O nome da crise Os governadores Eduardo Campos (PE) e Cid Gomes
(CE) dedicaram o jantar com Dilma Rousseff a acusar o ex-ministro José
Dirceu pela discórdia entre PT e PSB. A presidente ouviu que Dirceu
arquitetou as candidaturas dos senadores Humberto Costa, em Recife, e
Wellington Dias, em Teresina, em vez de defender alianças. Dilma disse
que Dirceu não tem força em seu governo e ficou de intermediar conversa
entre Campos e Lula, que está descansando no interior de São Paulo.
Reloaded A aliados, Eduardo Campos tem comparado o cenário
político ao de 2004. Diz que a última vez que "uma ala do PT
nacionalizou uma disputa municipal o resultado foi o mensalão".
Antes e hoje Na época do escândalo, Campos, então ministro de
Ciência e Tecnologia, foi testemunha de defesa de Dirceu no processo de
cassação contra o petista no Conselho de Ética a Câmara.
Carbonários Com a proximidade do julgamento, cresce no grupo
político de Dirceu a tentativa de convencê-lo a fazer a própria
sustentação oral no plenário do Supremo Tribunal Federal.
Bombeiros Os advogados do ex-ministro descartam a possibilidade e
avaliam que essa decisão que consideram fora de discussão seria
interpretada como provocação pelos ministros do STF.
Gênese O primeiro a levantar a possibilidade de Dirceu assumir a
própria defesa foi o jornalista Elio Gaspari, que, em artigo, comparou o
caso do petista ao julgamento de Fidel Castro no Tribunal de Moncada,
em 1953.
Somos teu De passagem pelo Congresso, o governador Marconi
Perillo (PSDB-GO), alvo da CPI do Cachoeira, conversou com senadores em
um gesto pelo senador Demóstenes Torres (GO), cuja cassação será votada
hoje.
Pomar Técnicos da CPI descobriram que uma mesma conta da Delta
repassou R$ 22 milhões à MB Serviços, laranja da empreiteira no Rio, e
fez pagamentos de R$ 13 milhões para a Adécio e Rafael, empresa de
fachada usada por Carlinhos Cachoeira no Centro-Oeste. É a primeira
evidência de que a Delta transferiu diretamente dinheiro a firmas que só
existem no papel.
Caminho... Testemunha do polêmico encontro de Fernando Haddad com
Alexandre Schneider, em fevereiro, a ex-secretária de Educação Básica
do MEC Pilar Lacerda acusa o vice de José Serra de ter boicotado as
reuniões do Grupo de Trabalho das grandes cidades brasileiras.
... suave Schneider não compareceu às reuniões do colegiado,
criado em 2007. Ele diz que as plenárias não tinham caráter deliberativo
e exigiam presença em Brasília durante três dias úteis consecutivos,
durante os quais participaria de palestras e debates sobre programas
federais.
O que eu digo Desafiando Serra a se aproximar do eleitor nas ruas
e criticando o início da campanha do rival "em recinto fechado", o
petista Haddad citou ontem como exemplo a ser seguido a campanha da
presidente em 2010: "Dilma avisou que o calor do contato com a população
nos estimula a seguir".
O que eu faço Na corrida presidencial, a petista evitava o corpo a
corpo, recorrendo a cordões de isolamento com a imprensa. A então
candidata chegou a usar o "Dilmamóvel" para se deslocar em grandes
aglomerações.
Dobradinha Em meio à desconfiança quanto ao seu empenho na
campanha paulistana, Geraldo Alckmin anuncia hoje ampliação do programa
Creche-Escola na capital. A falta de vagas no setor é alvo de ataques do
PT à gestão de Gilberto Kassab, defendida por Serra.
Visita à Folha Ophir Cavalcante Junior, presidente nacional da
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), visitou ontem a Folha, a convite do
jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Bartolomeu
Rodrigues, assessor de imprensa.
TIROTEIO
É uma infâmia citar Martin Luther King na defesa de um processo que
evidenciou o elo entre a classe política e o crime organizado.
DO DEPUTADO FERNANDO FRANCISCHINI (PSDB-PR), sobre Demóstenes Torres ter
evocado até a memória do ativista americano para tentar evitar a
cassação.
CONTRAPONTO
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) despachava com Dilma Rousseff
quando, num raro papo fora da agenda, a presidente perguntou:
Você tem chegado cedo em casa? Não pode deixar as crianças sozinhas!
Paulo Bernardo é casado com a titular da Casa Civil, Gleisi Hoffmann,
que raramente sai do Planalto antes das 22h. Ele apenas sorriu amarelo e
confirmou à chefe que estava zelando pelos filhos do casal ministerial.
FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI
Nenhum comentário:
Postar um comentário