Se disputar a Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad será um nome forte. Mas ele emplaca dentro do partido?
Talvez seja menos difícil ele vencer uma eleição do que ser indicado pelo partido.
Qualquer candidato que venha do PT e com apoio de Lula já tem um pé no segundo turno, seja Marta ou Aloísio. Lula tem razão ao dizer que Haddad tem menos rejeição, com chances de atrair segmentos da classe média.
Na sua gestão como ministro, ele estabeleceu contatos sólidos no meio empresarial, abrindo-se a parcerias, vistas, na maioria das vezes, com desconfianças pelos sindicatos e entidades educacionais ligadas ao PT.
Haddad é educador e o tema educação é crescente na agenda paulistana. Pouca gente sabe, quase ninguém, que ele, nos bastidores, concebeu os CEUs junto com João Sayad, então secretário da Marta Suplicy.
Claro que ele vai ter de responder pelos deslizes de sua gestão, que ganharam manchetes. Mas qualquer analista frio há de reconhecer que, entre erros e acertos, a gestão dele ficou acima do regular. Certamente ele tem menos focos de rejeição do que Aloísio Mercadante e Marta.
O problema é que, até agora, nunca se ouviu uma única palavra de Haddad sobre como fazer uma São Paulo melhor.
Minha aposta é que o eleitor paulistano está cada vez mais atento e maduro. Vai escolher, na reta final, alguém não por causa do Lula ou do PT. Mas com soluções práticas. A cidade, como sabemos, está cada vez mais efervescente e criativa.
O escolhido terá que vir não apenas como boas soluções, mas transmitindo a certeza de que a prefeitura não é apenas uma jogada para virar governador ou presidente.
Gilberto Dimenstein
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