A produção industrial registrou leve alta em junho e interrompeu assim a
sequência de três quedas. Em junho, a produção cresceu 0,2% ante maio,
na série com ajuste sazonal, segundo informou o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (1º).
Na comparação com o mesmo mês de 2011, foi registrado um recuo de 5,5%,
décimo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação e o mais
intenso desde setembro de 2009 (-7,6%).
Mesmo com a interrupção das quedas, a variação ficou abaixo da
estimativa de mercado, que girava em torno de uma alta de 0,7%. Em maio,
a produção havia caído 4,3%.
No ano, o resultado ainda é negativo, com variação de -3,8%, enquanto nos 12 últimos meses o recuo é de 2,3%.
No fechamento do segundo trimestre, o setor industrial ficou negativo
tanto no confronto com igual período de 2011 (-4,5%), como em relação ao
trimestre imediatamente anterior (-1,1%).
SETORES
De maio para junho, 12 dos 27 ramos investigados registraram avanço na
produção, com destaque para os setores de outros equipamentos de
transporte (12,5%), farmacêutico (8,6%) e de veículos automotores (3%).
Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria
vieram de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações
(8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,2%), máquinas para
escritório e equipamentos de informática (3,3%) e perfumaria, sabões,
detergentes e produtos de limpeza (3%).
Recuaram os setores de borracha e plástico (-5,7%), indústrias
extrativas (-2,2%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares,
ópticos e outros (-10,9%), edição, impressão e reprodução de gravações
(-2,6%), minerais não metálicos (-2,4%), alimentos (-0,8%), refino de
petróleo e produção de álcool (-1,1%) e produtos de metal (-2%).
Na comparação com junho de 2011, 19 dos 27 setores registraram queda na
produção. Mas o IBGE faz uma ressalva de que neste ano, o mês teve 20
dias, teve um dia útil a menos que igual mês do ano anterior.
Com destaque para a queda do setor estímulos automotores, que recuou
17,9%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da
indústria, pressionado pela queda na produção de aproximadamente 75% dos
produtos investigados no setor, com destaque para caminhões,
caminhão-trator para reboques e semi-reboques, chassis com motor para
ônibus e caminhões, veículos para transporte de mercadorias, motores
diesel para caminhões e ônibus e autopeças.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram
de alimentos (-9,2%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de
comunicações (-22%), metalurgia básica (-6,5%), máquinas e equipamentos
(-5,1%), borracha e plástico (-8,7%), edição, impressão e reprodução de
gravações (-8,1%), fumo (-22,6%), minerais não metálicos (-6,6%) e
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,9%).
RECUPERAÇÃO
O resultado de junho sinaliza uma possível reversão da tendência de
queda da atividade que tem preocupado o governo. Ontem, o ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, afirmou que as
medidas econômicas adotadas para fortalecer a indústria e para
enfrentar os efeitos da crise econômica internacional podem demorar para
fazer efeito, mas garantiu que o resultado deste semestre será muito
melhor que o obtido no primeiro.
Pimentel garantiu, no entanto, que a equipe está otimista para a retomada do crescimento do país no segundo semestre deste ano.
Folha de São Paulo
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