domingo, 21 de agosto de 2011

Brasil vence na prorrogação e fatura título do Mundial sub-20


Desde 2003 o Brasil não era campeão mundial de nenhuma categoria de futebol principal, de base ou feminino. O jejum era de 18 torneios sem conquistas. O incômodo período sem gritar é campeão terminou na noite deste sábado, quando a equipe bateu Portugal na prorrogação por 3 a 2, na reedição da final do Mundial de 1991 quando os lusos venceram nos pênaltis.
Agora o Brasil chega ao seu quinto título, diminuindo assim a distância para a Argentina. Depois de sair na frente, a seleção tomou a virada, empatou quase no fim do segundo tempo e marcou seu gol do título com Oscar, autor dos três tentos brasileiros, aos 7min do tempo extra.
O Brasil começou o jogo tentando cadenciar a partida através do toque de bola. Portugal, defesa que não havia sido vazada até então, ficava especulando na zaga, à espera de um contra-ataque para abrir o marcador. Mas um lance fortuito seria o responsável pelo primeiro gol da final.
Oscar cobrou falta de muito longe, a defesa portuguesa não cortou, o goleiro Mika vacilou e a bola entrou. 1 a 0 aos 5min. Mas a vantagem brasileira durou pouco. Exatos quatro minutos.
Em uma saída rápida pela direita, Nelson Oliveira disparou, foi à linha de fundo e cruzou para a área. Alex apareceu às costas da zaga brasileira e só teve o trabalho de empurrar para o fundo das redes. 1 a 1 aos 9min.
Um minuto após sofrer o empate, o Brasil quase voltou a ficar na frente. Depois de uma lambança do goleiro Mika, a bola bateu duas vezes na trave, mas não entrou. A partir daí, Portugal reforçou sua marcação, bloqueando a entrada da área, dificultando as ações da equipe brasileira.
Sem criatividade, estático, o time era uma presa fácil para os lusos. Para dar mais dinamismo ao time, o técnico Ney Franco colocou Allan e Negueba nos lugares de Gabriel Silva e Willian, respectivamente.
As alterações até deram certo no início, com o Brasil sendo mais incisivo. Mas o time não conseguiu superar o seu vício de tentar sempre afunilar as jogadas de ataque. Isso facilitava o trabalho do time português. E assim a equipe conseguiu a virada.
Em uma quase repetição do primeiro gol, Nelson Carvalho disparou pela direita, ganhou na corrida de Juan, invadiu a área e chutou. O camisa 7 contou ainda com a colaboração do goleiro Gabriel, que demorou a cair. 2 a 1 Portugal, aos 14min.
Em uma tentativa de mudar o jogo, o treinador brasileiro colocou o atacante Dudu no lugar de Philiipe Coutinho. A intenção de Ney Franco era abrir a defesa lusitana, com Negueba pela direita e Dudu na esquerda.
Mas o time dependia muito de Oscar. Nelson Carvalho, camisa 7 às costas, como um ponta de antigamente, levava a zaga brasileira à loucura. Especialmente Casemiro e Juan, improvisados na zaga e na lateral esquerda desde as substituições do intervalo.
O Brasil então copiou Portugal. Em uma das raras vezes em que jogou pelo lado do campo, a equipe empatou. Dudu deu belo drible em Pelé e chutou. Mika deu rebote e Oscar chutou para as redes vazias. 2 a 2 aos 32min.
Depois de igualar o marcador, o Brasil voltou a ter confiança e pressionou Portugal, mas não teve chances claras para marcar e evitar a prorrogação. No tempo extra, a partida continuou extremamente equilibrada.
No primeiro tempo a melhor chance foi de Portugal, quando Caetano aproveitou mais uma falha da defesa improvisada do Brasil, saiu na cara de Gabriel e tentou o toque por cobertura. Mas o arqueiro brasileiro se redimiu da falha no segundo gol português e evitou o que seria o terceiro tento lusitano.
Aos 7min do segundo tempo da prorrogação, Oscar, mais uma vez em um lance fortuito, marcou o gol do título brasileiro. O meia tentou cruzar, mas a bola foi direto para o gol e entrou no ângulo de Mika. Brasil 3 x 2 Portugal.
O time canarinho, mostrando que gosta de fortes emoções, perdeu a chance de matar a partida aos 13min. Dudu avançou pela esquerda e serviu Henrique, mas o camisa 19, um dos artilheiros do torneio, com cinco gols, desperdiçou uma oportunidade incrível, cara a cara com o goleiro Mika. Mas esse vacilo não impediu que o time alcançasse o quinto título da Copa do Mundo sub-20.

THIAGO BRAGA

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