segunda-feira, 4 de junho de 2012

Reajustes só acontecem com greves, diz professora

Elaine de Amorim Carvalho, 41, professora de odontologia da Universidade Federal de Pernambuco, foi eleita delegada de sua instituição e está em Brasília participando da mobilização do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. A paralisação começou no dia 17 de maio e ainda não há uma previsão para o fim.
Minha história
O nosso sindicato tem pouco mais de 30 anos e já aconteceram 18 paralisações. É muito. Mas quem olhar o histórico vai notar que só conseguimos reajustes com esses movimentos.
Esta greve é a terceira da qual participo ativamente, e está sendo diferente. Na minha experiência, nunca vi uma começar com a adesão de tantas instituições ao mesmo tempo. São 47 universidades federais.
Geralmente, as paralisações são deflagradas com um número menor e as instituições aderem aos poucos.
E está sendo pautada por novos professores, contratados recentemente. Tem gente que ainda está em estágio probatório e representa os outros professores.
Ainda não recebemos críticas. Temos lido os jornais e os comentários são favoráveis ou neutros. Até agora, nenhum aspecto foi considerado abusivo. Acho que a sociedade está entendendo.
Sergio Lima/Folhapress
Elaine de Amorim Carvalho já participou ativamente de três greves de universidades federais
Elaine de Amorim Carvalho já participou ativamente de três greves de universidades federais
Estamos pedindo reajuste salarial baseado na tabela do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de aproximadamente 20%, que contemplaria as perdas por conta da inflação.
Temos os salários mais baixos do funcionalismo público -o piso é de R$ 1.597,92. Há iniciantes de nível técnico da Policia Rodoviária Federal que ganham mais do que a gente. Não queremos que o salário deles diminua. Mas a docência vai além de um preparo técnico. É uma questão de vocação.
Nossa pauta também pede melhores condições de trabalho. Ouvi relatos de colegas que contam que há universidades com falta de energia elétrica, água, internet -nem imagino fazer pesquisa sem acesso à internet!

 FELIPE GUTIERREZ

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