terça-feira, 31 de julho de 2012

Professores das federais rejeitam segunda proposta

Associações dos docentes da UFPE e UFRPE foram contra reajustes que vão de 25% a 40%.

Luiz Felipe Freire e Wellington silva

Professores das universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e Federal Rural do Estado (UFRPE) rejeitaram a segunda proposta de reajuste salarial feita pelo Governo Federal, na última terça-feira, e decidiram, ontem pela manhã, durante assembleias distintas, continuar a greve. A manutenção da paralisação foi aceita pelos servidores que participaram dos encontros.
Eles repudiaram a segunda oferta de aumento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), cujo mínimo seria de 25% e o máximo, 40%, este último concedido a professores titulares ou com dedicação exclusiva.
De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), José Luís Simões, a oferta do Ministério do Planejamento beneficia apenas 3,9% dos professores. Segundo ele, se parcelados em três anos, os reajustes não trariam ganhos reais para os docentes não-titulares quando se toma por base o índice inflacionário de 4,5%.
“Ao dar reajustes diferentes para cada nível de professores, o Governo (Federal) vai contra nossa proposta, porque beneficia apenas uma pequena parte da categoria. Já fizemos estudos e há casos de professores que vão ganhar apenas 0,85%, no final das contas”, argumentou José Luis Simões.
Esta foi a oitava reunião da categoria desde o início da greve, em 17 de maio. A decisão foi tomada por unanimidade, na manhã de ontem, quando cerca de 100 servidores repudiaram a proposta.
Os docentes reivindicam, também, a re-estruturação da carreira e que a avaliação da progressão de cargos não seja feita pelo Ministério da Educação, mas pela própria universidade. Além disso, é pedido um reajuste de 20,5% para todos os professores. Até agora, apenas 4% foram incorporados aos salários dos servidores como fruto de uma medida provisória decretada há quatro meses.
O aumento proposto pelo Ministério do Planejamento seria pago já a partir de março do ano que vem, ao longo dos próximos três anos. Para dar continuidade às negociações, mais uma reunião entre sindicatos e o Ministério do Planejamento está marcada para a noite da próxima quarta-feira, em Brasília.
Já para a Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe), a nova oferta não muda em praticamente nada da primeira apresentada semana passada. “Percebemos isso quando olhamos os detalhes da proposta. A questão não está apenas no reajuste salarial, mas no prejuízo que traz para a estrutura da carreira”, salientou Cícero Monteiro, presidente da entidade.
Está marcada para o dia 3 de agosto, às 9h30, uma assembleia com os docentes da UFRPE, no auditório da Aduferpe, para discutir o resultado do encontro que acontecerá em Brasília no dia 1º do próximo mês.
 
Sintepe

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