terça-feira, 27 de julho de 2010

Financiamento de campanha

Passando a sacolinha

Os primeiros e mais importantes contatos já foram feitos. Agora, é hora de passar a sacolinha entre os empresários. É o que começaram a fazer os tesoureiros das campanhas de Dilma, Serra e Marina, em busca da grana que irá financiar suas campanhas eleitorais. Tarefa delicada para uns, perigosa para outros e muitas vezes nebulosa, que no passado já enriqueceu muita gente. Ainda deve enriquecer, mas não como no passado, quando as contribuições eram generosas e a fiscalização inexistia.
Isso mesmo, no passado, era comum, e como, um candidato terminar uma eleição com sobras de campanha. Para onde ia o dinheiro? Muitas vezes para o bolso de candidatos e seus assessores mais próximos. Era uma farra. Tem muito político da velha guarda que não sobrevive a uma devassa de toda sua vida financeira. Impossível provar a origem de muitas fortunas nesse mundo da politicagem.
Hoje, as contribuições de campanha não são tão fartas assim. E, nas campanhas majoritárias para presidente e governadores dos grandes Estados, o financiamento segue um roteiro mais profissional, mesmo assim sujeito a desvios. Os principais doadores são conhecidos, costumam contribuir para os principais candidatos com o mesmo percentual e só decidem mudar esse roteiro quando um dos postulantes mostra que vai ganhar.
Alguns bancos já fizeram até reuniões de seus conselhos de administração, nas quais decidiram quanto vão doar para todos os candidatos, quanto cada um vai levar e quem vai estar na lista das doações de 2010. Tudo já informado aos comandos das principais campanhas. As empreiteiras seguem roteiro semelhante, costumam dividir suas contribuições de forma igualitária e apresentam listas de quem deve ficar com as doações.
O problema do financiamento privado de campanha no Brasil é que poucos doam muito. E há sempre uma expectativa de retorno pelo dinheiro aplicado em determinado candidato. Às vezes por razões republicanas. Outras, nem tanto assim. Aí mora o perigo. O fato é que o financiador de uma campanha de hoje é aquele que espera ter, pelo menos, acesso privilegiado lá na frente. Aquele que sempre terá mais facilidade para agendar reuniões, discutir com funcionários públicos projetos. Sem falar nos que têm acesso livre a determinados gabinetes.
Daí que, no mundo ideal, não deveria haver financiamento privado de campanha. Sem ele, candidato não se sentiria refém desse ou daquele grupo que por ventura tenha sido fundamental na hora de bancar suas despesas de campanha. Posso estar enganado, ficaria mais barato para o país estabelecer o financiamento público de campanhas. Mas esse é um tema que não conquista corações, mentes nem bolsos no mundo político. Muita gente prefere o sistema atual, com suas relações já estabelecidas, privilegiadas, que torna alguns candidatos sempre mais competitivos que outros.
Talvez, um dia, quem sabe, quando as doações pela internet se tornarem uma realidade no Brasil, tenhamos um sistema mais democrático de financiamento de campanha, com muitos doando pouco. Nos Estados Unidos, esse modelo pegou. Aqui, na atual campanha, não pegará. O PSDB já praticamente desistiu dele, tão complicado que é. O PT e o PV pretendem insistir. É uma decisão sábia. Quem descobrir o melhor caminho desse tipo de financiamento pode largar na frente em futuras campanhas.

Valdo Cruz

Um comentário:

  1. Ola Venancio!

    Eu sou José Carlos de Oliveira, seu irmão. Formei-me Pedagogia. Continuo solteiro. Seu outro irmão, Ailson, é casado há 15 anos, tem um filho com 12 anos e uma de filha com três anos. Ele é formado em Ciências Contábeis.
    A mãe está bem de saúde, apesar de usar um marca passo.
    A Maria de Fátima, sua irmã, já é avó. Tem três netos.
    A Terezinha está bem.

    Um abraço. Deus ti abençoe e sua família.

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