quinta-feira, 29 de julho de 2010

Piada de mau gosto

Interessante

Desde que, há alguns anos, meus filhos gêmeos David e Ian assumiram o comando do controle remoto da TV, não assisto a canais abertos, mas apenas a comédias idiotas e filmes de ação. Assim, faz bem alguns quinquênios que não vejo o "Casseta & Planeta". O "CQC", então, acho que jamais experimentei. Apesar de minha ignorância na matéria, considero preocupante a notícia que li na Folha de que, em virtude dos excessos regulatórios expelidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), esses programas estão desistindo de fazer piadas com políticos daqui até outubro.
Preocupante, aqui, não é força de expressão. O humor, como procurarei mostrar nesta coluna, desempenha importantes funções sociais. Blindar os poderosos de seus efeitos corrosivos não apenas configura uma atitude ligeiramente fascista como ainda nega os elementos mais básicos da política humana.
Comecemos, porém, pelo começo. O texto desta semana deverá ficar um pouco maior que o normal, mas prometo, em contrapartida, contar várias piadas.
O riso e o humor sempre representaram um desafio à compreensão, primeiro de filósofos e, mais recentemente, de psicólogos e neurocientistas. Na verdade, não sabemos direito por que rimos e muito menos por que rimos de bobagens.
Do ponto de vista fisiológico, rir é um reflexo, mais especificamente uma resposta do sistema nervoso autônomo --no caso, o vago parassimpático-- a um estímulo. O problema é que, ao contrário de outros reflexos, o riso não possui um propósito claro como tem, por exemplo, o fechamento dos olhos quando da aproximação de um objeto. Devemos admitir que o riso é importante --ou a evolução não o teria preservado--, mas não sabemos explicar bem por quê.
Rir também é o único reflexo que pode ser disparado por atividades altamente intelectualizadas como a leitura. O filósofo francês Henri Bergson (1859-1941) em seu saboroso "Le Rire" (o riso) define o cômico como essencialmente humano. Mesmo quando rimos de um chapéu engraçado, não estamos rindo do pedaço de feltro ou palha, mas da forma que lhe foi dada pelo "capricho" de uma pessoa. (Vale aqui frisar que nos últimos anos surgiram evidências de que chimpanzés possuem um mecanismo análogo ao riso, com a dupla função, como veremos mais abaixo, de comunicar o estado interno do indivíduo e cimentar relações sociais).
Sendo o humor mais um universal humano, ele deve obedecer a determinadas regras que explicam a um só tempo sua presença em todas as sociedades e a enorme variação de formas e estilos a que está sujeito. Na tentativa de lançar algumas luzes sobre essas normas, parto do verbete "Humour and Wit" (humor e espirituosidade), da "Encyclopaedia Britannica", de autoria do escritor Arthur Koestler (1905-1983) e que se tornou um clássico dos estudos sobre o tema. Retomando a discussão sobre a "gramática" do humor, Koestler afirma que rimos quando percebemos um choque entre dois códigos de regras ou de contextos, todos consistentes, mas incompatíveis entre si.
Um exemplo: "O masoquista é a pessoa que gosta de um banho frio pelas manhãs e, por isso, toma uma ducha quente". Cometo agora a heresia de "explicar" a piada. Aqui, o fato de o sujeito da anedota ser um masoquista subverte a lógica normal: ele faz o contrário do que gosta, porque gosta de sofrer. Obviamente, a lógica normal não coexiste com seu reverso, daí a graça da pilhéria. Uma variante no mesmo padrão, mas com dupla inversão é: "O sádico é a pessoa que é gentil com o masoquista".
Outro bom exemplo é o do médico que conforta seu paciente dizendo: "Você está com uma doença muito grave. De cada dez pessoas que a pegam, apenas uma sobrevive. E você está com sorte, pois eu acabo de perder nove pacientes que tinham essa moléstia". O gozado aí emerge da oposição entre a abstração estatística e o a concretude do caso real do paciente.
Sabemos que a estatística só vale se não a tentarmos aplicar a casos concretos. Também sabemos que as chances de um dado evento ocorrer não dependem de eventos anteriores. A piada confunde todos esses planos.
Essa estrutura de choque de contextos excludentes entre si está presente em todas as pilhérias. Até no mais infame trocadilho, há um confronto inesperado entre o significado da palavra e o seu som: "A ordem dos tratores não altera o viaduto".
No caso do humor mais embrutecido dos programas populares, a oposição se dá entre o "script" e a da realidade. Uma "gag" típica desse gênero é a do sujeito que se transveste de mulher. As situações só se tornam engraçadas porque nós, ao contrário das pessoas que interagem com o personagem, sabemos que não se trata de um representante do sexo feminino.
Podemos agora traçar uma escala do humor, dos mais primitivos aos mais sofisticados. Bebês, que também são capazes de rir, deliciam-se com caretas e imitações. Garotos como os meus, agora com oito anos, estão na fase em que adoram piadas escatológicas. Quanto mais cocô, xixi e xingamentos, melhor. Já adolescentes gostam especialmente de anedotas sexuais, onde o choque costuma ficar entre a esfera fisiológica e a psicológica. Um exemplo é a piada dos anões tarados: "Dois anões resolvem se divertir e vão para um bordel. Depois de uns drinks, eles sobem para os quartos. Mesmo estando animadinho, um dos anões não consegue a ereção e fica ainda mais desapontado quando ouve o seu amigo no quarto ao lado:
--Um, dois, três e... já! Um, dois, três e... já! Um, dois, três e... já!
Passada a hora do programa, os anões se encontram para irem embora e o que broxou comenta: --Pô! Foi uma *! Por mais que eu me esforçasse, não consegui ter nenhuma ereção! --Ereção? --o outro anão responde, perplexo --e eu que nem consegui subir na cama".
À medida que os indivíduos crescem, vão --espera-se-- buscando formas mais sofisticadas e cerebrais de humor.
Essa "gramática" dá conta da estrutura intelectual das piadas, mas há outros aspectos em jogo. O humor também encerra dinâmicas emocionais. Ele de alguma forma se relaciona com a surpresa. Kant diz que o riso é o resultado da "súbita transformação de uma expectativa tensa em nada" ("Crítica do Juízo", I, 1, 54). Rimos porque nos sentimos aliviados. É nesse contexto que se torna plausível rir de desgraças alheias. Em alemão, até existe uma palavra para isso: "Schadenfreude", que é o sentimento de alegria ou prazer provocado pelo sofrimento de terceiros. Não necessariamente estamos felizes pelo infortúnio do outro, mas sentimo-nos aliviados com o fato de não termos sido nós a vítima.
Mais ou menos na mesma linha caminha Sigmund Freud, que também é autor de um livrinho sobre o humor ("O Chiste e Sua Relação com o Inconsciente"). Para o pai da psicanálise, gracejos funcionam um pouco como os sonhos. Teriam força orgásmica e também revelariam impulsos inconscientes.
É o aspecto emocional, acredito, que torna muito frequente no humor um elemento menos bonito: a crueldade. Como observa Bergson, muitas piadas exigem "uma anestesia momentânea do coração". Nos gracejos mais elaborados essa crueldade quase desaparece, mas ainda deixa algum traço, na forma de "malícia", "esperteza" ou mais simplesmente na suspensão da solidariedade para com a vítima (sim, piadas geralmente têm vítimas). Bergson vê o riso como um "gesto social". Para o filósofo, o temor de tornar-se objeto de riso reprime as excentricidades do indivíduo. É uma espécie de superego social portátil.
Na visão bergsoniana, o riso deixa assim de ser um movimento puramente estético, à medida em que visa também ao aperfeiçoamento da sociedade. Mas, ao mesmo tempo, conserva algo de puramente estético, porque os homens, quando já não se preocupam unicamente com sua sobrevivência individual e do grupo, podem "dar-se como espetáculo aos homens".
Numa abordagem mais contemporânea, o psicólogo evolucionista Steven Pinker também parte em busca de funções sociais. A exemplo do que ocorre com nossos primos símios, o riso e o humor são uma forma de comunicar estados internos à prova de fingimento (quem não reconhece uma risada forçada?). Isso é particularmente útil quando nos dedicamos a atividades que podem ser mal interpretadas, como as brincadeiras de luta. Elas exigem um equilíbrio delicado. Devem ser realistas o suficiente para que cumpram o objetivo de nos adestrar para batalhas de verdade, mas não a ponto de desandar para um conflito real, no qual os riscos de alguém se ferir seriamente aumentam bastante. O riso é a resposta, diz Pinker em "How the Mind Works" (como a mente funciona). Enquanto rimos, revelamos a nosso companheiro/adversário que não temos a intenção de feri-lo. Podemos seguir nos exercitando e, talvez ainda mais importante, forjando alianças políticas --que é outro nome para amizades.
É nesse contexto que se enquadra a escola judaica (desculpem, não resisti à piada) do humor autodepreciativo. Quaisquer dois indivíduos que tomemos, sempre haverá diferenças entre eles. Um será mais forte que o outro, que pode, por seu turno, ser mais bonito e inteligente, ainda que perca em riqueza e conexões sociais. Quando uma pessoa troça moderadamente de si mesma (nesse gênero, as pilhérias nunca são aniquiladoras), ela sinaliza que está disposta a diminuir um pouquinho a si própria para obter a cumplicidade do outro e rirem juntos. É, como diria Woody Allen em "Play it Again, Sam", o começo de uma bela amizade.
Só que o riso também pode ser uma arma, especialmente em ambientes mais civilizados, que trocaram pauladas e pedradas por debates. Um bom exemplo lembrado por Pinker é o gracejo antiaborto de Ronald Reagan: "--Noto que todos os que são favoráveis ao aborto já nasceram!".
Numa primeira leitura, o raciocínio seria trivial demais. É tão óbvio que todo ser humano já nasceu que nem faria muito sentido afirmá-lo. Assim, se o fazemos, estamos dividindo o mundo em duas categorias de indivíduos, os que já nasceram e os que não (os abortados), que é justamente os termos nos quais os antiabortistas querem colocar a discussão, de modo a aproximar aborto de assassinato. Apenas entender a piada já implica, portanto, ou coonestar esse enquadramento ou colocar-se como um hipócrita que goza de um privilégio (ter nascido) que não quer estender aos demais. Como argumento não é lá grande coisa, mas, como tirada é excelente e praticamente acaba com a discussão. Uma resposta exigiria no mínimo algumas centenas de palavras totalmente fora do "timing" do debate.
À medida em que mais indivíduos entram no jogo social, multiplicam-se as funções potenciais do humor. Sendo essencialmente uma forma de comunicação, o riso coletivo é capaz de sincronizar reações, o que o torna perigosamente subversivo. O paradigma aqui é a história de Hans Christian Andersen da roupa nova do rei. Na vida real, não é desprezível o papel que as piadas sobre as agruras do socialismo real desempenharam para a queda do comunismo no Leste europeu.
É claro que não é todo dia, observa Pinker, que nós temos de derrubar tiranos e humilhar reis. O mesmo mecanismo, contudo, também serve para diminuir as pretensões de gabolas, valentões, tartufos e, principalmente, políticos. Ao evitar que os candidatos se submetam ao teste do humor, o TSE priva a população da mais efetiva das armas de que ela dispõe para defender-se das maquinações e truques dos políticos e seus marqueteiros. É mais um pequeno desserviço do tribunal à democracia.

Hélio Schwartsman

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Estado democrático e o INDG. Com quem está o governo?

Estado democrático e o INDG. Com quem está o governo?

Ínicio este texto com a pergunta acima, pois quem é estudioso na área da literatura política conhece bem Maquiavel, autor do livro O Príncipe, um manual que orienta o governante a conduzir a política para ser “bem sucedido” nos seus objetivos. O outro é Thomas Hobbes, que mostra a necessidade de organizar a sociedade através do livro Leviatã. Com esses dois manuais temos um indicativo de como os governantes devem no mínimo “se comportar” com o poder, o povo e com os possíveis “transgressores” das regras estabelecidas.
Em Pernambuco vem acontecendo diversas ações na educação: falta de democracia dentro das escolas, implantação do medo nas unidades escolares, perseguição aos ditos “rebeldes” que não se submetem ao gosto de uma prática autoritária do não-diálogo. Esta prática é uma política de Estado ou política de governo para educação?
Vamos tentar desvendar a natureza do Estado gerenciado pelo Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), que define a estruturação de como o governante deve conduzir o Estado e sua política. Vale ressaltar que o instituto é coordenado por um conglomerado que engloba grandes empresas e multinacionais brasileiras. O primeiro objetivo do INDG é se consolidar com a política fiscal, tentando estruturar e dar uma nova roupagem às metas para o funcionalismo público. Agora, o método está sendo usado para organizar a educação do ponto de vista econômico, gerencial e estrutural, na tentativa de controlar a categoria.
Por que controlar uma categoria tão importante como a da educação? Porque a categoria foi identificada como um possível problema na implementação do método e do sistema do INDG, colocando metas para amansar a classe, como os prêmios, bônus para a bienal, revistas, notebook e o 14º salário, que não foram debatidos com os professores democraticamente.
Como podemos ter uma política de estado sem a participação da sociedade e dos interessados?
Como podemos estabelecer e entender as tais metas para a chamada política de Estado destinadas à educação?
Garanto que muitos gostariam de participar da construção de uma Política Educacional, pois temos uma categoria criativa e bem informada profissionalmente. Não precisamos de uma visão empresarial que desconsidera os direitos e a própria cultura de um Estado guerreiro, palco de muitas lutas. O INDG veio para a construção de uma política de Estado antidemocrática. Na verdade, constrói a destruição do Estado democrático, pois muitos dos seus gerentes perseguem e tolhem o direito à liberdade da verdadeira democracia com o falso discurso: tudo pela educação! Metas a qualquer custo e o sacrifício financeiro de muitos trabalhadores.
Nesta reflexão, podemos perceber que o governante é instruído para que a política dê certo. A sua liderança não pode ser questionada. A forma da prática do INDG tem nos seus objetivos bater metas, se contrapondo as práticas democráticas estabelecidas pela Carta Magna do Brasil questionada por não aceitar atestado médico, declaração de participação em assembleias, direito sindical, licença prêmio, direito a gravidez, etc. Fica evidente que a resposta da pergunta do título acima tem sido dada como uma política de governo que exclui parcela do funcionalismo público ordenada pela ditadura empresarial do INDG. Na prática, usurpa as mentes com o terror psicológico da entrega das metas e da competitividade excessiva individualista. O governo está dentro de uma política da competitividade, do individualismo e a falta de liberdade, e isso mostra a feição do capitalismo de Estado.
Temos que mudar essas práticas da elite Gerdau & Phillips pela democracia popular. Questionem tanto os bônus, quanto os cronômetros. Eles podem custar muito caro.

William Menezes
Secretaria de Políticas Sociais do SINTEPE

Escândalo

Escândalo em Vitória de Santo Antão.

Nesta segunda-feira, sem alarde, oficiais de Justiça locais cumpriram mandatos de busca e apreensão em três endereços ligados ao nome da secretária de Finanças do município, Rosemery Camelo Rocha.
O pedido de apreensão dos bens foi apresentado pela própria Procuradoria do Município, que acusou a auxiliar do prefeito Elias Lira de ter desviado R$ 916 mil dos cofres municipais, para contas pessoais.
O pedido foi aceito em sentença assinada pelo juiz da 3ª Vara Cível da Comarca de Vitória de Santo Antão, Fernando Raposo, nos autos de uma ação civil pública de improbidade administrativa.
O desfalque teria sido verificado nas contas de valores consignados na folha de pagamento em favor de dois bancos (BB e Real) e um plano de saúde, o Ideal Saúde. Os recursos teriam sido descontados dos servidores, mas não foram repassados às instituições.
Numa espécie de confissão de erro, a secretária teria tentado devolver parte do dinheiro, por meio de dois cheques de R$ 100 mil, cada. A própria signatária escreve como ressarcimento ao erário nos depósitos.
Na cidade, não se sabe se a auxiliar já foi exonerada pelo prefeito Elias Lira. Oficialmente, a secretária está em licença médica.
A secretária ainda pode recorrer, uma vez que a decisão é de primeira instância.
O escândalo passou pela delegacia por meio de uma denúncia crime e pode parar ainda no Ministério Público do Estado.
O inteiro teor da liminar concedida pelo juiz você lê daqui a pouco, só no Blog de Jamildo.
Veja decisão judicial que bloqueia bens da secretária de Finanças de Vitória de Santo Antão.

Blog de Jamildo

Confiança em Deus

Aleluia

Confia em Deus; Ele sempre dá o que promete.
Sabe o que promete, porque é a verdade.
Pode prometer porque é omnipotente.
Dispõe de tudo porque é a própria vida.
Oferece todas as garantias porque é eterno.
(Santo Agostinho)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Financiamento de campanha

Passando a sacolinha

Os primeiros e mais importantes contatos já foram feitos. Agora, é hora de passar a sacolinha entre os empresários. É o que começaram a fazer os tesoureiros das campanhas de Dilma, Serra e Marina, em busca da grana que irá financiar suas campanhas eleitorais. Tarefa delicada para uns, perigosa para outros e muitas vezes nebulosa, que no passado já enriqueceu muita gente. Ainda deve enriquecer, mas não como no passado, quando as contribuições eram generosas e a fiscalização inexistia.
Isso mesmo, no passado, era comum, e como, um candidato terminar uma eleição com sobras de campanha. Para onde ia o dinheiro? Muitas vezes para o bolso de candidatos e seus assessores mais próximos. Era uma farra. Tem muito político da velha guarda que não sobrevive a uma devassa de toda sua vida financeira. Impossível provar a origem de muitas fortunas nesse mundo da politicagem.
Hoje, as contribuições de campanha não são tão fartas assim. E, nas campanhas majoritárias para presidente e governadores dos grandes Estados, o financiamento segue um roteiro mais profissional, mesmo assim sujeito a desvios. Os principais doadores são conhecidos, costumam contribuir para os principais candidatos com o mesmo percentual e só decidem mudar esse roteiro quando um dos postulantes mostra que vai ganhar.
Alguns bancos já fizeram até reuniões de seus conselhos de administração, nas quais decidiram quanto vão doar para todos os candidatos, quanto cada um vai levar e quem vai estar na lista das doações de 2010. Tudo já informado aos comandos das principais campanhas. As empreiteiras seguem roteiro semelhante, costumam dividir suas contribuições de forma igualitária e apresentam listas de quem deve ficar com as doações.
O problema do financiamento privado de campanha no Brasil é que poucos doam muito. E há sempre uma expectativa de retorno pelo dinheiro aplicado em determinado candidato. Às vezes por razões republicanas. Outras, nem tanto assim. Aí mora o perigo. O fato é que o financiador de uma campanha de hoje é aquele que espera ter, pelo menos, acesso privilegiado lá na frente. Aquele que sempre terá mais facilidade para agendar reuniões, discutir com funcionários públicos projetos. Sem falar nos que têm acesso livre a determinados gabinetes.
Daí que, no mundo ideal, não deveria haver financiamento privado de campanha. Sem ele, candidato não se sentiria refém desse ou daquele grupo que por ventura tenha sido fundamental na hora de bancar suas despesas de campanha. Posso estar enganado, ficaria mais barato para o país estabelecer o financiamento público de campanhas. Mas esse é um tema que não conquista corações, mentes nem bolsos no mundo político. Muita gente prefere o sistema atual, com suas relações já estabelecidas, privilegiadas, que torna alguns candidatos sempre mais competitivos que outros.
Talvez, um dia, quem sabe, quando as doações pela internet se tornarem uma realidade no Brasil, tenhamos um sistema mais democrático de financiamento de campanha, com muitos doando pouco. Nos Estados Unidos, esse modelo pegou. Aqui, na atual campanha, não pegará. O PSDB já praticamente desistiu dele, tão complicado que é. O PT e o PV pretendem insistir. É uma decisão sábia. Quem descobrir o melhor caminho desse tipo de financiamento pode largar na frente em futuras campanhas.

Valdo Cruz

Objetivo é a melhor escola do brasil?

Debate

O Colégio Objetivo está publicando anúncios em páginas inteiras da imprensa para afirmar que criou, em pouco tempo, uma das escolas campeãs no ranking do Enem, destinado a alunos do ensino médio --o que, para muita gente (erradamente, diga-se), se traduz na lista das melhores escolas do Brasil. O debate é muito interessante sobre os caminhos da educação.
O Objetivo criou uma escola separada, com alunos com notas mais altas, professores diferenciados, reforço na parte da tarde, além de estímulos nos simulados que ajudam na realização do Enem.
Acusam o grupo de fazer um truque, ao selecionar seus melhores alunos para fazer a prova. Na verdade, eles apenas seguiram a regra do jogo.
Daí se vê como o debate sobre avaliação de escolas é muito mais complexo do que imagina. A nota de um aluno reflete uma série de indicadores. Além da qualidade dos professores e do material didático, pesam (e muito) as habilidades naturais dos alunos (inteligência, disciplina, força de vontade) e o nível socioeconômico da família (detalho mais esses critérios no www.catracalivre.com.br). Todas as melhores escolas se beneficiam em algum nível dessa composição, já que atraem os melhores alunos e as mais famílias mais ricas e engajadas.
Daí ser inapropriado comparar as redes públicas com a particular. A imensa maioria das públicas que vão muito bem no ranking também seguem a mesma regra da qual se beneficiou o Objetivo: são alunos que passaram pelos chamados vestibulinhos e são, em geral, de classe média ou até alta.
O ótimo disso tudo é que qualidade de ensino está começando a virar conversa de botequim.

Gilberto Dimenstein

sábado, 24 de julho de 2010

Atenção consumidores

Cadastro secreto é ilegal

O consumidor muitas vezes tem a concessão de crédito rejeitada pelo comércio e desconhece a razão, apesar de não ter o nome em cadastro de devedores.É um absurdo.E isto ocorre apesar de o Código de Defesa do Consumidor (CDC) no artigo 43 obrigar a prévia notificação sobre a existência do registro, e estipular que o consumidor deve ter acesso ao cadastro secreto de informações sobre ele. O site Espaço Vital (www. espacovital.com.br) mostra hoje o caso de uma consumidora gaúcha que obteve vitória na justiça para reparação por não ter conseguido um cartão da rede Zafari apesar de não ter restrição de crédito.Ainda cabe apelação no Processo nº 10902337819 junto ao TJRS. Trata-se de um banco de dados mantido pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL), com diversas informações do consumidor, não importando se já tenha limpado seu nome, pagando tudo, ainda assim pode ter a concessão de crédito negada. É traçado um perfil do cliente por um cálculo, chegando-se à pontuação final da pessoa, que pode levar à sua rejeição pelo comércio.Sentença do juiz de Direito Mauro Caum Gonçalves - da 3ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre determinou a ilegalidade do cadastro e que a consumidora seja reparada pela CDL em R$ 20 mil. E a Companhia Zaffari Bourbon de Supermercados terá que pagar R$ 10 mil. Terão que ser disponibilizados todos os dados e informações sobre a consumidora, e dadas explicações claras e precisas sobre os critérios considerados para avaliá-la negativamente. A CDL também foi condenada a excluir os registros e cadastros em nome dela e a não fornecer informações desabonatórias sobre ela.Foi comunicado o Ministério Público, com cópia do processo, para eventuais providências.

Maria Inês Dolci

Saúde

A depressão é cinza

Pesquisa recente demonstra na teoria o que todo ser humano que um dia teve que enfrentar o transtorno da depressão já sabia muito bem na prática: para o deprimido, a vida é realmente cinza.
O estudo foi realizado pela universidade alemã de Freiburg e publicado no último número da revista "Biological Psychiatry". Revela o seguinte: a depressão diminui, no olhar humano, o contraste entre o preto e o branco, por isso o mundo torna-se literalmente cinza.
Para chegar a esta conclusão os pesquisadores monitoraram a atividade da retina em 40 pessoas com depressão e outras 40 não afetadas pela doença.
Basicamente, a retina é a porta de entrada dos sinais luminosos que, transformados em impulsos elétricos, chegam ao cérebro definindo cores e luzes.
Usando equipamentos de última geração, os cientistas registraram a atividade elétrica das células da retina. E constataram que os pacientes deprimidos têm menor contraste do que os que não sofrem de depressão.
Pior: eles descobriram também uma relação forte entre o nível de contraste e a gravidade dos sintomas da doença.
Ou seja, quanto mais deprimido, menos contraste.
Quanto mais deprimido, mais o mundo é cinza.
O que é verdadeiramente importante neste pesquisa: esse aspecto de visão que comprovadamente compromete a maneira de enxergar as coisas é mais um sintoma da doença, agora confirmado pela ciência, que durante muito tempo não era levado a sério pela maioria das pessoas, aquela maioria para quem certas coisas são apenas frescura de gente esquisita.
Foi assim como o excesso de sono ou a extrema falta de energia manifestados na maioria dos deprimidos, que nada têm a ver com preguiça.
Foi assim com a falta de apetite sexual, imediatamente identificada como impotência ou com o fim do desejo na relação a dois.
Foi assim com a variação do humor, sempre atribuída a gente de temperamento difícil.
Foi assim com a tristeza que se abate sobre o deprimido, que nada tem a ver com uma deliberada inapetência para as coisas boas do cotidiano.
Ninguém é assim por que quer, ninguém enxerga as coisas cinza porque quer.
A ciência, mais uma vez, demonstra que a depressão é um problema de saúde sério, que precisa ser entendido por quem sofre e também por quem assiste ao sofrimento de alguém. E que deve tratada adequadamente para que cor, luz e contraste possam voltar à vida de tanta gente.

Luiz Caversan

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Guerra pelo voto

Equipe de Eduardo avalia que servidor está no papo também

Mesmo com greves de professores e com mobilização da PM nas rua, para citar os embates mais barulhentos, com poder de desgaste eleitoral, o pessoal da situação acredita que o funcionalismo estadual, mais de 200 mil almas, não será problema para a reeleição do governador Eduardo Campos.
O otimismo está baseado, mais uma vez, nas pesquisas internas.
Um levantamento recente teria mostrado que de cada 10 servidores, seis gostariam de apostar na continuidade e somente quatro estariam insatisfeitos com a gestão a ponto de pedir a troca de guarda.
O dado favorável ajudaria a somar pontos no somatório geral, com cerca de 63% a 47% nas intenções de votos, sempre de acordo com essas pesquisas internas.

Blog de Jamildo

Manchete

Deus é brasileiro(e nasceu em pernambuco)

Deus criou o mundo em seis dias, segundo a Bíblia. Lula criou o Brasil em oito anos, segundo ele mesmo.
O que acontecerá ao país agora que seu autoungido criador deixa a cena não parece incomodar muito o ainda mais sensível dos termômetros: o mercado financeiro.
Ninguém parece estar dando muita bola ao que os candidatos à Presidência vêm dizendo ou disseram sobre a economia. Nem mesmo a possibilidade cada vez mais real de o Partido dos Trabalhadores se tornar uma força muito maior no Congresso parece incomodar.
E por que incomodaria? Quem vai tirar o país do seu rumo agora que o encontramos, ufa!, depois de termos tentado todas as outras (im)possibilidades?
O Brasil está em lua de mel com o capitalismo, e se lambuza mesmo quem xinga o mercado.
Por isso esse casamento veio para durar. Não será o próximo nem o outro governo que mudará o tripé de câmbio flutuante, limites fiscais e inflação baixa/BC independente.
As dezenas de milhões de emergentes brasileiros, que só agora ascendem à cidadania do consumo, não vão querer ouvir de socialismo, economia dirigida, mudança do jogo.
O jogo tem que continuar até porque falta muito a jogar, principalmente melhorar o ambiente de negócios, com menos impostos, menos burocracia, menos protecionismo: para que o espírito animal do trabalhador brasileiro realize todo o seu potencial.
Desfrutamos de um bônus demográfico sem precedentes, com taxas de natalidade declinantes, mais adultos em idade produtiva e menos pessoas por lar. Esse conjunto eleva a renda doméstica e a capacidade produtiva do país.
Num mundo que passará dos atuais 6,5 bilhões de habitantes para 9,2 bilhões em 40 anos, nossa enorme e singular capacidade de produzir energia , minérios e alimentos nos torna um gigante pela própria natureza. Nosso mercado interno que desabrocha é outro vetor de prosperidade.
Seria preciso muita cegueira para tirar o Brasil do seu rumo.
A aprovação terrena do Criador, quer dizer, do Lula é mais do que a aprovação à sua figura, apesar da insistência do cada vez mais desinibido culto à sua personalidade.
A aprovação recorde é antes de tudo a aprovação da estabilidade econômica do modelo capitalista, em torno do qual Lula fechou o consenso nacional.
Este é o maior seguro do país contra os aventureiros. Por isso os mercados acordam tranqüilos.

Sérgio Malbergier

Seu estado ou município, respeita a Lei do Piso?

Bem-vindos ao debate

Hoje faz dois anos da sanção presidencial da Lei 11.738, que estabeleceu o Piso Salarial Profissional Nacional dos trabalhadores em educação. Para saber como está a implementação do Piso no Brasil, a CNTE abriu este espaço para o depoimento de trabalhadores em educação. Profissionais de todo o país mandaram depoimentos sobre a situação em seus estados e municípios. Acompanhe de perto esta discussão aqui e não deixe de mandar seu relato sobre como o Piso é aplicado em sua cidade.
Quanto vale o Piso?
A norma estabelece que a partir de 2010 nenhum professor da rede pública poderá ganhar menos do que o estabelecido na norma. Quando foi aprovada, o valor mínimo a ser pago era de 950 reais. Hoje, o valor com reajuste divulgado pelo MEC é de R$ 1.024,67 para a carga de até 40 horas semanais. No entanto, a CNTE entende que o valor deve ser calculado sobre o percentual aplicado ao valor mínimo do Fundeb, a cada ano, conforme dispõe a Lei 11.494. Assim, o valor final com reajuste para 2010 totalizaria em R$ 1.312, 85.
Muitos estados ainda não aplicam a norma como deveriam. Este é o caso do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul e Paraná, que levaram o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. Até agora, o Supremo não julgou o mérito e a maioria dos estados aproveita a situação para não efetivar o Piso Nacional.

CNTE

quinta-feira, 22 de julho de 2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

Mensagem da semana

Jamais deixe de sonhar

Calar! Por quê?

Atenção professores

Em 2010, vamos ter eleição. O momento é de reflexão, sobretudo, para quem pensa no amanhã. As pessoas inteligentes e livres pensam, agem, opinam, respondem e exercem sua cidadania.
Num país democrático, temos o direito de expressar nosso pensamento, agradando ou desagradando, não importa, contanto que a finalidade seja informar, sem fugir do princípio de que assim se pratica a educação.
Ano político pressupõe mudança no parlamento, o que seria bom para que tivéssemos a oportunidade de testar caras novas, o que não é fácil porque a luta pela permanência do quadro é tão feroz que a população pobre e desempregada não tem como reagir.
É bom que se diga que, essa impotência está presente nas diversas classes sociais, inclusive, onde não deveria estar, haja vista que um projeto do governador do Estado, que prejudica a classe dos professores, teve o apoio de 30 deputados, somente 8 se destacaram como defensores da classe.
A decisão dos trinta parlamentares deixou a classe dos professores estarrecida, decepcionada, mas esse é o retrato dos nossos representantes. E o pior, alguns deles, ainda têm o cinismo de falar em educação de qualidade.

Professor Enedino Soares

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mais zelo da Empetur poderia evitar desvio assombroso, diz MPF

Na peça que está na Justiça Federal, o MPF diz que o desvio é assombroso e que não teria ocorrido se a Empetur tivesse sido mais zeloso.
O procurador afirma que a Empetur contratou bandas sem expressão e por preços incrivelmente superfaturados.
Para que se tenha uma idéia do nível da esculhambação, os contratos foram assinados no dia 02 de janeiro de 2009, para festas que teriam ocorrido em 27 de dezembro de 2008.
O procurador reclama que a estatal não poderia nunca fazer contrato com empresas produtoras tão calouras, quando no mercado as bandas contam com produtores estáveis.

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MPF diz que José Ricardo foi omisso e deve ser enquadrado na lei de improbidade administrativa



O promotor Antonio Carlos Barreto Campello diz que os dois funcionários da Empetur, José Ricardo e Elmir Leite de Castro, respectivamente ex-superintendente administrativo e financeiro da instituição, favoreceram o desvio de recursos públicos e devem pagar pela omissão, prevista na lei de improbidade administrativa.
Na ação, o MPF explica que a situação pode se agravar se ficar comprovado que houve enriquecimento ilícito.
No entando, o MPF também reforça que não há compravação de que os ex-gestores da Empetur tenham se beneficiado a partir do desvio de recursos públicos destinados ao projeto Festejos Natalinos 2008. Com a quebra dos sigilos bancários é que será averiguado qual o destino da verba, explica o MPF.

Blog do Jamildo

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Desrespeito

Lei do Piso completa dois anos, mas continua desrespeitada

No dia 16 de julho a Lei Federal 11.738, que criou o Piso Salarial Profissional Nacional para o Magistério Público da Educação Básica, completa dois anos de existência e de ataques sofridos. Mas, o que determina a Lei e como está sendo aplicada?
O parágrafo 1º do artigo 2º diz que “O Piso Salarial Profissional Nacional é o valor abaixo do qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão fixar o vencimento inicial das Carreiras do magistério público da educação básica, para a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais”. Ou seja, a Lei do Piso se refere ao vencimento para o professor com formação em nível médio no início da carreira. Logo, o valor deve ser aplicado para a jornada semanal de trabalho de cada sistema de ensino, que pode ser inferior a 40h semanais, é o caso da Rede Estadual de Pernambuco.
No entanto, a orientação do MEC e do Tribunal de Contas do Estado para aplicação do Piso indica o valor de R$ 1.024,67 para o professor de nível médio, com jornada de 40 horas aulas semanal de trabalho. Orientação que consideramos equivocada, por não retratar o que determina os artigos 2º e 5º da Lei 11.738/08. Para piorar, há prefeituras que descumprem até essa determinação. Veja alguns maus exemplos:

Município Remuneração Inicial Carga Horária

Agrestina R$ 960 40h aulas

Dormentes R$ 853,84 40h aulas

Rio Formoso R$ 950 40h aulas

Vamos manter a mobilização. Só com a efetiva participação de toda a categoria (Municipais e Estadual) alcançaremos a verdadeira valorização profissional. Sigamos firmes na luta!

Atenção

A Secretaria de Aposentadas/os continua recebendo os contracheques, de novembro de 1998 a maio de 2000, inclusive o 13°. É importante que estejam todos, pois o PERITO fará os cálculos mês a mês de cada sócio/a aposentado/a da época.

Sintepe

terça-feira, 13 de julho de 2010

Caso Bruno, a investigação criminal e a eleição

Interessante

Pois bem, não só não chegamos à final da Copa do Mundo, como nossa atenção no mundo esportivo saiu dos cadernos de Esporte e foi parar nas páginas policiais. Hoje, com o Campeonato Brasileiro prestes a recomeçar, todos falamos do goleiro Bruno, jogador do Flamengo, e seu envolvimento no desaparecimento de sua ex-namorada Eliza Samudio. Um caso em que, até agora, não se sabe o paradeiro da mãe do suposto filho de Bruno e, talvez, nunca venhamos a saber.
Num episódio como esse o uso do que há de melhor na investigação criminal é essencial para evitar mais um crime sem condenados nos arquivos policiais. Situações que acabam estimulando a sensação de impunidade por parte daqueles propensos à violência. Até aqui, não parece ser esse o destino do caso em destaque, até porque as polícias de Minas e do Rio estão usando das melhores técnicas de inteligência. Mas, infelizmente, essa não é a regra em todo o país, deficiência reconhecida pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que deseja tentar corrigi-la.
O próprio ministro conta uma história, sem revelar os nomes, para exemplificar como uma investigação pode ser comprometida quando as equipes policiais não estão bem treinadas nem contam com o que há de melhor na busca de elucidar crimes. Ou então estão mais preocupadas com outras coisas, menos fazer o seu trabalho.
Recentemente, um policial foi apontado como principal suspeito de um assassinato. Descobriram que ele havia vendido o celular da vítima. Isso mesmo, o aparelho celular havia sumido. A Polícia concluiu que o telefone da vítima havia sido o único objeto roubado. Aí veio a surpresa. O policial suspeito, na verdade, estava na equipe chamada para investigar o caso. Achou o aparelho "muito bonito", colocou no bolso, ficou com ele um período de dois meses, depois vendeu por R$ 200. Típico caso em que a cena do crime não é preservada e o policial poderia ser chamado de tudo, menos de policial.
Outra história relatada pelo ministro envolvendo outro assassinato. Foram descobertas várias pegadas no local do crime. A perícia chegou e tratou de fazer o seu serviço: descobrir de quem eram as pegadas. Foi checar que tipo de sapato era aquele, se alguém relacionado à vítima tinha calçado semelhante. Surpresa! As pegadas eram da própria polícia que esteve no local para investigar o crime, que desfilou pela área sem se preocupar com a preservação do cenário antes da chegada da perícia.
Esses são exemplos de coisas básicas que devem ser observadas numa investigação criminal, técnicas que nem sempre são obedecidas por equipes policiais. "No Sul e Sudeste, esses casos são mais raros, mas em outras regiões do país são comuns. Não isolam o local do crime até a chegada da perícia, uma regra básica", diz ele.
Bem, isso é o básico, como diz o ministro. Em alguns Estados do país a Polícia Civil não está equipada para fazer exames de DNA, de balística, de uso de reagente para detectar manchas lavadas de sangue. Ou seja, está totalmente atrasada em relação ao que há de mais avançado na elucidação de crimes, a chamada investigação científica de assassinatos.
Para tentar acabar com essas deficiências, Luiz Paulo Barreto lançou um programa que vai destinar R$ 100 milhões para treinamento e compra de equipamentos para a Polícia Civil nos Estados brasileiros. O ministro acredita que pode desestimular a bandidagem se mostrar a esse pessoal que o número de crimes sem identificação dos culpados está em declínio. Em outras palavras, aumentar a sensação de risco e diminuir o da impunidade.
O fato é que os casos relatados pelo ministro são reflexo da situação precária da segurança pública em boa parte do país. Não por outro motivo a sensação de insegurança é uma das principais queixas dos eleitores a cada eleição, sem solução. Antes, havia a desculpa de que o país não tinha como dar conta das crises econômicas, que dirá de outros problemas. Uma desculpa meio esfarrapada. Agora, nem isso pode ser usado como justificativa. Passou da hora de os governos tratarem a segurança pública como algo prioritário. Com a palavra, os candidatos --a presidente e governadores.

Valdo Cruz

Os verdadeiros pais do Bolsa Família

Paternidade

Em épocas eleitorais, os políticos disputam a paternidade ou, pelo menos, a sociedade em projetos de sucesso. Entra-se num vale tudo. É o caso do Bolsa Família, disputado pelo PT, de Dilma Rousseff, e pelo PSDB, de José Serra. Ambos os partidos foram vitais na implantação e disseminação do programa --assim como o DEM, ex-PFL.
Como nesse tempo eu morava em Brasília e sempre tive interesse em temas sociais, testemunhei toda essa articulação em câmara lenta. Estive presente, aliás, em muitas das reuniões e debates para tirar a ideia do papel.
Não há dúvida de que um dos principais pioneiros do Bolsa Família é Cristovam Buarque. Ele criou o bolsa-escola quando foi governador de Brasília e saiu divulgando pelo Brasil e por muitos países essa solução. Teve como aliados a Unesco e Unicef --o que ajudou disseminar nacionalmente a eficácia do projeto.
Ao mesmo tempo, desenvolvia-se em Campinas um programa de renda mínima pelo então prefeito José Roberto Teixeira (PSDB). Mas não tinha uma condicionalidade tão fincada na escola --mas dá para dizer que ele foi um dos pioneiros de medidas que, no futuro, acabariam no Bolsa Família.
Lembremos que o bolsa-escola foi transformado em política nacional no governo FHC, onde, no Ministério da Educação, havia vários intelectuais da Unicamp ( Maria Helena Guimarães e Paulo Renato Souza, por exemplo) que estavam em Campinas. Nessa época, aliás, o PT chamava a bolsa-escola de bolsa-esmola.
Coube a Lula, claro, dar uma extraordinária dimensão ao programa.
Essa é a história --o resto é invenção. Mas o fato é que, como toda boa ideia, ela tem muitos sócios.

Gilberto Dimenstein

domingo, 11 de julho de 2010

CNTE

Educação em destaque esta semana

Pelo menos quatro fatos marcam a presente semana para a educação: 1. a possibilidade de jovens e adultos, a partir de 18 anos de idade, terem acesso ao diploma do nível básico por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mesmo sem terem concluído regularmente a referida etapa de ensino; 2. os resultados da Prova Brasil e do Índice da Educação Básica (Ideb) referentes ao ano de 2009; 3. a mini-reforma do capítulo VI da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) condizente à formação e à valorização dos profissionais da área; e 4. a aprovação, no Senado, do novo critério de reajuste do piso salarial nacional do magistério.

Enem

Sobre o diploma aos jovens maiores de 18 anos que não concluíram a etapa regular do ensino médio, do ponto de vista legal não há empecilhos, haja vista o Enem também certificar estudantes oriundos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). E, embora a LDB explicite em seu art. 87, § 3º, II, que cabe ao Poder Público “prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos insuficientemente escolarizados”, nada impede que os mesmos efetuem a aprendizagem de forma autodidata e procurem certificação junto aos órgãos competentes. Contudo, para a CNTE, o risco consiste em a medida estimular a desistência dos estudos regulares de jovens com menos de 18 anos, já que os mesmos poderão ser certificados, posteriormente, sem a frequência escolar no ensino médio. A partir dessa lógica criar-se-ia, no imaginário desses jovens, um falso facilitador da certificação do ensino médio, pois não temos dúvida de que sem uma base razoavelmente sólida nenhum estudante conseguirá atingir a média necessária para a obtenção do diploma - o que é correto, diga-se de passagem.

Prova Brasil e Ideb

Com relação aos resultados da Prova Brasil e do Ideb, a CNTE reconhece os avanços obtidos nas diferentes etapas da educação básica, porém continua considerando tímida a meta de atingir o patamar da OCDE apenas em 2022. O Ideb também continua revelando disparidades gritantes entre as regiões do país, o que exige um esforço redobrado de investimento, em todas as variáveis da qualidade da educação, por parte dos entes federados.
A qualidade educacional é urgente do ponto de vista do resgate da dívida social que o país detém para com seu povo, bem como necessária para consolidar o processo de desenvolvimento sustentável, com geração de emprego e renda a todos/as os/as brasileiros/as. No ritmo em que se encontra, o país corre sério risco de estancar o processo de crescimento econômico experimentado nos últimos anos, exatamente por não possuir trabalhadores qualificados para o mundo do trabalho. De sorte que caberá a escola pública formar com qualidade e com os olhos voltados para a sustentabilidade (humana, social, cultural e ambiental) essa demanda reprimida de cidadãos qualificados e felizes.

Formação e valorização dos profissionais da educação

A aprovação do PLC 280/09, pelo Senado (a matéria retorna agora à Câmara dos Deputados), dá sequência ao processo de reconhecimento de todos os trabalhadores da educação na condição de educadores profissionalizados, especialmente os funcionários de escola. O referido PLC prevê a criação do art. 62-A, na LDB, o qual estabelece que a formação dos funcionários far-se-á “por meio de cursos de conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas” (as quais já se encontram reconhecidas na Portaria 72/2010 da SETEC/MEC). O parágrafo único do referido artigo prevê a garantia da formação continuada para os profissionais em questão “no local de trabalho ou em instituições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação”.
No tocante aos profissionais do magistério detentores de diploma em curso Normal de nível médio, o PLC 280 estipula prazo de 6 anos, a contar da posse desses docentes em cargos na rede pública de ensino, para a conclusão de curso de licenciatura de graduação plena, caso desejem lecionar após esse prazo no ensino fundamental. A norma não abrange os profissionais já em atividade. Contudo, o projeto prevê mecanismos facilitadores de acesso e permanência em cursos de formação de docentes em nível superior para atuar na educação básica, a exemplo de bolsas de iniciação à docência, a todos os trabalhadores do magistério (atuais e futuros docentes). O perigo a ser evitado, nesse caso, refere-se à proliferação de cursos privados de qualidade duvidosa, tal como ocorreu na década passada. Já a graduação de nível médio continuará válida, indefinidamente, apenas para a docência na educação infantil.

PSPN

Na quarta-feira (7), a Comissão de Assuntos Econômicos e o Plenário do Senado aprovaram o PLC 321/09, que altera o art. 5º da Lei 11.738, conforme dispusemos no editorial do último boletim eletrônico. A nova regra estipula duas variáveis para o reajuste do Piso: uma prevendo ganho real com base na variação positiva do valor mínimo do Fundeb dos dois últimos anos; e, outra, que garante, no mínimo, a reposição do INPC/IBGE no caso de a primeira variável ficar abaixo desta última. A matéria seguirá para reapreciação na Câmara dos Deputados, antes da sanção presidencial.
No decorrer da mês, no sítio eletrônico da CNTE, estaremos disponibilizando nossas análises sobre cada um dos temas elencados acima.

Parlamentares que votaram contra e a favor do projeto governamental

Abaixo, você confere os deputados que votaram a favor do projeto do Governo do Estado, prejudicando os trabalhadores em educação, provocando um achatamento no Plano de Cargos e Carreiras (PCC) da categoria e os parlamentares que votaram contra o projeto. Preste atenção e lembre-se, as eleições estão chegando.

Quem Pisa no Piso, Não Merece Reeleição


Professores de Pernambuco e do Brasil, reflitam sobre essa imagem, pois os governantes do nosso país estão se sentindo maravilhados com ela. Alerta as eleições vêm aí.

Contra fato não existe argumento

Governo do Estado reduz SIM salário

Mais de 10 mil professores tiveram redução salarial em Pernambuco. Veja os comprovantes de pagamento de março e abril de um desses professores e confirme o que SINTEPE vem denunciado. É inacreditável, mas é verdade que o Governo Eduardo Campos reduziu o que já era o pior salário do Brasil.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mensagem

Oração da manhã

Senhor, no início deste dia,
venho pedir-Te saúde,
força, paz e sabedoria.
Quero olhar hoje o mundo
com olhos cheios de amor,
ser paciente, compreensivo,
manso e prudente;
ver, além das aparências,
teus filhos como Tu mesmo os vês,
e assim não ver senão o bem em cada um.
Fecha os meus ouvidos a toda a calúnia.
Guarda a minha língua de toda a maldade.
Que só de bênçãos se encha o meu espírito.
Que eu seja tão bondoso e alegre,
que todos quantos se aproximarem de mim,
sintam a tua presença.
Senhor, reveste-me da tua beleza,
e que, no decurso deste dia, eu Te revele a todos.
Amém.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Saiba como ajudar as vítimas da Chuva de Pernambuco

Solidariedade é a palavra de ordem em Pernambuco.

Com 12 mortos vítimas das chuvas nos últimos dias e cerca de 17 mil pessoas desalojadas e 24 mil desabrigadas, o estado tenta oferecer a essas famílias condições de sobrevivências o mais dignas possíveis: uma tarefa difícil diante de tamanha tragédia. O governador Eduardo Campos convocou a população para fazer doações, principalmente de vestuário e cobertores.
A Compesa está fabricando dez mil copos de água para serem enviados para o interior e parte do estoque que não foi enviado para o Haiti por conta do problemas no tráfego aéreo também está sendo usado. O Governo também já começou a enviar alimentos, encomendou uma grande remessa a empresas locais e autorizou a liberação da merenda das escolas do interior.
Você, cidadão, também pode participar desta campanha. Confira os locais onde entregar os donativos:

- Quartel da Polícia Militar, no Derby;

- Quartel do Corpo de Bombeiros, na Avenida João de Barros - Informações: 3182-9104;

- Quartéis do Exército Brasileiro

- Comitê da Ação da Cidadania Pernambuco Solidário localizado no Parque de Exposições de Animais, no Cordeiro;

- Sede da Prefeitura do Recife, avenida Martin Luther King, Bairro do Recife;

- Sedes das Coordenadorias de Defesa Civil em todo o estado;

- Anexo dois da Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na Rua da União ( aberto ao público durante 24 horas). Informações: 3183-2330

- Sede da OAB, na Rua do Imperador Pedro II, 235, Santo Antônio;

- Lojas do Bompreço;

-Todas as unidades do Supermercado Arco-Íris (Cabo de Santo Agostinho, Pontezinha, Prazeres, Cavaleiro, Camaragibe, Beberibe, Abreu e Lima, Igarassu, Várzea e Afogados)

- Nos ônibus do Grande Recife Consórcio de Transportes;

- Nas unidades da Faculdade Joaquim Nabuco;

- Nas unidaes da Faculdade Maurício de Nassau, nas Centrais de Informação dos blocos A, B,C e E - Rua Guilherme Pinto, 114, Graças;

- Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE);

- Centro Superior de Tecnologia -Rua João Fernandes Vieira, 110, Boa Vista;

- Sede do Movimento dos Trabalhadores Cristãos (MTC), na Rua Gervásio Pires;

- Nas unidades do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE- Antigo Cefet) nas cidades de Recife, Ipojuca, Belo Jardim, Vitória, Pesqueira e Barreiros;

- Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE) - Rua Dom Manoel Pereira, 183, Santo Amaro;

- Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetape) - Rua Gervásio Pires, 876, Boa Vista, no Recife;

- Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade (LBV) - Rua dos Coelhos, 219, Boa Vista;

- Federação Espírita de Pernambuco – FEP -Avenida João de Barros,1629 – Espinheiro;

- Conselho Regional de Enfermagem – Coren/PE – Rua Barão de São Borja, 243, Boa Vista;

- Pátio de São Pedro;

- Sítio da Trindade;

- Colégio Apoio;

-Instituto Pró-Cidadania na Rua Castro Alves, 343, na Encruzilhada;

- Sede Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sintepe), que fica na Rua General Semeão, 39, em Santo Amaro. Informações pelo 2127-8876;

- Arena da Copa (ponto de coleta do Pina), localizado na Avenida Antônio de Góis, 226;

- Ponto montado na Fenearte, no Centro de Convenções, a partir de 2 de julho (somente roupas);

- Posto da Secretaria de Assistência Social no Sítio Trindade (17h às 2h)

- Posto da Secretaria de Assistência Social no Pátio de São Pedro (20h às 2h)

- Posto da Secretaria de Assistência Social no Praça do Arsenal (20h às 2h)

- Sede do Instituto de Assistência Social e Cidadania (Iasc), na Rua Imperial, 203, Bairro de São José (7h às 17h)

- Sede do Geraldão, Avenida Mascarenhas de Morais, na Imbiribeira (8h às 17h)

- Sede da CTTU, rua Frei Cassimiro, 91, Santo Amaro (8h às 18h)

- Sede da Guarda Municipal (recebe doações 24 horas)

- Posto de Permanência da Guarda Municipal, Terminal Marítimo (8h às 18h)

- Senac Recife – Avenida Visconde de Suassuna, n° 500, Santo Amaro, Recife | (81) 3413.6747 | 3413.6738

- Centro de Formação Profissional Senac Paulista – Avenida Vice Prefeito José Rodrigues Costa Filho, n° 30, Jardim Paulista, Paulista | (81) 3438.5050

Interior
- Postos da Polícia Militar e dos Bombeiros recebem donativos.

- 5º BPM - Batalhão Governador Nilo Coelho, localizado na Av. Cardoso de Sá, s/nº, bairro Vila Eduardo, Petrolina-PE

- Subseccional da OAB de Caruaru (Rua Cônego Júlio Cabral, 267, Bairro Universitário).

- Centro de Formação Profissional Senac Vitória – Rua Áurea Pimentel, n° 210, Cuscuz, Vitória de Santo Antão | (81) 3523.1428

- Centro de Formação Profissional Senac Caruaru – Rua Cleto Campelo, n° 79, Centro, Caruaru | (81) 3271.5599

- Centro de Formação Profissional Senac Garanhuns – Rua Maria Ramos, n° 22, Heliópolis, Garanhuns | (87) 3761.0165

- Unidades do Grupo Bonanza -Avenida Cleto Campelo, n° 36. Bairro Maurício de Nassau, em Caruaru.

Dinheiro - Se você prefere fazer doações em dinheiro, anote o número da conta da Ação da Cidadania:

Banco do Brasil
Agência – 3234-4
Conta – 5633-2

Blog: http://soschuvaspe.blogspot.com

Trabalhadores conquistam ação do IPSEP

Sintepe

O Sintepe entrou com uma ação pedindo ao Estado que devolvesse o que foi descontado dos servidores aposentados e sócios do sindicato, no período de novembro de 1998 a maio de 2000. A ação é referente à devolução do IPSEP.
Na época, os trabalhadores completaram o tempo de se aposentar e o Estado continuou descontando nos contracheques a contribuição destinada a Previdência. Agora, esses servidores aposentados irão entregar os contracheques ou fichas financeiras na sede do Sintepe para que o jurídico da entidade some os descontos, apliquem os juros e a correção monetária.
A advogada do sindicato, Lúcia Barbosa destaca a vitória dos trabalhadores. "A conquista representa a conscientização na busca por direitos. As pessoas estão sendo ressarcidas por uma ilegalidade", sublinhou.
Os trabalhadores devem ser sindicalizados e trazer ao Sintepe contracheques, de novembro de 1998 a maio de 2000, ou fichas financeiras, o CPF e a identidade. Além dos documentos descritos anteriormente, os pensionistas devem trazer a declaração da Funape, a declaração de óbito do servidor falecido. O Sintepe funciona das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira e está localizado na Rua General Semeão, n°39, próximo a Universidade Católica de Pernambuco. Mais informações pelo telefone: 2127 8856/8864.

terça-feira, 6 de julho de 2010

IDEB

O desempenho de Pernambuco melhorou no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2009, divulgado este fim de semana pelo Ministério da Educação (MEC).

Nos grupos avaliados – séries iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio – o Estado alcançou ou superou as metas estipuladas pelo governo federal para o ano de 2009. Apesar da boa notícia, as notas dos estudantes pernambucanos, assim como no restante do Brasil, ainda estão muito distantes das registradas entre alunos de países desenvolvidos.
Em 2009, Pernambuco somou 4,1 pontos nas séries iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), registrando um crescimento de meio ponto em relação a 2007, quando obteve 3,6 (essa era a meta para 2009).
Nos anos finais do ensino fundamental (6ª a 9ª série), o Estado ficou com 3,4, também 0,5 ponto acima do desempenho de 2007, que foi 2,9. No ensino médio, o Ideb pernambucano foi 3,3, superando a projeção para 2009, que era 3,2. Em 2007, a média foi 3. Vale ressaltar que o Ideb total reúne as notas dos alunos das escolas estaduais, municipais e da rede privada.
Os Estados de Minas Gerais e Distrito Federal tiveram as melhores notas do Brasil nas séries iniciais do fundamental, 5,6, enquanto o Pará ficou com a pior nota, 3,6. Nos anos finais, a melhor performance foi de São Paulo e Santa Catarina, empatados com 4,5. Alagoas alcançou a média mais baixa, 2,9. No ensino médio, destaque positivo para Paraná, 4,2 e negativo para o Piauí, 3, o mais baixo do País.
REDE ESTADUAL - Quando se verifica apenas as escolas da rede estadual, percebe-se que o melhor resultado foi nas séries finais do fundamental. De 2,5 em 2007, agora passou para 3 em 2009, um aumento de meio ponto. Depois, o acréscimo maior ocorreu nos anos iniciais do fundamental. Era 3,5 dois anos atrás e agora, 3,9. A melhora mais tímida foi no ensino médio, apenas três décimos: de 2,7 em 2005 para 3 em 2009.
Procurado pelo JC para comentar o resultado de Pernambuco, o secretário estadual de Educação, Nilton Mota, disse que só falaria sobre o resultado do Ideb 2009 hoje.
A rede privada, como era de se esperar, teve notas melhores que as da rede pública. Observando anos iniciais e finais do fundamental em 2009, nota-se as médias são iguais, 5,8 (antes eram 5,5 e 5,4, respectivamente).
No ensino médio, passou de 5,3 em 2007 para 5,5 em 2009. A diferença é que na rede privada a Prova Brasil é feita por amostragem (nem todos os alunos participam), enquanto na rede pública há a participação de todos os estudantes. O Ideb vai de zero a 10 e é medido a cada dois anos (o primeiro foi em 2005). Para calculá-lo, leva-se em conta o fluxo escolar (taxas de aprovação, reprovação e evasão) e as médias de desempenho nas avaliações Prova Brasil e Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
O fluxo escolar é obtido do Censo Escolar. A Prova Brasil é um teste de leitura e matemática para turmas do ensino fundamental. Já os alunos do ensino médio fazem o Saeb, que tem também provas de português e matemática. Participaram, ano passado, 2,5 milhões de alunos da quarta série (quinto ano), dois milhões da oitava série (nono ano) e 56 mil do ensino médio.

Margarida Azevedo
Do Jornal do Commercio

Educacional

Incentivos financeiros não melhoram escolas com baixo desempenho

Além de medir a qualidade do ensino no País, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2009 revela o tamanho do desafio que é mudar a situação de escolas e cidades com desempenho muito ruim.
Municípios e escolas com pior desempenho - cujo resultado é divulgado hoje - receberam prioridade nas ações do Ministério da Educação (MEC), mas em muitos casos, nem essa ajuda extra resolveu.
No foco do ministério encontram-se 1.822 municípios com notas inferiores a 4,2 em 2007 e mais 28 mil escolas com notas até 3,8 no mesmo ano. Desde então, mais de R$ 400 milhões foram liberados para as escolas. Mesmo recebendo um auxílio em dinheiro e suporte técnico, pouco mais da metade dos piores municípios no ranking nacional conseguiu melhorar o indicador no intervalo de dois anos, entre as duas últimas edições do Ideb (2007 e 2009), a ponto de superar suas respectivas metas.
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo selecionou 155 municípios com notas até 2 na segunda etapa do ensino fundamental (de 5ª a 8ª série). A nota 2 equivale a menos da metade da média nacional (4,6). O levantamento revela que, na avaliação do desempenho, quase a metade (45%), o que corresponde a 70 municípios, ou não conseguiu alcançar a meta ou piorou a nota - nesse universo, 58 municípios (37,4%) evoluíram, mas não alcançaram a nota, e 12 (8%) andaram para trás entre 2007 e 2009. Os outros municípios melhoraram a ponto de, pelo menos, alcançar a meta.
Na amostra das 4.ª séries selecionada pelo Estado, com 47 municípios que tinham nota 2 no Ideb de 2007, 25 cidades, o que dá pouco mais da metade (53,1%), alcançaram a meta. Outros 22 municípios (47%) não alcançaram a meta. As metas variam de escola para escola e de município para município, dependendo do ponto de partida de cada um. Nas próximas duas semanas, técnicos do ministério cruzarão dados do Ideb para avaliar o comportamento das escolas e municípios com pior desempenho.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Escola pública está três anos atrás da particular

Foi constatado pelo resultado do IDEB

Apesar de a distância que separa a rede pública e a particular ter caído de 2005 a 2009, um aluno que completa o ensino fundamental em colégio privado sabe, em média, mais que um formado no ensino médio público, com três anos a mais de estudo.
Veja desempenho até 4ª série
Veja desempenho de 5ª a 8ª série
Essas são constatações que podem ser feitas a partir dos resultados do Ideb, principal indicador do MEC de avaliação da qualidade da educação brasileira.
O ministério divulga hoje dados por Estados, municípios e redes. O Ideb agrega num único índice, numa escala que vai de zero a dez, taxas de aprovação de alunos e médias em testes de português e de matemática.
De 2005 a 2009, a diferença entre a rede pública e a particular caiu em todos os níveis pesquisados.
A desigualdade entre as duas redes, no entanto, é gritante ao comparar o quanto um aluno de escola pública aprendeu ao final do ensino médio (antigo 2º grau), em comparação com um da rede privada que finalizou o fundamental (antigo 1º grau).
Como as provas do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica, um dos componentes do Ideb) têm a mesma escala e grau de dificuldade para todas as séries, é possível comparar alunos de diferentes anos.
Em matemática, por exemplo, a média dos estudantes ao final do ensino fundamental na rede privada foi de 294 pontos numa escala de zero a 500. Na pública ao fim do ensino médio, a média é de 266.
Em português, a média foi de 279 pontos em particulares no último ano do ensino fundamental e 262 em públicas ao fim do médio.

Sem surpresas

O sociólogo Simon Schwartzman, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, diz não se surpreender com a distância.

"As escolas privadas têm uma série de vantagens. Podem escolher o aluno, tirar o indisciplinado, têm uma direção com mais autonomia. Nas escolas públicas, isso é mais rígido. Ou seja: se uma escola privada tiver interesse em melhores resultados, dá para trabalhar para isso. Em uma pública, é mais difícil."
Outro ponto a ser considerado é que o nível socioeconômico dos alunos é o fator que, comprovadamente, mais impacto tem nas suas notas. Como os alunos de escolas particulares vêm de famílias mais ricas e escolarizadas, esta diferença não pode ser atribuída apenas ao trabalho da escola.
O presidente da Undime (entidade que representa os secretários municipais de educação), Carlos Eduardo Sanches, diz que, considerando o quanto é gasto por aluno em cada rede, a distância deveria ser maior.
Ele diz que o Fundeb [fundo que distribui recursos públicos por estudante] dá hoje R$ 1.415 por ano por aluno, enquanto uma mensalidade em escola particular já fica, em média, em torno de R$ 800. "É claro que as públicas precisam melhorar, mas, com essa quantidade de recursos, o retrato do sistema privado é que é dramático."
Schwartzman concorda, lembrando que o ensino particular no Brasil, quando comparado com o de outros países no Pisa (exame internacional de avaliação do ensino), deixa a desejar.
"Mesmo as melhores particulares do Brasil são piores do que as dos outros países. São muito orientadas para vestibulares, têm muitas matérias e o mesmo problema com a má formação dos professores no setor público."

Carreira Docente

Sintepe participa de reunião sobre implementação de concurso para carreira docente

O presidente do Sintepe, Heleno Araújo e alguns diretores da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) estiveram reunidos com o ministro da educação, Fernando Haddad, na última quarta-feira (30).
O objetivo do encontro foi tratar da implementação do Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente. A TV Câmara também cedeu espaço ao tema no programa Expressão Nacional. Faça o download e assista ao programa da TV Câmara sobre o exame aqui. Na opinião do sindicalista Heleno Araújo “A reunião foi positiva porque o ministro se colocou à disposição para fazer as alterações na portaria 14 com a perspectiva de ingresso de concurso”. Entre as mudanças que serão feitas destacam-se a retirada da palavra exame e a substituição por concurso público. No local dos objetivos, que caracterizam avaliação através de provas, estará escrito, avaliação do docente em exercício. Essas mudanças seguem para o Ministério da Educação próxima semana.
A CNTE e o Sintepe concordam com a ideia de concurso público porque dá uma perspectiva de carreira nacional. Heleno é incisivo ao lembrar “Essa medida não vai garantir qualidade na educação. É preciso garantir jornada exclusiva do professor, garantir as aulas atividades, salários dignos e fortalecimento da gestão democrática. Além de dar condições para que a profissão se torne atrativa”.
Para o presidente da CNTE, Roberto Leão, o debate precisa ser aprofundado sobre as matrizes da prova e garantir que o exame seja utilizado como ingresso dos docentes na carreira, não como avaliação dos professores. Na reunião, ficou acertada a criação de um Comitê de Governança para avaliar um Exame Nacional e apresentar propostas para efetivar o projeto. Na ocasião, foi deliberada que as audiências públicas serão abertas a sociedade e a categoria. A proposta está aberta para consulta pública até o dia 3 de julho no site http://consultaexamedocente.inep.gov.br/index/login.

sábado, 3 de julho de 2010

Sintepe

PSPN: Senado precisa agilizar votação do PLC 321/09


Está pronto para entrar em pauta na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, desde o dia 22 de junho, o Projeto de Lei da Câmara nº 321/09, que visa alterar o critério de reajuste do piso salarial profissional nacional do magistério público da educação básica, estabelecido pelo art. 5º da Lei 11.738.
Decorrente do PL 3.776/08, enviado à Câmara dos Deputados, a pedido de governadores e prefeitos, o PLC nº 321 assimilou diversas contribuições da CNTE, a fim superar a principal restrição do Projeto que era a vinculação do reajuste do PSPN unicamente à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Da forma como se encontra, hoje, a fórmula de reajuste do PSPN terá duas variáveis: uma que prevê ganho real com base na variação positiva do valor mínimo do Fundeb dos dois últimos anos; e, outra, que garante, no mínimo, a reposição do INPC/IBGE no caso de a primeira variável ficar abaixo desta última.
Outro fator importante para a aprovação do PLC nº 321/09 refere-se à unidade de interpretação em torno do critério de reajuste do Piso. Recentemente, um Parecer da Advocacia Geral da União interpretou o art. 5º da Lei 11.738 de forma contrária à posição da CNTE, criando mais conflito interpretativo à norma. Com a nova regra isso estará superado, o que não retira a possibilidade de os sindicatos reivindicarem (política ou judicialmente) a aplicação do preceito anterior com base no que consideramos ser o correto.
Infelizmente, e por razões de competência legal, o PLC nº 321/09 não supera a questão do atual valor do piso, tampouco a aplicação do percentual de hora-atividade na jornada dos professores. Esses dois quesitos estão diretamente ligados ao acórdão do Supremo Tribunal Federal. No caso do primeiro (valor), a decisão do STF deu margem interpretativa tanto ao critério de reajuste (Parecer da AGU) quanto ao momento de sua primeira incidência, o que para a CNTE deveria ter ocorrido em janeiro de 2009. Quanto à hora-atividade, apesar de suspensa até julgamento do mérito da ADI 4.167, nada impede de os entes federados a observarem nos planos de carreira da categoria.
Em suma: apesar de a luta pela correta e integral aplicação da Lei 11.738 continuar com base num valor monetário de piso de R$ 1.312,85, vinculado aos vencimentos iniciais de carreira para o ano de 2010, a aprovação do PLC nº 321/09, mesmo não sendo a solução de todos os problemas – hoje muito mais dependentes do julgamento de mérito no STF –, ao menos caminha no sentido de evitar novas perdas aos trabalhadores decorrentes das várias interpretações suscitadas à norma federal, que só atendem aos interesses de gestores pouco comprometidos com a qualidade da educação e com a valorização de seus profissionais.


Fonte: Site da CNTE, em 01/07/2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

As enchentes no nordeste

Vamos ajudar pessoal

O amigo Tio Talles, leitor de longa data aqui do Haznos, me deu uma dica importante a respeito das enchentes do Nordeste. Achei tudo que ele escreveu tão válido que publicarei na íntegra, para que os usuários aqui do blog, quem sabe, possam ser tocados pela boa vontade e ajudem da maneira que conseguirem:

“Em tempos de copa deveríamos ter somente motivos para comemorar, no entanto existe algo lamentável acontecendo com Brasil e não é a expulsão do novo bad boy da seleção, Kaká. São as enchentes no Nordeste, em especial Pernambuco e Alagoas, de onde vem este que aqui escreve!

Lembro que há algum tempo o sul do Brasil passou por isso de maneira dolorosa e hoje se reergue de forma heroica, no entanto a região sul contou com a comoção nacional e dos grandes veículos de comunicação em massa. O que de fato não vem se repetindo com a mesma intensidade para com as vítimas dessa catástrofe no nordeste brasileiro, que ao todo somam-se em milhares, entre desabrigados, desaparecidos e vítimas.

Cidades foram inteiramente varridas do mapa, o Governo Federal já tomou devidas providências seguindo o protocolo de catástrofes. Jornais, por obrigação, têm dedicado pouco mais do que alguns minutos de links ao vivo, mas o povo brasileiro deve se lembrar do quanto o Nordeste já contribuiu em situações como essas repetidas com tristeza também no sudeste (Rio). Está na hora de retribuirmos com fraternidade ao povo nordestino, abandonando a lamentável indiferença dada a esse assunto!”

Saiba como ajudar e ajude!

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Reflexão

Uma pessoa de fé não sucumbe,
quando as dificuldades se apresentam...
Não desespera, quando se acha em perturbação...
Por mais alcantilado e negro que pareça seu caminho,
olha para frente à procura de um horizonte mais claro,
vê um destino de descanso e luz mais adiante.