quinta-feira, 1 de maio de 2014

Dia do Trabalhador

Um estudo publicado recentemente por um economista francês, ainda não traduzido no Brasil, chega a uma conclusão que exige da sociedade contemporânea uma profunda reflexão, especialmente na data de hoje, Primeiro de Maio. Dia consagrado mundialmente à lembrança das lutas trabalhistas por mais direitos, maior igualdade e melhores salários. O professor Thomas Piketty, em seu livro “O Capital no século 21” (Le Capital au XXIe. Siècle) afirma que “retornamos ao século 19 em termos de desigualdade de renda”.  A constatação pode soar estranha no Brasil, onde no último decênio se verificou uma elevação de milhões de famílias de trabalhadores ao nível de classe média. Houve melhora nas condições de vida de grande parcela da população brasileira, uma conquista atualmente ameaçada por patamares indesejáveis de inflação e dificuldades no acesso a bens de consumo social, especialmente nas áreas da saúde, educação, segurança e transporte coletivo.  O mesmo Estado que induziu melhor distribuição de renda, agora encontra dificuldades para manter os mesmos padrões de crescimento e investimento social. As manifestações que têm acontecido quase que diariamente no país apontam para a necessidade de fortalecimento de políticas públicas capazes de atender às demandas sociais; como também revelam o quanto o nosso sistema político precisa ser reformado para garantir maior representatividade e merecer a confiança da população.  Devemos refletir sobre as nossas conquistas democráticas, sem perder o foco na busca da justiça social, num mundo em que a concentração de renda volta a patamares que pensávamos superados definitivamente na história. 
Pedro Simon é senador pelo PMDB-RS 

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