Os professores brasileiros estão em
busca de mais qualificação, é o que mostra o Censo Escolar 2011. A
proporção de professores com Ensino Superior que lecionam na Educação
Básica cresceu 7,6% entre 2010 e 2011.
Segundo o levantamento, divulgado em
abril de 2012, os docentes com formação superior são maioria na Educação
Infantil (56,9%) , no Ensino Fundamental I - 1º ao 5º ano (68,2%), no
Ensino Fundamental II - 6º ao 9º anos (84,2%) e também no Ensino Médio
(94,1%). Dados do censo também revelam que, do total de 2 milhões de
docentes da Educação Básica, 380 mil são alunos de cursos superiores, ou
seja, eles dão aulas e continuam estudando. O curso que apresenta o
maior número de matrículas é Pedagogia, com 185 mil estudantes, seguido
por Letras (43 mil) e Matemática (18.500). A maioria dos professores
está matriculada em cursos a distância – no caso de Pedagogia, mais de
100 mil cursam essa modalidade. Os números são promissores, porém, é
preciso mais investimento do governo na formação dos docentes, segundo a
professora Marcia Angela Aguiar, presidente da Associação Nacional de
Política e Administração da Educação (Anpae).
"O professor do magistério é um
profissional do Estado; ele tem uma importância muito grande para o
país. Precisamos de docentes qualificados para atender os alunos em
todos os níveis. A parceria entre escolas e universidades contribui
nesse sentido. Oferecer oportunidades de formação é um compromisso
social do governo. Mas, para fazer os cursos de formação, mesmo a
distância, o professor precisa de tempo, e como muitas vezes trabalha em
vários lugares para compensar a baixa remuneração, nem sempre consegue.
Existe muita discussão a respeito da formação dos professores, mas é
importante destacar que a qualificação não está separada de outras
questões, como as condições de trabalho", explica.
O professor João Carlos Teatini, diretor
de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes), também destaca a importância da parceria entre
escolas e universidades. A Capes, antes responsável somente por cursos
de pós-graduação, passou a receber o dobro de seu orçamento para assumir
a responsabilidade pela formação do magistério a partir de 2009, quando
o Ministério da Educação (MEC) lançou o Plano Nacional de Formação de
Professores.
"A pós-graduação do Brasil goza de
reconhecimento nacional e internacional pela qualidade dos cursos e
programas das Instituições de Educação Superior (IES), em especial as
públicas, e da ação conjunta das agências federais e estaduais de
indução e fomento. Em percurso contrário, nossos alunos da Educação
Básica evidenciam desempenho insuficiente em diversos instrumentos de
avaliação como Prova Brasil, Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e
Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Entre os programas da
Capes na Educação Básica, temos o Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (Pibid); Observatório da Educação; e Programa de
Consolidação das Licenciaturas (Prodocência), entre outros. Por meio da
Capes, o MEC decidiu enfrentar o maior desafio, talvez, em sua história:
graduar em Licenciatura, gratuitamente e com qualidade, cerca de 400
mil professores em exercício dos sistemas públicos de ensino até 2014,
com a indispensável participação dos institutos de ensino superior do
País", ressalta.
(Globo Educação 28/07/12)
CNTE
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