domingo, 11 de dezembro de 2011

França rejeita injetar dinheiro em bancos e nega recessão


Em entrevista à TV, a ministra do Orçamento da França, Valérie Pécresse, disse neste domingo que o governo confia na capacidade de os bancos franceses atingidos pela crise se recapitalizarem sozinhos, e que o Estado não injetará recursos nestas instituições. Ela manteve ainda a previsão de crescimento econômico de 1% para 2012 e negou que o país esteja em recessão, mas assinalou que Paris estabeleceu uma reserva de € 6 bilhões para enfrentar uma expansão de apenas 0,4%.
"Acreditamos que a necessidade de financiamento dos bancos não é tão grande como se não pudessem enfrentá-la", declarou a ministra.
Em entrevista à TV, ministra do Orçamento, Valérie Pécrasse, disse que Paris não vai injetar dinheiro em bancos franceses
"Os bancos franceses podem ser recapitalizados em até € 7 bilhões, aproximadamente, com seus próprios fundos e seus próprios benefícios. O Estado não colocará dinheiro nos bancos franceses", disse.
Ela considera uma "boa notícia" que os bancos tenham esta capacidade.
As declarações chegam três dias após a Autoridade Bancária Europeia (EBA) ter revisado para baixo o valor de que os bancos franceses necessitam para se recuperarem da crise, de € 8,8 bilhões para € 7,3 bilhões.
Pouco depois, o diretor do Banco da França, Christian Noyer, também estimou que as instituições financeiras francesas poderão se recompor da turbulência "sem problemas".

CRESCIMENTO

Comentando as estimativas para o desenvolvimento da economia francesa no ano que vem, a ministra do Orçamento manteve neste domingo a previsão de crescimento econômico de 1% para 2012, mas assinalou que seu governo estabeleceu uma reserva de 6bilhões de euros para enfrentar uma expansão de apenas 0,4%.
Pécresse negou que a França esteja em recessão, disse que a situação do país é de "crescimento muito desacelerado" e destacou que, de qualquer maneira, "temos um objetivo de recuperação das contas públicas".
Ela ressaltou que a França respeitará a meta de terminar este ano com um déficit de 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB).
Quanto a 2012, a ministra assinalou que, mesmo que se cumpram as previsões de alguns institutos que calculam uma progressão do PIB limitada em torno de 0,5%, elas entrariam dentro da margem estabelecida pelo Executivo, que congelou 6 bilhões de euros em seu orçamento.
"Aconteça o que acontecer, cumpriremos em 2012 (com os planos de corte do déficit)", garantiu Pécresse.

ACORDO DA UE

Na sexta-feira a França e a Alemanha obtiveram sucesso durante uma reunião da UE em Bruxelas ao atingirem um acordo com os países-membros do bloco para um pacto fiscal --sem o apoio do Reino Unido.
Os líderes europeus chegaram a um consenso para reforçar a disciplina fiscal da zona do euro, com o objetivo de salvar a moeda única, mas fracassaram em incluir tal objetivo no Tratado dos 27, devido à oposição do Reino Unido.
Os europeus também anunciaram sua intenção de reforçar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) em até € 200 bilhões para que possa ajudar a zona do euro.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, se negou categoricamente na quinta-feira a aceitar a reforma dos tratados proposta pelo eixo franco-alemão para evitar um endurecimento da regulação sobre o setor financeiro de Londres.

AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário