Um dos mais tradicionais colégios de São Paulo, o Rio Branco decidiu
instalar câmeras de segurança dentro das salas de aula, o que causou
protesto dos estudantes 107 deles foram suspensos.
A direção da escola, localizada em Higienópolis (centro), diz que
pretende aumentar a segurança na instituição. E, indiretamente, melhorar
a disciplina das turmas.
A escola foi fundada em 1946 e cobra mensalidades de R$ 1.900 no ensino médio.
Os estudantes não foram avisados da mudança e dizem que ficaram
assustados com os equipamentos. E afirmam que protestaram porque não
receberam explicações.
Anteontem, após notarem as câmeras, estudantes do ensino médio decidiram
ficar sentados no pátio, até que a diretora se manifestasse o que não
ocorreu.
Depois, os pais de 107 estudantes foram informados que os alunos haviam sido suspensos por um dia.
"Ficamos assustados com as câmeras, ninguém explicou o motivo. Mas o
pior foi a suspensão e a falta de diálogo", disse um estudante, que não
quis se identificar.
A instalação das câmeras e a suspensão dividiu a opinião dos educadores ouvidos pela Folha.
SEGURANÇA
Responsável por fiscalizar os colégios particulares, a Secretaria de
Estado da Educação informou não ter conhecimento de lei que proíba a
instalação das câmeras.
A diretora do colégio, Esther Carvalho, diz que os equipamentos serão
instalados em todas as salas, do ensino fundamental ao superior.
O objetivo principal, afirma, é zelar pelo patrimônio dos alunos e do
colégio, apesar de não haver registro de furtos ou violência nas salas.
Segundo a diretora, as câmeras poderão inibir também a indisciplina das turmas.
Sobre a suspensão, ela afirmou que os estudantes realizaram protestos
três vezes em um período de três semanas. Os alunos disseram que
recorrem ao artifício por não serem ouvidos na instituição.
A Folha conversou com quatro mães de alunos do ensino fundamental do colégio. Todas apoiaram a instituição.
"Dentro da escola acontece muita coisa em que fica a versão de um contra
outro. Agora poderemos saber", afirmou Cristiane Fittipaldi.
FÁBIO TAKAHASHI
BRUNO BENEVIDES
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