segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O futuro promete

E as coisas na Europa vão mais ou menos assim: o BCE (Banco Central Europeu) emprestou quase meio trilhão de euros (R$ 1,2 trilhão) a mais de 500 bancos.
O crédito é por três anos, a juro anual de 1%. Muitos bancos vão usar esse dinheiro para comprar títulos dos governos mais endividados, como Itália e Espanha. Esses países hoje pagam juros anuais entre 4% e 6%.
Ou seja, os bancos vão ganhar a diferença sem fazer absolutamente nada.
Para pagar os juros desses títulos, os países estão cortando na carne. Vendendo empresas estatais de energia, de transporte e até correios. Ou reduzindo pensões e salários de funcionários públicos.
Os governos não veem outra saída: vão emprestar dinheiro barato aos bancos para que eles lucrem com a compra de títulos públicos que financiam suas dívidas.
É uma bola de neve. Mas a aposta é que mais à frente os governos equilibrem seus gastos e suas dívidas. E os bancos, eventualmente, voltem a emprestar mais a consumidores e empresas, reanimando a região.
Enquanto isso, o desemprego na zona do euro é de 10,2% (45% entre os jovens da Espanha).
A crise europeia já tem quatro anos e só vai piorar com os ajustes orçamentários que estão sendo feitos. Vai demorar um bom tempo para os resultados dos ajustes de agora começarem a aparecer. Se é que vão.
Sim, o padrão de vida ainda é elevado, o entorno é agradável, há redes de metrô, seguro desemprego razoável e não existem favelas como as brasileiras.
Mas a realidade está ficando ruim, pesada. E os governos, cada vez mais conservadores.

Fernando Canzian

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