Análise do Procon-SP sobre a redução de juros dos bancos concluiu que os
dados fornecidos ao cliente dificultam a escolha da melhor opção de
empréstimo e que as reduções beneficiam apenas correntistas que optem
por pacotes de serviços ou recebam o salário pela instituição.
Os dados referem-se às taxas cobradas no dia 2 de maio.
O diretor executivo da Fundação Procon-SP, Paulo Arthur Góes, afirma que
os bancos serão notificadas pelo Procon-SP para provar a veracidade das
informações nos sites e do material divulgado.
"É obrigação das instituições financeiras informarem de forma clara e
didática tudo sobre o produto que está sendo adquirido, incluindo dados
sobre possíveis riscos e perdas", disse.
Dirigidos, principalmente, aos correntistas que pretendem renegociar
dívidas ou contrair empréstimos, os anúncios, segundo o Procon-SP,
geralmente não informam a taxa máxima do produto. Não são todos os
clientes, porém, que terão fácil acesso à mínima.
BASE DE COMPARAÇÃO
Inconsistências também foram identificadas nos percentuais de redução
das taxas. A Caixa Econômica Federal anunciou redução de 87% na taxa de
juros do "Cartão Azul", informa a entidade, apresentado ao consumidor
com a taxa de 2,85% ao mês. O produto, porém, é novo, e para se chegar a
essa diferença a Caixa comparou o valor com o de outro produto já
existente.
O levantamento indica que há confusão também na nomenclatura dos
produtos, o que pode dificultar a comparação. Um exemplo é a divulgação
do Bradesco sobre a taxa de crédito pessoal. Neste caso, o consumidor
precisa de mais detalhes, pois o banco possui diversas linhas de crédito
pessoal, com uma taxa de juros para cada.
A portabilidade de crédito quando o consumidor transfere sua dívida
com o banco para outra instituição também está sendo confundida com o
refinanciamento, que amplia o número e reduz o valor da parcela, porém
tem um custo total a pagar maior do que a dívida original.
A reportagem está entrando em contato com os bancos citados e aguarda um posicionamento sobre a pesquisa.
DICAS
Para Góes, as informações divulgadas pelos bancos ainda estão muito
confusas --o consumidor, portanto, deve ter o máximo de cuidado para
trocar a instituição e renegociar sua dívida.
"É preciso muita pesquisa e cautela, até que se tenha a total compreensão e certeza para o próximo passo."
Ele orienta o consumidor que tiver dúvidas ou quiser fazer uma reclamação a procurar uma unidade do Procon.
Folha de São Paulo
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