terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mais do mesmo; mais com menos


Os países em crise na Europa procuraram comprar mais tempo na semana passada ao assumirem o compromisso de um rigor fiscal maior no futuro.
Esse foi o único ponto palpável da reunião de Bruxelas. De "histórico" mesmo, só o fato de o Reino Unido ter ficado de fora do acordo.
Os grandes problemas de curto e médio prazo continuam sem solução. É de se esperar novas turbulências nas próximas semanas.
No fim das contas, o BCE (Banco Central Europeu) não sinalizou que jorrará quantos euros forem necessários para rolar as dívidas que vencem em alguns países nos próximos meses.
Eles terão de continuar se financiando no mercado, que está se fechando para grandes economias como Espanha e Itália.
Com 2011 chegando ao fim, os mercados já estão de olho nas dificuldades dos países mais encrencados na zona do euro de se financiarem no ano que vem.
Neste ano, chegou a US$ 10,4 trilhões a necessidade de financiamento dos países ricos, segundo estimativa da OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico). Para 2012 será necessário um montante ainda maior.
Como parâmetro, esses mesmos membros da OCDE (34 países) tinham uma necessidade anual de financiamento de pouco mais de US$ 5 trilhões em 2005.
O endividamento estatal aumentou rapidamente a partir de 2008/09, quando os governos adotaram uma série de medidas para socorrer suas economias em crise.
Alemanha e, em menor grau, França continuam se opondo a assumir boa parte da conta do refinanciamento dos países mais vulneráveis nessa crise.
O maior rigor fiscal acenado pela região pretende dizer: "calma, pois haverá economia de recursos para pagar dívidas no futuro".
O problema é que, como se vê, os mercados não têm esperado para ver.
Enquanto a Europa se debate em seus problemas, as maiores companhias americanas estão reforçando rapidamente seu caixa. Algo que pode dar novo fôlego aos EUA e à economia mundial.
O quadro mostra como andam os ganhos das companhias que compõem o índice de ações S&P 500. Note-se que elas praticamente retomaram seus níveis de lucratividade pré-crise. Isso em menos de 30 meses.
O outro lado dessa moeda é o desemprego norte-americano, em 8,6% e muito elevado há três anos.
São as empresas ganhando mais com menos.

Fernando Canzian

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