehouse estava viva e, digamos, ativa.
Pelo contrário: quanto mais decadente, melhor; quanto mais drogada, melhor; quanto mais alcoolizada, melhor. Não havia jornal ou televisão que, confrontado com as imagens conhecidas de Winehouse em versão zoombie, não derramasse admiração pela 'rebeldia' de Amy, disposta a viver até o limite.
Amy não era, como se lê agora, uma pobre alma afogada em drogas e bebida. Era alguém que criava as suas próprias regras, mostrando o dedo, ou coisa pior, para as decadentes instituições burguesas que a tentavam "civilizar".
E quando o pai da cantora veio a público implorar para que parassem de comprar os seus discos raciocínio do homem: era o excesso de dinheiro que alimentava o excesso de vícios toda a gente riu e o circo seguiu em frente. Os moralistas de hoje são os mesmos que riram do moralista de ontem.
Mas o tom é abusivo porque questiono, sinceramente, se deve a sociedade impor limites à autodestruição de um ser humano. A pergunta é velha e John Stuart Mill, um dos grandes filósofos liberais do século 19, respondeu a ela de forma inultrapassável: se não há dano para terceiros, o indivíduo deve ser soberano nas suas ações e na consequência das suas ações.
Bem dito. Mas não é preciso perder tempo com filosofias. Melhor ler as letras das canções de Amy Winehouse, onde está todo um programa: uma autodestruição consciente, que não tolera paternalismos de qualquer espécie.
O tema "Rehab", aliás, pode ser musicalmente nulo (opinião pessoal) mas é de uma honestidade libertária que chega a ser tocante: reabilitação para o vício? Não, não e não, diz ela. Três vezes não.
Respeito a atitude. E, relembrando um velho livro de Theodore Dalrymple sobre a natureza da adição ("Junk Medicine: Doctors, Lies and the Addiction Bureaucracy"), começa a ser hora de olhar para o consumidor de drogas como um agente autônomo, que optou autonomamente pelo seu vício particular e, em muitos casos, pela sua destruição particular.
As drogas não se "apanham", como se apanha uma gripe; não se "pegam", como se pega um doença venérea; e não são o resultado de uma mutação maligna das células, como uma doença oncológica. As drogas não "acontecem"; escolhem-se.
O drogado pode ficar doente; mas ele não é um doente - é um agente moral.
Mais: como explica Dalrymple, que durante décadas foi psiquiatra do sistema prisional britânico, o uso de drogas implica um voluntarismo e uma disciplina que são a própria definição de autonomia pessoal. E, muitas vezes, o uso de drogas é o pretexto para que vidas sem rumo possam encontrar um. Por mais autodestrutivo que ele seja.
Moralizar o cadáver de Amy Winehouse? Não contem comigo, abutres.

João Pereira Coutinho

O galope da desigualdade

Enquanto os republicanos teimam em dançar na beira do abismo, na negociação sobre a elevação da dívida norte-americana, sem a qual o país quebra, o site Huffington Post divulga análise estarrecedora sobre a desigualdade nos Estados Unidos: a diferença de renda entre os brancos e as minorias negra e hispânica atingiu o mais alto nível em 27 anos ou seja desde que se fazem pesquisas do gênero.
A riqueza média dos lares brancos em 2009 era de US$ 113.149 contra apenas US$ 6.325 para os hispânicos e US$ 5.677 para os negros. Em reais ao câmbio do dia, dá respectivamente R$ 173.344, R$ 9.689 e R$ 8.697, se alguém quiser fazer comparações com o Brasil, sempre complicadas porque o poder de compra é diferente em cada país.
Significa, grosso modo, que cada casa de brancos é 18 vezes mais rica do que a similar hispânica e 20 vezes mais que a negra.
A análise compara esses números com os de 1995, quando a diferença entre brancos e as duas minorias era de apenas 7 para 1. O ano de 1995 marca o momento de expansão econômica que içou as minorias para um novo patamar de renda.
O aumento da desigualdade é atribuído aos diferentes efeitos da crise econômica: com a recuperação da bolsa de valores e de outros ativos financeiros, os brancos, que têm recursos para investir, saíram do buraco mais facilmente do que os dois outros grupos.
Os hispânicos foram vítimas da crise imobiliária, setor em que estiveram maciçamente empregados. Além disso, como o 'sonho americano' atrás do qual vieram inclui a compra de casa, foi o que fizeram. Aí, estourou a bolha imobiliária e eles ficaram encalacrados com dívidas que, muitas vezes, superam o valor do imóvel.
Já os negros são mais afetados pelo desemprego.
Os dados são eloquentes por si só, mas vale a pena introduzir dois elementos, um local e outro brasileiro.
O local: se os republicanos ganharem a queda de braço com Obama e o ajuste fiscal indispensável ficar excessivamente focado em corte de gastos, as minorias serão de novo prejudicadas. Tanto que as associações que representam os negros estão implorando para que Obama resista aos cortes na assistência habitacional e em programas de seguridade social. Ceder significaria atingir desproporcionalmente áreas urbanas com elevado desemprego e pobreza. Aliás, a taxa de pobreza está em 14,3%, com um recorde de 50 anos no registro de pobreza mesmo entre os que trabalham.
Sobre o Brasil: vale sempre prestar atenção ao fato de que TODAS as medições sobre queda de desigualdade por aqui levam em conta apenas a renda do trabalho, não o conjunto de rendas. Ou seja, pode ter caído, como dizem as pesquisas, a diferença entre assalariados mas não caiu (provavelmente aumentou) a diferença entre a maioria que vive apenas de salário (ou de benefícios sociais) e a minoria que vive de outras rendas (lucro, aluguéis, juros etc).
Portanto, quando você ler que caiu a desigualdade no Brasil, saiba que se trata apenas da desigualdade entre salários não o desnível global entre ricos e pobres.

Clóvis Rossi

Cordel Encantado desta quinta-feira

Em Cordel Encantado, novela da Rede Globo, resumo do próximo capítulo 94, quinta-feira, 28 de julho – Açucena e Jesuíno se desentendem. Maria Cesária e Tibungo vão à delegacia atrás de notícias de Augusto. Timóteo se irrita ao saber que o cangaceiro que fugiu era Açucena. Miguézim aparece no acampamento dos cangaceiros e Açucena decide ir embora com ele e Felipe. Dora afirma a Jesuíno que vai lutar para conquistar seu amor. Zenóbio não gosta de ver a aflição de Florinda por causa de Petrus. Felipe se aborrece ao saber o castigo que Timóteo deu a Augusto e Petrus. Nidinho pede a Ternurinha que o deixe procurar o registro de sua mãe no gabinete do prefeito. Cecília pede que Baldini volte a ser amigo do rei. Neusa concorda com Antônia ao afirmar que Batoré deve ficar contra Timóteo. Jesuíno, Herculano e Dora convocam o povo de Vila da Cruz a lutar contra o novo rei.

Globo

Crianças são 40% dos brasileiros na miséria



Quatro em cada dez brasileiros que vivem na miséria são crianças de até 14 anos, aponta o Censo 2010. Uma das causas é a maior natalidade nas famílias mais pobres, decorrente da falta de planejamento familiar e até de machismo, dizem especialistas ouvidos pela Folha.
A falta de acesso a serviços básicos, como o registro de nascimento em cartório, acentua a exclusão.
Segundo linha definida pelo governo federal, são extremamente pobres as famílias cujo ganho mensal é de até R$ 70 por pessoa. Nas mais numerosas, em que a renda é dividida por mais pessoas, o ganho per capita tende a ser menor.
Como essas famílias em geral não têm acesso a planejamento familiar e métodos contraceptivos, pela falta de serviços públicos, a natalidade é maior, diz Myrian Veras Baptista, professora de serviço social da PUC-SP.
Patrícia Grossi, professora da pós-graduação em serviço social na PUC-RS, coloca o machismo na equação. Ela afirma que ainda há no país muitos homens que não deixam a mulher utilizar métodos anticoncepcionais. "O marido ou companheiro quer ter vários filhos para 'provar' que é homem", diz.
A falta de bons serviços públicos de educação e saúde contribui para a transmissão da pobreza de geração a geração. Marie-Pierre Poirier, representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil, lembra que pobreza não se define só pela renda, mas também pelo acesso a direitos como saúde e educação.
Grossi considera que programas de transferência de renda como o Bolsa Família são importantes, mas não suficientes. Ela defende mais vagas em creches e investimento em educação infantil para quebrar o ciclo de transmissão da pobreza.
Com o Brasil sem Miséria, plano lançado no mês passado, o governo federal ampliou de três para cinco o limite de filhos que podem ser incluídos no Bolsa Família. A estimativa oficial é que 1,3 milhão de crianças de até 15 anos sejam beneficiadas.

DANIEL VASQUES
JOSÉ PETROLA

Dilmaria Bonita!



Blog Josias de Souza

Dr. 'honoris' Jekyll and Ms. 'pupila' Hayde!



Blog Josias de Souza

Crispación

Os ânimos estão para lá de exaltados na Argentina. Que nossos vizinhos sejam um povo muito politizado e que gosta de uma boa discussão sobre os problemas e a história de seu país, não é exatamente uma novidade.
Essa característica, porém, havia estado um tanto suspensa na década de 90, durante os anos Menem, em que se viveu uma ilusão primeiro-mundista por conta da dolarização da economia.
A coisa começou a esquentar de novo em 2001, com o chamado "estallido" e a queda do governo De la Rúa. Em 2008, agravou-se com a crise entre Cristina Kirchner e o campo, seguida da guerra aberta entre a presidente e o grupo "Clarín".
Agora, em plena campanha eleitoral que decide o futuro do chamado kirchnerismo, o debate vem ganhando contornos violentos.
No próximo domingo, os portenhos irão às urnas para o segundo turno da eleição para a prefeitura de Buenos Aires. E, no dia 14 de agosto, os argentinos votam nas primárias obrigatórias para a Presidência a eleição propriamente dita é dia 23 de outubro.
O empresário conservador Mauricio Macri, atual prefeito e uma das principais forças de oposição à presidente peronista Cristina Kirchner, ganhou o primeiro turno, no último dia 10, com uma massacrante diferença de 47% a 27%, de seu adversário, Daniel Filmus, peronista.
O resultado contrariou várias pesquisas, que apontavam, sim, uma vitória de Macri, mas com uma diferença muito menor de votos.
Grande derrota para o kirchnerismo, a vitória parcial de Macri em Buenos Aires fez com que defensores do governo federal viessem à público, e com uma violência verbal impressionante.
Primeiro foi o músico Fito Páez, que por meio de um artigo no jornal "Página 12", hoje governista, disse que sentia "asco" de metade de Buenos Aires, referindo-se aos eleitores de Macri. Houve respostas violentas de quem viu nas palavras do músico uma intolerância tremenda.
O filósofo e articulista Alejandro Rozitchner, no "La Nación", perguntou: "Como pode um artista popular do tamanho de Fito Páez terminar expressando-se de maneira tão fascista, desprezando aos que pensam de modo diferente?".
A ele somou-se Horácio González, sociólogo que dirige a Biblioteca Nacional e é um dos principais nomes do Carta Abierta, grupo de intelectuais kirchneristas.
González, que foi o responsável pelo vexaminoso episódio em que o liberal peruano Mario Vargas Llosa quase foi impedido de participar da Feria del Libro bonaerense, em abril, disse que a escolha dos eleitores portenhos revelavam uma ideologia "tacanha" e "egoísta".
Agora, a maioria dos institutos de pesquisa está sendo metralhada por errar feio o resultado positivo de Macri. Com isso, coloca-se em dúvida também os números que vêm sendo apresentados mostrando um favoritismo arrasador para Cristina na eleição federal, em relação ao segundo colocado, o radical Ricardo Alfonsín.
Para o pleito do próximo domingo, o instituto de pesquisa Poliarquía, um dos únicos confiáveis, cravou que Macri terá 52,1% dos votos, contra 32,8% de Filmus.
O termômetro político expõe um país em estado febril.
A revelação, na semana passada, de resultado de exame de DNA que mostrou que os filhos adotivos da dona do "Clarín", Ernestina Herrera de Noble, não são filhos de desaparecidos, gerou mais um capítulo na guerra entre o governo e esse veículo.
Representou uma derrota para Cristina e trouxe à discussão a instrumentalização dos direitos humanos para uso político.
No último sábado, foi a vez de nova troca de animosidades entre o campo e o governo. Na inauguração da tradicional feira da Sociedade Rural Argentina, o presidente da mesma, Hugo Luis Biolcati pediu votos contra o governo, que acusou de corrupto e de comprometer as instituições.
Os kirchneristas responderam, por meio do ministro da Agricultura, Julián Domínguez: "enquanto ele (Biolcati) mentia, nós assinávamos na China oito convênios históricos para beneficiar o país".
Em "Argentinismos" (ed. Planeta), o escritor Martín Caparrós elegeu os principais verbetes da vida política do país em tempos de kirchnerismo: "militância", "progressismo", "setentismo", "presidenta", "Él" (referindo-se ao finado Néstor Kirchner) e outros."
A que mais chama atenção, porém, é "crispación" (irritação), que ele define como o estado de espírito atual da sociedade. Caparrós relata que, em 2008, durante a crise entre Cristina e o campo, discutira com um grande amigo, aos gritos, durante um jantar, por discordar politicamente dele. Nunca mais o voltou a ver.
Segundo ele, "crispación" significa: "a decisão de um governo que pensou que enfrentar era uma boa tática de poder, a obstinação de uma oposição que supriu a falta de ideias e iniciativas apenas com a crítica, a confusão de certos discursos e relatos e, sobretudo, situações como aquela: brigas entre parentes, entre amigos, entre colegas, enfrentamentos que a opinião pública carregou de uma violência inabitual, inesperada."
Daqui até a definição de ambas as eleições, muitas farpas e flechas devem ser trocadas nesse processo que evidencia uma polarização crescente entre kirchneristas e não-kirchneristas na sociedade.
Como definiu o cientista político Natalio Botana em artigo para o "La Nación", "nunca neste mesmo período houve um choque tão rotundo entre os estilos que apostam a favor do consenso e em respeito ao contrário".
O início da campanha televisiva, ontem, deve marcar outro estágio desse embate. Resta torcer para que a violência do discurso e das ações do e contra o Estado não comprometam o jogo democrático.

Sylvia Colombo

A genial bicicleta do morador de rua

A partir de hoje, dia do Escritor, começa a circular na cidade de São Paulo uma genial bicicleta criada por um morador de rua. É a bicicloteca (o detalhamento está no www.catracalivre.com.br), que vai andar pelo centro distribuindo livros para quem não tem acesso a livro e coragem para entrar numa biblioteca.
Como Robson Moura morava perto de uma biblioteca no centro de São Paulo (Mário de Andrade), ele acabou se aproximando e se apaixonando pela leitura, que acabou tirando-o das ruas. Daí veio a ideia, simples, de montar um equipamento em cima da bicicleta para distribuir livros pela cidade, levando a cultura para quem precisa.
São ideias simples e geniais como essa como mostram como é possível fazer muito com pouco dinheiro, apostando na inventividade. É, muitas vezes, o que ocorre ao contrário nos governos, onde se faz pouco com muito dinheiro.
Esta aí uma daquelas soluções que podem se espalhar pelo Brasil, economizando dinheiro e distribuindo cultura.

Gilberto Dimenstein

Em manifesto na internet, atirador norueguês diz que Brasil é 'disfuncional'


O suspeito dos dois ataques em Oslo, Anders Behring Breivik, 32, citou o Brasil em seu documento intitulado "A European Delaration of Independence - 2083" (Uma declaração de Independência Europeia - 2083) publicado na internet.
Segundo ele, por causa da "revolução marxista brasileira", o Brasil teria se tornado uma mistura de raças o que se mostrou uma "catástrofe" para o país que é "de segundo mundo" com um baixo nível de coesão social. Os resultados seriam os altos níveis de corrupção, baixa produtividade e conflitos entre as diferentes culturas.
Breivik ainda classificou o Brasil como um país "disfuncional".
Ele ainda discorre sobre o acidente com o Césio-137 em Goiânia, sobre o golpe militar de 1964, que contou com a intervenção americana e sobre a proclamação da República em 1889.
Com várias referências históricas, o documento assinado por Breivik com 1.518 páginas inclui ainda um manual sobre como montar bombas e um discurso contra o Islã e o marxismo, várias referências históricas, detalhes da personalidade de Breivik e um diário dos três meses que precederam o ataque.
Breivik destaca "o uso do terrorismo como um meio de despertar as massas", e admite que será lembrado como "o maior monstro nazista desde a 2ª Guerra Mundial".
O manifesto revela que o ataque já era preparado desde o outono de 2009 no hemisfério norte.

AUDIÊNCIA

Na manhã desta segunda-feira, Anders Behring Breivik foi levado à corte de Oslo.
Anders Behring Breivik (de vermelho) é levado em comboio policial depois de participar de audiência em Oslo
Breivik, 32, definido como um fundamentalista cristão, islamófobo e ultradireitista, queria transformar a audiência desta segunda-feira uma ampla declaração de suas crenças perante o juiz e a imprensa.
Ele afirmou em seu manifesto na internet, publicado antes dos ataques, que apareceria na corte de uniforme e faria uma longa defesa de sua tese.
A audiência, contudo, foi realizada a portas fechadas, anunciou o a Justiça local, um esforço para evitar que a corte vire palanque para as ideias radicais de Breivik. A sessão durou cerca de 35 minutos.
Segundo Geir Lippestad, advogado do acusado, Breivik acredita que seus crimes foram "atrocidades, mas necessários" e que não merece nenhum castigo por eles.

PRISÃO PREVENTIVA

Breivik, que confessou ser o autor do massacre, não quis se declarar culpado ao tribunal.
Ele explicou ao juiz Kim Heger que não se considera culpado pois precisava ter cometido estes atos para enviar "um forte sinal" aos noruegueses e proteger o país contra a "invasão" dos muçulmanos. Ele afirmou que trabalhava em conjunto com "duas outras células".
Dois psiquiatras vão avaliar o estado de saúde mental de Breivik, que, segundo a polícia, se manteve calmo durante seu depoimento e parece não ter sido afetado pelos eventos.
O juiz determinou que Breivik fique detido por oito semanas, até 22 de agosto, metade das quais deve ficar em solitária e isolamento --sem cartas, telefonemas ou contato com sua família ou a mídia.
Segundo o promotor que participa do caso, Breivik sabe que passará o resto da vida atrás das grades.
Normalmente, o acusado é levado à corte a cada quatro semanas enquanto os promotores preparam o caso, para que o juiz possa aprovar sua contínua detenção. Em casos de crimes sérios ou quando o réu é confesso, é comum este período ser ampliado.
Breivik foi indiciado por atos de terrorismo. O juiz afirmou que sua confissão e outras evidências encontradas pela polícia permitem o indiciamento.
O norueguês de 32 anos disse ainda ao juiz que quis induzir a maior perda possível ao governista Partido Trabalhista, para que não consiga mais recrutar novos filiados.
Ele acredita que o partido falhou com o povo ao não protegê-lo de uma "tomada muçulmana" e o preço desta traição foram os ataques de sexta-feira.

ATAQUES

Na primeira ação, um carro-bomba explodiu próximo à sede do governo, no centro de Oslo, matando oito pessoas. No segundo ataque, Breivik atirou contra os participantes de uma colônia de férias da juventude do Partido Trabalhista (no poder) na ilha de Utoya, 40 km a oeste da capital, provocando ao menos 68 mortes.
Os dois ataques foram cometidos com apenas duas horas de diferença. A hipótese mais sólida era de que o suspeito tinha ativado o carro-bomba que explodiu na capital para depois seguir em direção à ilha, situada a cerca de 40 quilômetros da capital.
Breivik disse à polícia de Oslo ter agido "sozinho" no massacre. Mas depoimentos de alguns sobreviventes deram a entender que poderia haver outro atirador.

Folha de São Paulo

domingo, 24 de julho de 2011

Açúcar causa dependência como álcool e cigarro, diz médico

Açúcar é veneno. Do mais natureba, o mascavo, até o suco de fruta ou o famigerado xarope de milho, o açúcar está por trás de doenças cardíacas, diabetes e câncer. E deveria ser proibido para menores de 21 anos, como o álcool e o cigarro.
É com essas declarações polêmicas que o americano Robert Lustig, endocrinologista pediátrico da Universidade da Califórnia em San Francisco, ganhou fama internacional nos últimos anos.
O endocrinologista pediátrico Robert Lustig afirma que açúcar deveria ser proibido para menores de 21 anos
Sua palestra "Açúcar: a verdade amarga" teve mais de 900 mil acessos no YouTube. Há duas semanas, suas teses foram tema da reportagem de capa da revista do "New York Times". Abaixo, os principais trechos da entrevista que ele concedeu à Folha, por telefone.
Folha - O senhor defende que as pessoas eliminem totalmente o açúcar da dieta?
Robert Lustig - Não, eu não sou um "food nazi". Eu como açúcar, mas muito pouco.
Nosso corpo tem uma capacidade muito limitada para metabolizar o açúcar e nós vivemos muito acima dela. Não precisamos de frutose para viver. Nosso corpo ficaria muito bem sem nenhuma frutose [açúcar refinado, a sacarose é composta de 50% de frutose e 50% de glicose].

Qual é o máximo de frutose que deveríamos ingerir?
Não temos certeza. Mas uma estimativa é 50 g por dia. Meus estudos mostram as similaridades entre frutose e álcool. Eles são metabolizados da mesma forma, no fígado. E nós sabemos qual é o limite de toxicidade para o álcool: 50 g. A epidemia de obesidade começou quando o consumo de frutose ultrapassou os 50 g por dia [ou 100 g de açúcar, o mesmo que duas latas e meia de refrigerante].
A Associação Cardiológica Americana publicou uma orientação, em agosto de 2009, da qual eu sou coautor, dizendo que o consumo atual de açúcar nos EUA é de 22 colheres de chá por dia. Deveríamos reduzir isso para nove colheres no caso de homens e seis no caso de mulheres.

Qualquer açúcar é ruim, não importa se é mascavo ou xarope de milho?
Todos são igualmente ruins.

Deveríamos substituí-los por adoçantes artificiais?
Adoçantes artificiais são uma questão complicada. Não fizemos todos os testes para saber o que os adoçantes fazem no organismo.
Segundo uma linha de estudos, uma vez que a língua sente o sabor doce, o cérebro se prepara para a entrada do açúcar no sangue. Se ele não entra, o cérebro fica confuso, o que pode levar a um aumento no consumo de açúcar. Há estudos ligando o consumo de adoçantes a obesidade e doença cardíaca.

Qual a alimentação que os pais devem dar a seus filhos?
Crianças devem comer comida de verdade.

Mas isso inclui suco de fruta natural...
Não, suco de fruta, mesmo natural, não é comida de verdade. Deus fez suco de fruta? Não. Deus fez fruta. Qual é a diferença entre a fruta e o suco? Fibras. A fibra é a parte boa da fruta, e o suco, a má. Sempre que há frutose na natureza, há muita fibra há uma exceção, o mel, mas este é policiado pelas abelhas.
As fibras limitam a velocidade da absorção dos carboidratos e das gorduras do intestino para a corrente sanguínea. Quanto mais rápido a energia sai do intestino e vai para o fígado, maiores as chances de danificar o órgão.

Quando o senhor diz que crianças devem comer comida de verdade, isso inclui um sorvete no fim de semana?
Sim. Quando eu era pequeno, sobremesa era uma vez por semana. Hoje, é uma vez por refeição. Esse é o problema. Eu tenho duas filhas pequenas e é isso que faço. Se é dia de semana e elas querem sobremesa, ganham uma fruta. Uma bola de sorvete, só no fim de semana. Elas seguem as regras e não ficam sonhando com doces.
O senhor propõe que a venda de doces e refrigerantes seja proibida para menores, como cigarros e álcool.
Sim. Refrigerantes não têm valor nutritivo, não fazem nenhum bem às crianças. Se os pais quiserem que seus filhos tomem refrigerante, que comprem para eles.

Não é exagero comparar açúcar a álcool e cigarros?
Não. Cigarros e álcool causam dependência, e açúcar também. Nos refrigerantes, tanto a cafeína como o açúcar causam dependência. Sal e gordura causam hábito, mas não dependência.

Como o senhor explica os efeitos nocivos do açúcar?
Quatro alimentos foram associados à doença metabólica crônica: gorduras trans, aminoácidos de cadeia ramificada [soja], álcool e frutose.
A frutose, quando é metabolizada, libera substâncias tóxicas chamadas espécies reativas de oxigênio [radicais livres], que levam a danos nas células no longo prazo, envelhecimento e, potencialmente, câncer.

PATRÍCIA CAMPOS MELLO

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Mensagem para um amigo

A amizade torna os fardos mais leves, porque os divide pelo meio.
A amizade intensifica as alegrias,elevando-as ao quadrado na matemática do coração.
A amizade esvazia o sofrimento, porque a simples lembrança do amigo é alívio.
A amizade ameniza as tarefas difíceis, porque a nós não as realizamos sozinho.
São dois cérebros e quatro braços a agir.
A amizade diminui a distância. embora longe, o amigo é alguém perto de nós.
A amizade enseja confidências redentoras: problema partilhando, percalço amaciado;
felicidade repartida, ventura acrescida.
A amizade coloca música e poesia na banalidade do quotidiano.
A amizade é a doce canção da vida e a poesia da eternidade.
O amigo é a outra metade de nós. O lado claro e melhor.
Sempre que encontramos um amigo, encontramos um pouco mais de nós mesmos.
O amigo revela, desvenda, conforta.
É uma porta sempre aberta, em qualquer situação.
O amigo na hora certa é o sol ao meio dia, estrela na escuridão.
O amigo é a bússola e rota no oceano, porto seguro da tripulação.
O amigo é o milagre do calor humano que Deus opera num coração.

Portal dos Anjos

Você é um idiota da internet?

Li hoje no "The New York Times" uma reportagem que revela o custo de se comportar como um idiota na internet.
Empresas estão ganhando dinheiro fazendo pesquisas em todas as redes sociais possíveis para ajudar na contratação de funcionários. Captam até frases colocadas num fórum.
Essa pesquisa acaba ajudando na decisão de contratar ou não, com base, às vezes, de alguém bêbado numa festa, fumando um baseado ou escrevendo uma piada que pode ser interpretada como preconceito contra mulher, negro ou deficiente.
Como as redes sociais são muito novas, muita gente se comporta como um idiota, expondo sua vida privada ou situações comprometedoras.
Pode-se até argumentar (e com certa razão) que a vida pessoal não deveria influenciar na contratação. Mas o fato é que o que se faz na rede social está virando critério de contratação e até chance de prosperar num emprego, mas as pessoas parecem nem se importar.

Gilberto Dimenstein

Duplo ataque mata ao menos 16 na Noruega, diz polícia


A polícia da Noruega elevou para ao menos 16 os mortos na explosão que atingiu um prédio do governo no centro de Oslo e no tiroteio em um centro de juventude do Partido Trabalhista, na ilha de Utoeya, ao noroeste da capital.
Ao menos sete pessoas morreram na explosão, e, de acordo com informações da polícia, outras nove ou dez foram mortas no ataque a tiros.
Uma testemunha diz, no entanto, ter visto ao menos 20 corpos no tiroteio. "Eu vi com meus próprios olhos ao menos 20 pessoas caídas na água", disse Andre Skeie, 26. Ele contou que foi à ilha com seu barco para ajudar as pessoas a evacuarem o local depois do tiroteio.
Bombeiro conversa com vítima de bomba em Oslo, em frente ao prédio onde fica o escritório do premiê
Bombeiro conversa com vítima de bomba em Oslo, em frente ao prédio onde fica o escritório do premiê
O chefe-assistente da polícia de Oslo, Egil Vrekke, pediu nesta sexta-feira que as pessoas evitem o centro da capital norueguesa, depois da explosão, ocorrida às 15h30 (10h30), e que causou grandes danos ao prédio onde fica o escritório do premiê Jens Stoltenberg.
"Nós temos pessoas no local investigando se há outras bombas na área", disse Vrekke, citado pela rede britânica BBC. Ele disse ainda que o número de mortes pode aumentar.
Stoltenberg disse que é 'muito cedo' para classificar a explosão de ataque terrorista. Ele não revelou sua localização, a pedido da polícia. Não há qualquer reivindicação oficial de autoria da ação por parte de algum grupo terrorista até o momento.
A agência de notícias Reuters afirmou mais cedo que os destroços de um carro desconhecido estavam do lado de fora do edifício. A polícia norueguesa já admite a possibilidade, mas ainda não confirma.

TERRORISMO

Ainda não se sabe quem está por trás dos ataques que mataram pelo menos 16 na Noruega, mas a polícia não acredita que os ataques estejam relacionados com terrorismo internacional.
Inicialmente, o grupo jihadista Ansar al-Yihad al-Alami emitiu um comunicado reivindicando os ataques, segundo informou o "New York Times" citando um especialista em terrorismo.
Posteriormente, o mesmo especialista, Will McCants que trabalha na Universidade Johns Hopkins explicou em seu blog que o grupo havia se retratado.
O jornal "Nationen" disse os ataques devem estar relacionados com um problema interno relacionado com o sistema político local.

DANOS

A explosão estourou vidraças no edifício de 17 andares onde fica o escritório do primeiro-ministro e também do Ministério do Petróleo, que está em chamas.
O prédio do tabloide "VG" e outras publicações norueguesas, que fica próximo, também foi danificado.
"Vi que as janelas do edifício do "VG" e da sede do governo estouraram. Há pessoas ensanguentadas nas ruas", disse um jornalista da rádio estatal NRK, que está no local.
"Há vidro por toda a parte. É o caos total. As janelas de todos os edifícios dos arredores voaram pelos ares", disse o jornalista da NRK Ingunn Andersen, que disse ter pensado que era um terremoto.
As imagens divulgadas pelos jornais noruegueses mostram os destroços acumulados em frente ao edifício da "VG". Já as cenas filmadas por noruegueses nos momentos após a explosão mostram grande correria e pânico nas ruas.
A polícia isolou a região e esvaziou os prédios vizinhos.

DISPAROS

Horas depois da explosão, tiros foram disparados em um centro de juventude do Partido Tabalhista, na ilha de Utoeya, ao noroeste de Oslo.
O canal de TV britânico BBC cita relatos de ao menos quatro mortos. As agências de notícias, contudo, falam em cinco feridos.
O canal público norueguês NRK disse que o homem estava com uniforme policial. Segundo o canal, há cerca de 700 pessoas no evento.
Já o site do jornal "VG" disse que o homem atirava indiscriminadamente e atingiu muitas pessoas.
As agências de notícias dizem que o autor dos tiros foi preso. Não há mais detalhes.
Não está claro se o tiroteio está ligado à explosão de mais cedo no centro de Oslo.
"A situação é crítica em Utoeya", disse Stoltenberg, ao canal independente TV2. Sua agenda mostra que ele deveria fazer um discurso no local no sábado.
Nesta sexta-feira, a ex-premiê Gro Harlem Brundtland iria participar do encontro.

AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Maioria dos brasileiros considera que raça influencia o trabalho

Estudo do IBGE realizado em seis Estados Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal mostra que, para 64% dos entrevistados, a cor ou raça tem influência na vida das pessoas.
O ambiente em que esta variável tem mais influências, de acordo com os entrevistados, é o trabalho (71%), seguido das relações com a Justiça ou polícia (68%).
O estudo mostra também que, na hora de definir sua própria cor ou raça, os entrevistados levam em conta principalmente a cor da pele (74% de citações), seguida da origem familiar (62%), e dos traços físicos (54%).
O estudo, de 2008, foi realizado em apenas seis Estados porque não se trata de uma pesquisa com o objetivo de abranger toda a população. A publicação tem como objetivo embasar as discussões do IBGE e da sociedade sobre a necessidade ou não de alterar os critérios de classificação racial nas pesquisas do instituto.
Hoje, o IBGE dá apenas cinco opções para os entrevistados: Preto, Pardo, Amarelo, Branco ou Indígena. A classificação, no entanto, é feita pelo próprio entrevistado, ou seja, não é o pesquisador do IBGE que define, mas a própria pessoa.
No caso dos seis Estados investigados, quando a pergunta é feita de forma aberta, o estudo mostra que termos como "moreno" e "negro" aparecem com mais frequência até do que as classificações oficiais de preto ou pardo.
Espontaneamente sem que o IBGE dê as opções, os termos mais usados são "branco" (49%), "moreno" (19%), "pardo" (14%), "negro" (8%), "moreno claro" (3%), "preto" (1,4%) e "amarelo" (1,5%).

Folha de São Paulo

Felicidade é maior quando mulher é mais magra que marido

Um estudo norte-americano recente tem todo o potencial para deixar em polvorosa as mulheres que veem seu peso oscilar com frequência. Segundo ele, os casamentos são mais satisfatórios quando a parceira é mais magra do que a sua cara metade.
Uma das autoras que assina o estudo, Andrea Meltzer, estudante de graduação em psicologia da Universidade de Tennessee (EUA), salienta que as mulheres não precisam estar necessariamente magras para serem felizes no casamento. Mas pelo menos elas devem ser mais magras que os maridos.
A pesquisa envolveu o acompanhamento de 169 recém-casados com idade abaixo dos 35 anos.
Ao final de quatro anos, os homens estavam acima do peso, enquanto suas parceiras continuavam com peso normal.
A conclusão a que chegaram os cientistas mostrou também que, entre os homens o lado mais preocupado com o peso e a atração física do outro, o sentimento de satisfação começava no início da união. Na mulher, esse processo se mostrou mais demorado e só surgiu com o tempo.
Meltzer comenta que as descobertas podem retirar parte da pressão feminina de se manterem magras, já que o peso do marido em relação a elas também influencia a felicidade do casal.
Ela lembra que as mulheres não precisam surtar com os resultados do estudo, que representam uma média geral e podem apresentar variações nos padrões.

Folha de São Paulo

Cordel Encantado desta segunda-feira

Em Cordel Encantado, novela da Rede Globo, resumo do próximo capítulo 91, segunda-feira, 25 de julho – Úrsula procura disfarçar sua angústia ao ouvir o Tenente Arueira dizer que quer prender Herculano. Amália mente para que Damião não brigue com Maria Cesária. Dora não resiste ao beijo de Felipe. Jesuíno e Açucena se beijam. Tenente Arueira instrui Úrsula e Baldini a aceitar o acordo com os cangaceiros. Jesuíno e Açucena decidem manter sua reconciliação em segredo. Neusa tenta se convencer de que não gosta mais de Farid. Setembrino se aborrece quando Quiquiqui pede para ele escrever mais versos para Téinha. Lilica se insinua para Fausto e Carlota fica enciumada. Açucena convence Cícero a ajudá-la a participar da invasão ao palácio. Nidinho encontra sua certidão de batismo e fica curioso para saber quem é seu pai. Augusto, Petrus, Zenóbio e Felipe chegam a Brogodó disfarçados. Dora, Jesuíno, Herculano, Bel e os cangaceiros seguem para a selaria. Florinda fica constrangida quando Zenóbio a beija na frente de Petrus. Açucena se veste de homem para a invasão e Cícero a batiza de Cocada.

Globo

Lavanderia Planalto!



Blog Josias de Souza

Nova diplomacia, novos nomes

Está começando a movimentação no Itamaraty para promover as primeiras alterações nas embaixadas brasileiras da gestão Dilma Rousseff/Antônio Patriota. Como você sabe, Patriota mexeu apenas no seu próprio gabinete, mas não alterou o quadro de embaixadores legado por Celso Amorim.
Natural que tenha sido assim: a política externa foi um dos pontos fortes da gestão Lula, por mais que tenha havido críticas internamente a alguns aspectos dela. Mas ninguém, que eu conheça, nega que a posição internacional do Brasil saiu reforçada. Além disso, ninguém nega que, vista do exterior, a diplomacia brasileira recebeu mais aplausos do que vaias - e os embaixadores, como é óbvio, são o primeiro rosto do Brasil lá fora.
Agora, no entanto, é hora de mexer, até para adaptar o Itamaraty ao estilo Dilma, que praticamente sepultou a diplomacia presidencial, praticada com gosto e mesmo algum excesso por seu antecessor e padrinho. Note-se, a propósito, que Patriota manteve o ritmo de Amorim. Viaja constantemente e está sempre onde deve estar, por definição, o ministro de Relações Exteriores (no exterior, óbvio).
Só que tem menos acompanhamento da mídia porque não está com Dilma, e o presidente, em qualquer lugar do mundo, atrai mais holofotes do que seus ministros.
Se o estilo Dilma é mais discreto, cresce, também por definição, o papel dos embaixadores, especialmente daqueles que ocupam os principais postos. Em sendo assim, há sinais animadores em relação à principal embaixada, a de Washington.
Fala-se em Roberto Azevêdo, hoje representante do Brasil em Genebra, junto às Nações Unidas. Aliás, há dois embaixadores em Genebra. A outra é a mulher dele, Maria Nazareth Farani de Azevêdo. Ele cuida das questões econômico-comerciais, ela das demais, entra elas direitos humanos.
Teve, de resto, papel fundamental na recente tomada de posição do Brasil, no Conselho de Direitos Humanos, em favor da designação de um relator especial para investigador o Irã.
Já Roberto é um craque em temas comerciais. Sua participação nos contenciosos que o Brasil provocou na Organização Mundial do Comércio contra os Estados Unidos foi tão discreta, como é de seu jeito, como decisiva.
Removê-lo agora para Washington faria todo o sentido porque foi ele também que idealizou movimento brasileiro recentíssimo, o de provocar a discussão da chamada guerra cambial (a excessiva desvalorização do dólar e do iuan chinês) na OMC, um tema que teoricamente não faz parte da agenda do comércio. Mas a OMC aceitou a discussão.
Em Washington, se for de fato indicado, Azevêdo estará, portanto, na principal trincheira de debate a esse respeito - tema fundamental para a economia brasileira, como insiste, uma e outra vez, o ministro Guido Mantega.

Clóvis Rossi

Brasil: a grande esperança da Europa em frangalhos

"Mudanças na política agrícola da UE no ano que vem? Em 2012 talvez nós estejamos discutindo o fim da moeda comum europeia..."
Foi com esse estado de espírito que respondeu uma autoridade da União Europeia a nós, jornalistas, em Bruxelas nesta semana.
O pacote de resgate à Grécia, acordado na quinta-feira em Bruxelas, deu um pouco de respiro aos países europeus. Os yields (retornos) dos papeis da Espanha e Itália, que vinham apanhando por contágio, caíram.
Mas a situação está longe de ser tranquila.
E mercados como o Brasil surgem como alvo prioritário dos europeus.
É neste contexto que se deve avaliar o fim das preferências tarifárias concedidas pela UE ao Brasil por meio do Sistema Geral de Preferências, o SGP.
Atualmente, 12% das exportações do Brasil à UE são cobertas pelas reduções e isenções de tarifas de importação do SGP, em um valor total estimado em 3,4 bilhões de euros. O programa beneficia principalmente máquinas e equipamentos, automóveis, produtos químicos, plásticos e têxteis.
" SGP foi feito para países pobres, vocês não são um país pobre" disse-nos o comissário europeu de comércio, Karel de Gucht. "Vocês são um país que ainda tem pessoas pobres, mas claramente o SGP não é feito para vocês."
A UE quer usar o fim do SGP como alavancagem para conseguir concessões do Brasil na negociação do acordo de livre-comércio UE-Mercosul, que se arrasta há 12 anos.
Sem o SGP, o único jeito de o Brasil manter competitividade nas exportações para a UE será um acordo de livre-comércio para reduzir as tarifas.
Tal como a UE, os EUA encaram o Brasil como alvo prioritário no programa "exportar para sair da crise". Quando veio ao Brasil, em março, o presidente Barack Obama deixou claro que aumentar as vendas de produtos americanos para o Brasil era um dos principais objetivos dos EUA. Autoridades americanas chegaram a ser pouco diplomáticas ao declarar que a viagem era "fundamentalmente a respeito da recuperação econômica e exportações americanas", como disse o vice-conselheiro de segurança nacional Mike Froman, responsável por assuntos econômicos internacionais.
"As exportações para o Brasil geram 250 mil empregos nos EUA; metade da população do Brasil é hoje considerada classe média e isso cria grande oportunidade."
Enquanto as duas combalidas velhas potências lutam por um naco do saboroso mercado interno brasileiro, o Brasil vai às compras na UE em liquidação. A Comissão Europeia acaba de aprovar a compra de quatros empresas espanholas e uma alemã pela CSN. A CSN comprou a siderúrgica alemã Stahlwerk Thüringen GmbH e quatro companhias que pertencem ao grupo espanhol Alfonso Gallardo: Cementos Balboa, Corrigados Azpeitia e Corrugados Lasao.

Patrícia Campos Mello

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Professor esforçado deve ganhar mais?

Esse pergunta que faço aqui é estimulada pela decisão da cidade Nova York de suspender o pagamento de bônus para os professores, baseado no desempenho da escola. É um grande pretexto para quem é contra a premiação por mérito na educação atacar medidas semelhantes implantadas no Brasil. Bobagem.
Não acredito que nenhuma instituição funcione sem um sistema de premiação do esforço. Do contrário, a preguiça e a mediocridade são recompensadas. Como lembrou Antônio Gois, esse extraordinário repórter de educação, a realidade americana tem especificidades. É um lugar em que há duras punições para escolas ruins (são fechadas) e estímulos para escolas públicas independentes e comunitárias. Mas o sistema de bônus tem mostrado bons resultados em países mais próximos do Brasil como Índia e Chile. Além da Inglaterra. O bônus é a solução? Não, claro.
O problema é extremamente complexo. Todos vão dizer que o essencial é atrair bons professores e treiná-los melhor. Óbvio. Mas bons professores, em muitos casos, também não funcionam.
Isso porque uma boa parte da aprendizagem depende de fatores fora de sala de aula: a família e a comunidade, por exemplo. Como um estudante com problema de saúde, tão comum entre as famílias mais pobres, vai aprender? A pobreza, como sabemos, é um dos grandes fatores que atrasam a aprendizagem. Ser professor em lugares pobres é lidar ainda mais com a violência.
Também sabemos que, pelas pesquisas, aumentar salários igualmente também não funciona. Mas se não houver melhores salários, como atrair talentos?
Sou dos que acham que um projeto educação sustentável tem de atrair talentos (isso significa melhores salários e treinamento continuado), precisa envolver a família e a comunidade, aumentar os espaços educativos na cidade, combinar várias políticas públicas em torno da escola (a começar pela saúde) e formar bons diretores.
Um desses estímulos é pagar mais a quem se esforça mais. É um jeito de combater a mediocridade.

Gilberto Dimenstein

Cordel Encantado desta sexta-feira

Em Cordel Encantado, novela da Rede Globo, resumo do próximo capítulo 89, sexta-feira, 22 de julho - Tibungo decide abandonar a fazenda e Amália o acolhe em sua casa. Timóteo tem medo de Herculano. Jesuíno impede que Cícero atinja Timóteo e sugere uma outra punição para ele. Bartira cuida de doutor Sérgio e desagrada Farid. Neusa decide ir ao cinema sozinha. Herculano aceita a ideia de Jesuíno e Augusto e mantém Timóteo vivo. Quiquiqui pega o caderno em que Setembrino escreve seus versos e vai para o cinema com Téinha. Timóteo assina os termos do acordo para que os cangaceiros poupem sua vida. Baldini recebe o bilhete do coronel e Úrsula tem uma ideia para ajudá-lo. Timóteo finge desmaiar e Augusto e Jesuíno acreditam. Neusa tenta seduzir Quiquiqui no cinema, mas se irrita quando ouve o rapaz pedir Téinha em namoro. O secretário da presidência não acredita no pedido de ajuda de Batoré e desliga o telefone. Felipe contraria as ordens de Herculano e solta Timóteo, que o ameaça.

Globo

CNTE participa de reunião sobre Prova Docente em Brasília

O Comitê de Governança responsável pela Prova Nacional de Concurso para o Ingresso na Carreira Docente se reuniu no dia 4, em Brasília, para discutir a matriz de referência que vai servir de base para a elaboração da avaliação.
O secretário de Assuntos Educacionais da CNTE, Heleno Araújo, e o secretário executivo Odair José estiveram presentes e discutiram questões como o perfil profissional do professor que poderá atuar na educação infantil e nos anos/séries iniciais do ensino fundamental. O evento teve como base um documento elaborado pelo Comitê com os eixos de conhecimento e de processos que terão que ser incluídos na avaliação. Esse documento servirá de referência para a capacitação dos 200 colaboradores que irão elaborar e revisar a prova. De acordo com o texto, tais processos, em articulação com os conhecimentos, procuram delinear o perfil profissional do ingressante na carreira docente, de modo a mobilizar a docência a partir do pressuposto do “saber fazer” e não da simples memorização mecânica de conteúdos.
“Essa discussão é importante para entendermos que a matriz se apresenta como o bloco de conhecimento que será exigido dos educadores. Sabemos que não vamos conseguir avaliar todo o conhecimento em 100%, mas é preciso, ao menos, articular a questão didática, da aprendizagem, da origem, da história de cada área de ensino e a articulação entre os diversos temas, como cultura e tecnologia; ou seja, é preciso que tenhamos trabalhadores em educação que dominem o conhecimento básico de todas as áreas”, afirma Heleno.

A Prova

A criação da Prova Nacional de Concurso para o Ingresso na Carreira Docente foi publicada no Diário Oficial no dia 3 de março deste ano. Ela subsidiará a contratação de docentes para a educação básica das unidades da Federação e Municípios que aderirem à avaliação. Com aplicação descentralizada, a primeira prova será realizada em agosto de 2012 e, inicialmente, selecionará profissionais para lecionar na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental.

CNTE

Detritos!



Blog Josias de Souza

Site de relacionamento$!



Blog Josias de Souza

Um dia sem novelas

A abertura da novela "O Astro", de Janete Clair, e a música "Bijuterias", de João Bosco, martelaram minha mente quase todos os dias do primeiro semestre de 1978, dividindo minha atenção com as aulas de Bar-Mitzvah e o futebol.
Éramos praticamente forçados a consumir telenovelas, crianças no Brasil 70, moralista, careta, culturalmente castrado, onde as famílias passavam direto da mesa de jantar para o sofá da TV, quando não se jantava direto diante da telinha.
(Não sei o que é pior: a família jantar assistindo à TV ou jantar com cada um olhando para o seu smartphone.)
A letra intrigante do bolero de João Bosco grudou na minha memória e voltou inteirinha mais de 30 anos depois assistindo à abertura do remake de "O Astro" na Globo:

"Em setembro
Se Vênus me ajudar
Virá alguém
Eu sou de virgem
E só de imaginar
Me dá vertigem
Minha pedra é ametista
Minha cor, o amarelo
Mas sou sincero
Necessito ir urgente ao dentista

Tenho alma de artista
E tremores nas mãos
Ao meu bem mostrarei
No coração
Um sopro e uma ilusão
Eu sei
Na idade em que estou
Aparecem os tiques, as manias...

Transparentes
Feito bijuterias
Pelas vitrines
Da Sloper da alma."

Sloper, essa eu quase não lembrava, era uma loja de departamentos famosa naquele Brasil militar-capitalista do final dos anos 1970.
A abertura original da novela é uma peça de arte pop psicodélica (que você encontra a dois cliques digitando abertura novela astro no YouTube), com projeções de imagens esotéricas em rostos e corpos e closes do impagável Francisco Cuoco fazendo looks de charlatão, papel que sempre lhe cai muito bem.
A abertura do remake é inspirada na abertura original, e está bem feita justamente por isso.
Mas se a abertura segue com qualidade, no resto, como dizia aquele antigo reclame de xampu, quanta diferença. Principalmente no elenco, já que o original tinha Francisco Cuoco, Dina Sfat, Tony Ramos, Elizabeth Savala, Tereza Rachel, Rubens de Falco, Dionísio Azevedo, Edwin Luisi, Isaac Bardavid.
"O Astro" foi um fenômeno nacional, com pico de 90% de audiência no episódio da revelação do assassino de Salomão Hayyalla. Outra cena marcante foi o passeio nu de Tony Ramos após recusar a fortuna da família e fazer voto de pobreza franciscana.
Mas se aquilo, no plot preciso de Janete Clair, teve algum valor original, a telenovela de meados do século 20 permanecer com essa centralidade até hoje causa espanto e uma brutal atrofia intelectual tanto do produtor de cultura quanto de seu consumidor.
Produto industrial, a telenovela não tem como escapar da linha de produção chapliniana, onde se aperta o mesmo parafuso todos os dias, só transpiração e prazo.
Poucos e corajosos atores desafiam essa máquina de reprimir talentos, como Lima Duarte. Em entrevista à Folha, em 2006, ele desabafou: "É duro fazer novela. Está cada vez mais cansativo. Estão escrevendo a mesma história há 40 anos. Faço o mesmo personagem, e o público chora a mesma lágrima, no mesmo horário. Mas o povo não deixa mudar".
O povo está mudando. As novelas seguem lenta, mas sólida perda de público individualmente. Mas elas seguem campeãs de audiência e principais produtos culturais do país em público, fama e faturamento. Não é Martin Scorsese quem narra as epopéias brasileiras, mas Ricardo Waddington.
O pior é que com a atrofia de nossa dramaturgia, as TVs não conseguem sair da camisa de força noveleira, como prova o número enorme de fracassos dos programas novos da Globo. Sem alternativas, as novelas, paradoxalmente, mesmo decadentes seguem em expansão territorial, com "O Astro" inaugurando o novo horário da novela das onze.
Pior ainda é que parte da crítica cultural brasileira ainda leva a sério essa dramaturgia rasteira da telenovela de hoje, abrindo-lhe páginas nos cadernos de cultura dos melhores jornais.
Somos um povo tão criativo, merecemos representação melhor de nossa narrativa.
Boicote a novela hoje. Amanhã você verá que não faz a menor falta.
Um dia sem novelas, espalhe essa idéia. #umdiasemnovelas

Sérgio Malbergier

Epidemia

A partir do próprio ministro Alfredo Nascimento, os diretores e altos funcionários do Ministério dos Transportes continuam caindo do galho como bananas podres.
Já são 13 os demitidos, se incluídos o diretor do Dnit (responsável pelas obras em rodovias), Luiz Antônio Pagot, que está "de férias", e o tal Frederico de Oliveira Dias, afilhado do deputado Valdemar Costa Neto, que nem nomeado era, mas tinha até gabinete e telefone no ministério.
Essa história vem de longe, desde sabe-se lá quantos governos, mas ultrapassou qualquer limite quando o governo Lula deu os Transportes de mão beijada para o PR, partido sucedâneo do PL e do Prona, aquele do "meu nome é Enéas!".
O PR não se fez de rogado e, com o tempo, decidiu dispensar os intermediários e ir diretamente ao ponto. Em vez de se contentar com propinas de empreiteiras nas licitações e nos aditamentos para aumentar os valores, a turma passou a usar filhos, mulheres, irmãos e amigos variados para tirar sua casquinha, se é que se pode chamar contratos milionários de "casquinha".
O filho do ministro ficou rico da noite para o dia em negócios com uma empresa que tem contratos com o ministério chefiado pelo papai. A mulher de um dos diretores do Dnit lucrou milhões de reais em Roraima com obras que eram resultado de convênios com o... próprio órgão. O irmão de um superintendente estadual do Dnit fechou contratos de mais de R$ 26 milhões com o... próprio órgão.
Essas barbaridades tão à luz do dia, à frente de todos, durante anos, só ocorrem como resultado da facilidade e da impunidade. Vai ficando tudo tão fácil que os responsáveis vão relaxando, escancarando, até que acabam metendo os pés pelas mãos e, aí, o céu é o limite. Os valores dos contratos, negócios e convênios nunca são modestos. Ao contrário, são fabulosos.
Enquanto isso, as ferrovias inexistem e as estradas brasileiras continuam um fiasco...
Pior do que isso, porque ainda mais nojento, é o desvio das verbas destinadas ao socorro e assistência aos desabrigados pelas chuvas da região serrana do Rio, onde morreram centenas de pessoas no início do ano. Se isso não é crime hediondo, não sei mais o que poderia ser.
E, agora, o jornal "O Globo" cita um estudo da AGU (Advocacia Geral da União) mostrando que 70% das verbas desviadas são de Saúde e Educação e que 45% dos envolvidos são prefeitos ou ex-prefeitos. É estarrecedor. Ou desanimador.
A corrupção virou uma epidemia. A presidente Dilma Rousseff está fazendo a parte dela ao sacudir a bananeira dos Transportes. Espera-se que isso seja só o começo.
E os brasileiros que estudam, trabalham, pagam impostos e já pintaram a cara contra Collor, não estão nem aí? Há um silêncio ensurdecedor.

Eliane Cantanhêde