"Se houve cooptação e corrupção de alguns atores da mídia, isso deve ser
investigado", disse nesta quinta-feira (3) o relator da CPI mista do
Cachoeira, deputado federal Odair Cunha (PT-MG). Ele afirmou que "não há
tema proibido" nos trabalhos da comissão.
O deputado falou sobre o assunto no Poder e Política - Entrevista, programa do UOL e da Folha conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília.
Cunha disse que analisará inquéritos da Polícia Federal antes de se
posicionar "sobre a participação de qualquer pessoa, não só da mídia" na
suposta organização criminosa de Carlinhos Cachoeira. O deputado
afirmou ainda que "é preciso individualizar condutas" e que a CPI deverá
apurar suspeitas que recaem sobre "membros da imprensa, membros do
empresariado brasileiro, membros do Congresso Nacional, agentes de
governos municipais e estaduais e agentes do governo federal".
Sobre não ter convocado governadores suspeitos para depor em maio,
primeiro mês de funcionamento da comissão, Cunha disse não haver
indícios suficientes para justificar a medida. "Se ficar evidenciado
cooptação e corrupção, este tema dos governadores deve ser tratado por
nós [da CPI]". Já foram associados a fatos do escândalo Cachoeira os
governadores Agnelo Queiroz (PT), de Brasília, Marconi Perillo (PSDB),
de Goiás, e Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro.
Odair também falou sobre possível convocação do dono da empreiteira
Delta, Fernando Cavendish. Isso acontecerá, segundo o deputado, "se
ficar evidenciado que a Delta como um todo ou que o sr. Fernando
Cavendish participou dessa organização criminosa".
FÁBIO BRANDT
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