sábado, 27 de abril de 2013

Professores paulistas em greve contra o arrocho e o desmonte da escola pública


O salário inicial do professor da rede pública do Estado de São Paulo, com formação superior e carga horária de 40 horas semanais, é de R$ 2.088,27. A título de comparação, com a mesma formação e jornada de trabalho, o salário inicial do professor do Distrito Federal é de R$ 4.226,47; Tocantins, R$ 3.304,31; Mato Grosso do Sul, R$ 3.258,09; e Amapá, R$ 2.940,22. Há outros exemplos, como o de Roraima, onde o salário inicial para a jornada de 25 horas é de R$ 2.762,46, enquanto em São Paulo, para 24 horas, é de R$ 1.136,47. Como explicar que o Estado com a mais alta arrecadação de ICM do país tenha um comportamento tão deplorável? Em condições tão desfavoráveis e descompromissadas com o magistério público, como estimular a juventude a seguir uma carreira de tamanha relevância para o presente e o futuro do país?Mais do que representar um sério prejuízo para a categoria, esta opção do governo estadual paulista pelo arrocho salarial e a deseducação, pelo desmonte do ensino público, tem um alto custo para a sociedade como um todo. O fato de estarem faltando profissionais de inúmeras disciplinas nas escolas estaduais é apenas um entre tantos reflexos do abandono a que o magistério se vê relegado, como a superlotação das salas e a insegurança. Diante de fatos tão graves, a resposta dos professores foi a greve em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. Que mil flores floresçam e a paralisação se espraie. Para que a justiça prevaleça. E o flagelo acabe. 

Escrito por: João Antonio Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT e ex-presidente da Apeoesp 


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