quinta-feira, 15 de março de 2012

23 estados e o DF param no primeiro dia da greve


No primeiro dia da greve nacional da educação, escolas das redes estaduais e municipais de 23 estados e do Distrito Federal paralisaram suas atividades. A mobilização foi intensa não só nas capitais, mais em muitos municípios do interior, onde as prefeituras não cumprem a Lei Nacional do Piso do Magistério. Os atos públicos reuniram professores, alunos, além de parlamentares e trabalhadores de outras categorias, que apoiam o movimento. Em Pernambuco, a mobilização atingiu 85% da rede de ensino municipal. No Paraná, mais de 70% aderiu à greve. Em alguns municípios gaúchos, a paralisação atingiu 100% das escolas.

Veja o balanço do primeiro dia da greve em alguns estados.

ALAGOAS

Assembleia unificada abre greve da Educação
Centenas de trabalhadores da educação estiveram reunidos em frente à Secretaria de Estado da Educação na manhã da quarta-feira (14), para discutir a pauta nacional e local de luta da educação, e definir os direcionamentos da categoria para 2012. As reivindicações eram a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) com destinação de 10% do PIB do país para a educação; a aplicação da lei do piso na sua integralidade, além do cumprimento de 1/3 da carga horária dos professores para formação e planejamento fora de sala de aula, que já é lei reconhecida pelo STF. A mobilização também protestou contra a terceirização, considerada mais uma armadilha contra a classe trabalhadora, e em defesa da realização do concurso público.

AMAZONAS

Professores fazem protesto na ALEAM
Professores e alunos de escolas públicas da capital tomaram as ruas no entorno da Bola do Eldorado, no bairro Parque Dez, zona Centro-Sul. Eles caminharam até a sede da Assembleia Legislativa do Estado (ALEAM) para reivindicar melhorias nas condições de trabalho na educação.
O presidente da ALEAM, deputado Ricardo Nicolau, recebeu os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (SINTEAM) e ouviu a pauta de reivindicação da categoria. Os deputados José Ricardo, Conceição Sampaio, Josué Neto, Sinésio Campos e Sidney Leite também acompanharam a reunião.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (SINTEAM), Marcus Libório, o presidente da ALEAM se comprometeu em realizar uma audiência pública para tratar dos problemas da educação no Estado. "Esperamos que não seja apenas uma audiência, já que o assunto não se esgota em uma única conversa", disse. De acordo com Libório, o principal tema da audiência será o piso salarial dos professores, que em muitos municípios do Amazonas não é cumprindo, como Apuí e Borba.

DISTRITO FEDERAL

Ato público reúne milhares em Águas Claras
Milhares de professores do Distrito Federal, em greve desde o último dia 12, participaram na manhã da quarta-feira (14) de ato público em frente à residência oficial do governador, em Águas Claras. Além de protestar contra o descaso do governo do DF em relação à Educação e pelo cumprimento dos compromissos assumidos com a categoria, o ato político-cultural também lembrou os 33 anos de luta do Sindicato dos Professores (SINPRO). Estudantes de várias regionais e líderes do movimento estudantil participaram ativamente da manifestação, onde apresentações musicais, de literatura de cordel e declamações de poesia se entremearam com informes sobre a greve.

GOIÁS

Educadores estaduais em greve param a BR-153
Parados desde o dia 6 de fevereiro, educadores estaduais de Goiás decidiram continuar a greve após assembleia realizada na quarta (14) pela manhã. Eles seguiram em carreata do Jóquei Clube de Goiás até a BR-153, onde realizaram ato público que interrompeu a circulação de carros por quase uma hora. O objetivo foi chamar a atenção da sociedade para o descaso do poder público com a Educação. A atividade demonstrou a disposição da categoria, que luta pelo retorno da gratificação de titularidade, um direito conquistado em anos de luta e extinto pela atual política do secretário estadual de Educação, Thiago Peixoto, com a aprovação da lei 17.508/11. Além do prejuízo aos educadores, o fim da gratificação de titularidade gera reflexos negativos para a qualidade do ensino na rede estadual.
Além da carreata, a direção do Sintego e profissionais das escolas públicas se reuniram na Assembleia Legislativa para pressionar os deputados estaduais a se manifestarem em defesa dos educadores. E hoje (15), uma Tenda da Educação foi montada na Praça do Bandeirante, onde serão coletadas assinaturas de apoio da sociedade às lutas da categoria.

MATO GROSSO

Cresce mobilização das escolas públicas no interior de Mato Grosso
No primeiro dia da greve nacional, escolas das redes estadual e municipais de Mato Grosso paralisaram suas atividades, para protestar contra o descaso de grande parte dos gestores públicos em não cumprir a Lei Nacional do Piso do Magistério. Em Várzea Grande, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) realizou manifestação em frente à Câmara de Vereadores, em defesa do cumprimento do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS).
Em Rondonópolis, a 218 km da capital Cuiabá, foram realizadas diversas atividades nas escolas. Na Reserva do Cabaçal, os diretores dos colégios públicos das redes estadual e municipal realizam reunião com os vereadores e Secretaria Municipal, atendimento à comunidade escolar, fixação de faixas e panfletagem nas ruas da cidade. Em Rio Branco, a 367 km da capital, foi realizado ato público. Em Juruena, os trabalhadores realizaram assembleia. Também houve intensa programação em Rosário Oeste, Alto Paraguai, Diamantino, Nobres, Nova Maringá, São José do Rio Claro, Nova Mutum e Santa Rita do Trivelato.
Muitos municípios mato-grossenses estão organizando caravanas para participarem do ato público que será realizado na sexta-feira (16), em frente à Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).

MATO GROSSO DO SUL

Trabalhadores participam de sessão na Assembleia Legislativa
No primeiro dia da greve, a FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação) participou de sessão na Assembleia Legislativa. O presidente da entidade, Roberto Botarelli, fez discurso ressaltando a importância da vontade política para que os educadores tenham os seus direitos garantidos e consigam construir uma educação pública de qualidade. "Solicitamos aos deputados estaduais que intercedam junto ao governador e aos gestores públicos municipais e nos ajudem a fazer a Lei do Piso valer em nosso Estado, na sua íntegra, com o valor do salário para início de carreira de R$ 1.451 e um terço de hora-atividade para o planejamento de aula", afirmou.
Também no primeiro dia da greve, pela manhã, cerca de 400 professores das redes estadual e municipal de ensino estiveram na sede da ACP, debatendo com os vereadores membros da Comissão de Educação da Câmara, Cristóvão Silveira e Profª. Rose, sobre a situação da aplicação da lei do piso e as metas do PNE em Campo Grande. "O momento de mobilização foi bom e adquirimos o compromisso por escrito da Comissão de Educação da Câmara em discutir a aprovação do PNE e estar ao lado dos trabalhadores para a aplicação da lei do piso", afirma o presidente da ACP, Geraldo Alves Gonçalves.

MINAS GERAIS

Greve paralisa metade da rede em Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, 56% das 225 escolas estaduais aderiram à greve, o que significa 128 unidades. Em todo o estado de Minas Gerais, a adesão foi de 35%. Entre as redes municipais que paralisaram as atividades escolares estão Contagem, Betim, Juiz de Fora, Ipatinga, belo Horizonte,entre outras.

PARANÁ

Mais de 70% das escolas municipais aderiram à greve
Em mais de 70% das 182 escolas da rede municipal paranaense, as professoras e professores paralisaram seu trabalho. Mesmo cientes da possibilidade de cortes e descontos no salário, eles foram às ruas mostrar que educação de qualidade depende da valorização e capacitação dos trabalhadores. Uma passeata em direção à Prefeitura reuniu mais de cinco mil pessoas. Os trabalhadores da Educação carregavam cartazes e faixas e conversaram com a população, para coletar assinaturas para um abaixo-assinado em favor da incorporação do Programa de Produtividade e Qualidade (PPQ) e a ampliação da hora-atividade ainda em 2012.
A pressão surtiu efeito. A prefeitura de Curitiba garantiu que, caso a greve fosse suspensa, apresentaria uma resposta sobre como incorporar o valor do PPQ aos salários até a próxima quarta-feira (21). Também houve um primeiro compromisso concreto em relação ao cumprimento dos 33,33% de hora-atividade, ainda em 2012. A prefeitura se comprometeu a contratar todos os professores aprovados no concurso de março para atender à demanda.
Depois da Mesa de Negociação, ocorreu assembleia para avaliar o processo de negociação. A maioria dos professores presentes decidiu manter a greve por entender que a administração municipal deve ainda se posicionar sobre os demais itens da pauta de reivindicações, como a aceleração dos crescimentos vertical e horizontal, valorização por tempo de serviço, revisão da portaria de dimensionamento e diminuição do número de alunos por turma.

PERNAMBUCO

85% das escolas estaduais aderiram à greve
Em Pernambuco, 85% das escolas estaduais aderiram ao movimento e cerca de 800 mil estudantes ficaram sem aulas. No dia da paralisação, a primeira atividade em Recife foi realizada pela manhã, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). À tarde, a atividade aconteceu na Assembleia Legislativa (Alepe), com cerca de dois mil educadores estaduais e municipais. Na ocasião, parlamentares estiveram presentes para dar apoio à categoria.
Finalizando o ato deste primeiro dia de paralisação, o secretário de assuntos educacionais da CNTE e presidente do Sintepe, Heleno Araújo, pediu o apoio a sociedade para que os filhos não se dirijam às escolas nos dias da paralisação. Ele reafirmou a necessidade do reajuste do piso continuar tendo como base o custo-aluno do Fundeb como referência, e não a inflação, como querem alguns políticos.
Jaboatão dos Guararapes
Em Jaboatão dos Guararapes, 90% das escolas aderiram à greve. Os(as) professores(as)e trabalhadores(as) do Grupo de Apoio ao Magistério de Jaboatão estiveram presentes na tarde da quarta-feira (14), em frente à assembleia legislativa, reivindicando o cumprimento da lei do piso nacional do magistério, o investimento de 10% do PIB para a educação e aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE).
O SINPROJA foi representado pela presidenta Maristela Ângelo, que parabenizou a todos (as) pela união das centrais por uma educação de qualidade. No decorrer da passeata, vários (as) trabalhadores (as) do sindicato deram seu pronunciamento sobre o movimento.

RIO GRANDE DO SUL

Escolas atendem chamado para a paralisação nacional
No Rio Grande do Sul, a adesão à greve nacional foi maciça em diversos municípios. Veja a seguir como foi a parada das redes municipais:
• Alegria, Horizontina, Dr. Maurício Cardoso, São Martinho e Nova Candelária, Três de Maio – Paralisação de 100%
• Bagé, Cachoeira do Sul, Santo Ângelo, São Gabriel e Guaporé – paralisação de quase 100%.
• Quaraí e Pelotas – paralisação de 95%
• Santana do Livramento, Porto Alegre, Rio Grande , Cerro Largo, Palmeira das Missões, São Leopoldo e Gravataí – paralisação de 90%
• Osório , Frederico Westphalen, Feliz, Dois Irmãos, Campo Bom, Novo Hamburgo, Vale Real, Ivoti e São Sebastião do Caí – paralisação de 80%
• São Luiz Gonzaga paralisação total em 70% das escolas e parcial em outras 20%
• Rosário do Sul – paralisação de 50%
Em Porto Alegre, várias escolas estão com atividades suspensas. É o caso das escolas Humaitá, Florinda Tubino Sampaio, Cristóvão Colombo, Rodolfo Ahrons, José Feijó, Alcides Cunha, David Canabarro, Erico Varissimo, Ivo Corseuil, Itamarati, Rio Grande do Sul, 20 de Setembro, Daltro Filho, Oswaldo Vergara, Ernesto Dornelles, Dom Diogo, Júlio Brunelli, Alvarenga Peixoto, Porto Alegre, Japão, Baltazar de Oliveira Garcia, Almirante Barroso, Instituto de Educação e Júlio de Castilhos.
Escolas das cidades de Dom Pedrito e Aceguá também aderiram ao movimento. Em Lavras do Sul, houve caminhada para cobrar a implementação do piso. Em Caçapava do Sul, foi realizada uma panfletagem à tarde. Em Erechim, no primeiro dia da paralisação nacional os educadores fizeram uma concentração denominada de "acampamento dos sem piso", nas proximidades da Coordenadoria Regional de Educação.
Em Santa Maria, o Sindicato dos Professores Municipais promoveu ato público pela valorização dos professores na Praça Saldanha Marinho. Durante o evento, uma comissão representante da categoria foi recebida pelo Gabinete do Prefeito. Sem proposta definida, a categoria terá assembleia no dia 19 para debater novas ações.
A manifestação reivindicou o pagamento do reajuste de 22% previsto pela atualização do Piso Nacional do Magistério. Apesar de o percentual ter sido anunciado pelo Ministério da Educação no dia 27 de fevereiro, a Prefeitura Municipal ainda não repassou a atualização para os professores da Rede.

SÃO PAULO

30% dos professores paulistas aderem à greve
No estado de São Paulo, informações preliminares dão conta de que 30% dos professores aderiram à greve no primeiro dia de paralisação nacional. A mobilização continua nesta quinta e na sexta-feira, quando haverá uma grande assembleia a partir das 14h no Palácio dos Bandeirantes. (CNTE, com informações dos sindicatos filiados, 15/03/12)

CNTE

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