domingo, 10 de julho de 2011

Fechando a latrina

Há ausências que preenchem lacunas, se você me entende. É o caso, sem a menor sombra de dúvida, do fechamento do "News of the World", a indecente publicação de Rupert Murdoch. Os detalhes que levaram à decisão de fechá-lo a partir de domingo, estão em todos os jornais do mundo, o que me permite passar ao largo deles. Além disso, o blog do Nelson de Sá, das melhores coisas que se publicam sobre a mídia global, tem informações suficientes nesta mesma Folha.com.

Resta fazer duas observações apenas:

1 - O "News of the World" cometeu pecados que vão muito além dos habituais em alguns (ou muitos) veículos de comunicação. Não se trata de inventar notícias, de distorcer notícias, de "turbinar" notícias (para usar expressão dos jovens jornalistas), de especular sem base em dados reais todas características lamentáveis, é verdade. Trata-se de usar instrumentos criminosos para tentar extrair informações exclusivas, de preferência escabrosas. É, portanto, outro tipo de animal, mas letal ainda.

2 - O pior é que o crime compensa: o jornal tirava 2,8 milhões de exemplares, número fortíssimo, e era o mais lucrativo do império Murdoch no Reino Unido. Ou, em outras palavras, o leitor era cúmplice porque ninguém no Reino Unido tinha o direito de ignorar os códigos de conduta da publicação.

Clóvis Rossi

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