sábado, 31 de dezembro de 2011

Minha terapia da humildade

Na última coluna do ano, comento o que de mais importante apendi em 2011, quando fui para Cambridge ( EUA), onde participo, em Harvard, de uma incubadora de projetos, em colaboração com o Media Lab ( MIT). Aprendi a terapia intensiva de humildade.
Nessa pequena cidade está a maior concentração de ganhadores do Prêmio Nobel por metro quadrado. Comendo uma pizza você pode estar ao lado do cientista que criou o sal de reidratação oral, responsável por salvar milhões de vidas, ou do médico que descobriu que se pode ser um fumante passivo. Talvez esteja lá Tim Berners-Lee, também morador de Cambridge, o inventor da combinação de três letras que mudou nosso cotidiano, o www.
Pode-se encontrar numa festa ou num parque o idealizador do projeto Genoma ou aquele que é considerado o pai da inteligência artificial. Talvez também o inventor do e-mail.
Neste ano em que estou aqui, vi nascer um centro de pesquisas cuja tarefa era encontrar melhores tratamentos para o câncer (ou a sua cura). Juntaram no mesmo prédio médicos e engenheiros. Num centro de pesquisas biológicas, conseguiram rejuvenescer um rato e ali se cultiva a hipótese teórica da imortalidade. Pode-se duvidar da imortalidade, mas o tal ratinho está lá.
Acompanhei a articulação, comandada por Harvard, de uma biblioteca universal, com todo o conhecimento relevante produzido pela humanidade tudo gratuito.
Nesse ambiente, em que o cotidiano é feito de inventores do futuro, inconformados com as limitações do presente, não dá para saber se aquele ou aquela jovem num banco de jardim, lendo um livro, será um futuro presidente dos Estados Unidos ou do Chile, a primeira mulher a dirigir um país africano, um ganhador do Prêmio Nobel da Paz ou o inventor de uma Microsoft ou de um Facebook.
Diante de tantos inventores notáveis, aprendemos sobre a nossa insignifância, mas somos todos iguais no prazer eterno da descoberta. Isso nos deixa a vida sempre com significado. Aprender é a melhor aventura. É isso o que faz comemorar o próximo ano.

Gilberto Dimenstein

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