quarta-feira, 28 de julho de 2010

Estado democrático e o INDG. Com quem está o governo?

Estado democrático e o INDG. Com quem está o governo?

Ínicio este texto com a pergunta acima, pois quem é estudioso na área da literatura política conhece bem Maquiavel, autor do livro O Príncipe, um manual que orienta o governante a conduzir a política para ser “bem sucedido” nos seus objetivos. O outro é Thomas Hobbes, que mostra a necessidade de organizar a sociedade através do livro Leviatã. Com esses dois manuais temos um indicativo de como os governantes devem no mínimo “se comportar” com o poder, o povo e com os possíveis “transgressores” das regras estabelecidas.
Em Pernambuco vem acontecendo diversas ações na educação: falta de democracia dentro das escolas, implantação do medo nas unidades escolares, perseguição aos ditos “rebeldes” que não se submetem ao gosto de uma prática autoritária do não-diálogo. Esta prática é uma política de Estado ou política de governo para educação?
Vamos tentar desvendar a natureza do Estado gerenciado pelo Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), que define a estruturação de como o governante deve conduzir o Estado e sua política. Vale ressaltar que o instituto é coordenado por um conglomerado que engloba grandes empresas e multinacionais brasileiras. O primeiro objetivo do INDG é se consolidar com a política fiscal, tentando estruturar e dar uma nova roupagem às metas para o funcionalismo público. Agora, o método está sendo usado para organizar a educação do ponto de vista econômico, gerencial e estrutural, na tentativa de controlar a categoria.
Por que controlar uma categoria tão importante como a da educação? Porque a categoria foi identificada como um possível problema na implementação do método e do sistema do INDG, colocando metas para amansar a classe, como os prêmios, bônus para a bienal, revistas, notebook e o 14º salário, que não foram debatidos com os professores democraticamente.
Como podemos ter uma política de estado sem a participação da sociedade e dos interessados?
Como podemos estabelecer e entender as tais metas para a chamada política de Estado destinadas à educação?
Garanto que muitos gostariam de participar da construção de uma Política Educacional, pois temos uma categoria criativa e bem informada profissionalmente. Não precisamos de uma visão empresarial que desconsidera os direitos e a própria cultura de um Estado guerreiro, palco de muitas lutas. O INDG veio para a construção de uma política de Estado antidemocrática. Na verdade, constrói a destruição do Estado democrático, pois muitos dos seus gerentes perseguem e tolhem o direito à liberdade da verdadeira democracia com o falso discurso: tudo pela educação! Metas a qualquer custo e o sacrifício financeiro de muitos trabalhadores.
Nesta reflexão, podemos perceber que o governante é instruído para que a política dê certo. A sua liderança não pode ser questionada. A forma da prática do INDG tem nos seus objetivos bater metas, se contrapondo as práticas democráticas estabelecidas pela Carta Magna do Brasil questionada por não aceitar atestado médico, declaração de participação em assembleias, direito sindical, licença prêmio, direito a gravidez, etc. Fica evidente que a resposta da pergunta do título acima tem sido dada como uma política de governo que exclui parcela do funcionalismo público ordenada pela ditadura empresarial do INDG. Na prática, usurpa as mentes com o terror psicológico da entrega das metas e da competitividade excessiva individualista. O governo está dentro de uma política da competitividade, do individualismo e a falta de liberdade, e isso mostra a feição do capitalismo de Estado.
Temos que mudar essas práticas da elite Gerdau & Phillips pela democracia popular. Questionem tanto os bônus, quanto os cronômetros. Eles podem custar muito caro.

William Menezes
Secretaria de Políticas Sociais do SINTEPE

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