sábado, 28 de agosto de 2010

Idade palíndroma

São aquelas palavras, frases ou números que podem ser lidos tanto da esquerda para a direita quanto da direita para a esquerda que dá na mesma, o sentido é idêntico. Ama, ana, 1001, 01/02/2010, a torre da derrota...
Há outros famosos: socorram-me subi no ônibus em marrocos - é famoso, mas nunca entendi direito porque alguém pede socorro só por subir num ônibus, a não que ser que o ônibus seja assaltado...
E tem palíndromo até em latim: In girum imus nocte et consumimur igni , que quer dizer "Damos volta na noite e somos consumidos pelo fogo". Este aqui é na verdade uma advinhação, cuja resposta é: tochas.
Mas o fato é que o encantamento causado pela coincidência de letras e sentidos sempre fez muita genta atribuir certa magia ao palíndromo, como se houvesse nele algum sinal, alguma premonição, uma dica de alguma coisa. E o que o ser humano sempre irá procurar certamente são dicas misteriosas e/ou ocultas, que protejam, expliquem, justifiquem sua jornada, sua passagem pela vida.
Foi justamentre pensando na vida, pois acabara de completar mais um ano de existência, que na madrugada de sexta-feira entrei no Facebook, a rede virtual de relacionamento, para ver se alguém já tinha aparecido para dar parabéns (quem não gosta de receber parabéns? E o Facebook, autêntica esquina, boteco virtual, é um lugar sensacional para dar, receber parabéns e outras atividades afins).
De cara me chamou a atenção, ao abrir o Facebook, o fato de que estou na casa dos 818 amigos. Boa parte, claro, é compsota apenas de "conhecidos", gente que por algum tipo de afinidade acaba estabelecendo um vínculo via coputador. Mas 818, o vejam só, é um palíndromo.
E advinha quantos aninhos estava acando de completar ali naquele momento? 55.

Outro palíndromo!

Hum, hum, pensei logo, olha a coincidência aí de novo querendo dizer alguma coisa!
O que será?
Bem, por via das dúvidas não estou buscando nem aceitando novas amizades no Facebook para que meu rol de amigos continue palíndromo (ou palindrômico?), da mesma forma que vou procurar em todos os cantos deste meu meio século + meia dezena de vida para ver se encontro alguma mensagem, algum significado maior, alguma dica dos céus, seja o que for...
Ontem mesmo já intuí uma coisa que me deixou intrigado: como tanto faz de que lado você está lendo, no palíndromo na verdade a gente nunca sabe se está indo ou se está voltando.
Aos 55 anos de vida também, não sei se estou indo ou voltando, se estou mais pra lá do que pora cá, se há um lá e um cá, ou se tudo não passa de uma grande brincadeira sideral, estando a gente aqui apenas para se divertir.
Prefiro assim, diversão e um pouco de arte, temperados com bastante amor.
Essa idéia foi compartilhada devidamente por dezenas de amigos, que por sua vez postaram recadinhos no Face, como a Sandrinha Muraki, que disse que meu lance é que enquanto está todo mundo indo, eu estou voltando (êta pressa!), ou o Maurício Machado, piadista inveterado, que veio com um palíndromo improvável, "a vaca cava", porque vaca não cava coisíssima nenhuma.
Para terminar, o poema de amor palíndromo, lindo e sensual, que a Dani Kormann mandou e que compartilho aqui:
"Ávido. Amá-la na taba, no toco da casa, no muro, no paço, na poça, na maca, na livre sala, servi-la na cama, na copa, no capô, no rumo, na saca do coto, na bata, na lama. Ó diva!"

Luiz Caversan

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