O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta sexta-feira sua
avaliação inicial sobre as necessidades do setor financeiro na Espanha e
apontou que as entidades mais fracas necessitam aumentar suas reservas
de capital "em cerca de € 40 bilhões" (R$ 104 bilhões).
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A avaliação do FMI, divulgada dois dias antes do previsto, explica que
"o núcleo do setor financeiro espanhol está bem administrado e
resistiria a novos choques, mas ainda existem grandes vulnerabilidades
no sistema".
O exame do FMI "não teve por objetivo estabelecer um número definitivo
para as necessidades de capital, mas detectar deficiências críticas em
alguns segmentos e instituições determinadas", disse o comunicado da
instituição.
"Num cenário desfavorável, os maiores bancos estariam suficientemente
capitalizados para resistir a novas deteriorações, enquanto que vários
bancos necessitariam aumentar suas reservas de capital em cerca de 40
bilhões em termos agregados".
INJEÇÃO
Mais cedo, o Ministério de Economia da Espanha informou que os bancos
passarão por uma terceira rodada de injeções de capital quando
terminarem as análises que estão sendo realizadas de forma independente
sobre suas finanças.
Segundo a pasta, o Banco da Espanha (o banco central do país) vai
analisar o resultado dos trabalhos das consultoras e auditoras
contratadas para calcular a ajuda adicional que os bancos do país
precisam, para depois exigir seus saneamentos.
Os números finais serão anunciados no dia 31 de julho. Ainda hoje, a
Comissão Europeia recomendou à Espanha que espere a divulgação dos
resultados dessas auditorias antes de solicitar um resgate à União
Europeia.
AJUDA EXTERNA
Se a Espanha pedir ajuda para recapitalizar seus bancos, a zona do euro
tem instrumentos prontos para usar, afirmou em entrevista nesta
sexta-feira, o porta-voz da Comissão Europeia Amadeu Altafaj, mas
acrescentou que tal pedido não havia sido feito.
Autoridades da União Europeia afirmaram nesta sexta-feira que a Espanha
deve pedir empréstimos ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira
(EFSF, na sigla em inglês) para recapitalizar seus bancos no sábado,
quando ministros das Finanças da zona do euro farão uma teleconferência.
Altafaj não confirmou que essa teleconferência está planejada.
"Se tal pedido for feito, os instrumentos estão lá, prontos para serem
usados, em acordo com as diretrizes acordados no passado, em 2011. Nós
não estamos neste ponto", disse Altafaj.
EFE
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