O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou nesta quarta-feira que a política salarial para os bombeiros do Estado "não é a ideal, mas a possível" e descartou a possibilidade de aumentar mais as ofertas já feitas à categoria.
Cabral enviou na semana passada à Assembleia Legislativa um projeto de lei antecipando um aumento de 5,58% que estava previsto para ocorrer de maneira escalonada até o fim do ano.
Ontem (14), esse projeto recebeu 32 emendas dos deputados estaduais, entre elas uma que encampa a demanda dos bombeiros de um piso salarial de R$ 2.000 líquidos, bem acima dos R$ 1.265 brutos que resultariam do aumento proposto pelo governo.
Cabral afirmou que espera que a maioria dos deputados sejam "sensatos" e não crie complicações fiscais para o governo. "Às vezes discurso fácil engana, mas você pode morrer desse veneno", afirmou.
Questionado sobre o fato de o salário inicial de um bombeiro no Rio ser um dos mais baixos no país, Cabral afirmou que isso se deve ao desequilíbrio fiscal de gestões passadas e ao alto contingente, de 16.500 homens, segundo ele o maior do país.
Entrevistado pela TV Globo, o comandante do Corpo dos Bombeiros, Sérgio Simões, que vêm representando o governo nas negociações com a categoria, disse que o piso salarial de R$ 2.000 é inviável, mas afirmou que 90% dos bombeiros no Estado receberão acima dessa quantia com o aumento antecipado por Cabral e as novas gratificações que serão criadas usando 30% dos recursos do Funesbom (Fundo Especial do Corpo dos Bombeiros), o que também depende de aprovação da Assembleia Legislativa.
Os bombeiros rejeitam a política de gratificações em vez de salário porque ela não contempla aposentados e pensionistas.
JUSTIÇA
Ao longo da tarde desta quarta-feira, os 429 bombeiros e dois policiais militares que respondem na Justiça por motim e danos materiais ao quartel central da corporação durante a invasão do último dia 4, estão se apresentando à Auditoria Militar para serem oficialmente citados nos processos abertos por denúncia do Ministério Público.
Amanhã, a Assembleia Legislativa deve votar Proposta de Emenda à Constituição do Estado que anistia os bombeiros, mas os efeitos dessa anistia estariam restritos a punições administrativas.
Uma anistia na esfera judicial depende de um projeto de lei ser aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff. Projetos nesse sentido dos deputados federais Alessandro Molon (PT-RJ) e Anthony Garotinho (PR-RJ) devem entrar em discussão na semana que vem.
Bombeiros devem organizar amanhã, em frente à Assembleia Legislativa, um protesto pressionando os deputados a aprovarem a anistia. Hoje, líderes do movimento reivindicatório voltaram a se reunir com deputados estaduais, entre eles o presidente da Casa, Paulo Melo (PMDB).
Folha de São Paulo
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